Um recente artigo publicado pela revista The Lancet Psychiatry apontou que a pandemia do novo coronavírus pode afetar a saúde mental das pessoas e, inclusive, provocar um aumento no número de suicídios. A mesma elevação ocorreu durante a pandemia da gripe Influenza, entre os anos de 1918 até 1919, e a epidemia de síndrome respiratória aguda grave (SARS) de 2003, em Hong Kong, que atingiu majoritariamente o público idoso. Fatores como mortes pela doença, desemprego, incertezas e o distanciamento social potencializam sensações de medo, insegurança e ansiedade e são apontados como prováveis causadores dos efeitos adversos nas pessoas. O estudo mostra que, com a pandemia, os pacientes que possuem algum transtorno mental podem ter o seu quadro agravado. Já a população em geral apresenta maior chance de desenvolver novos problemas, especialmente depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. A pandemia pode afetar adversamente outros fatores desencadeadores do suicídio, como o consumo excessivo de álcool que, conforme a Organização Mundial da Saúde, é a causa de quase três milhões de mortes anuais no mundo. Além disso, o isolamento social e solidão também contribuem, por isso, fornecer apoio e encorajar familiares e amigos a buscar atendimento médico especializado é uma forma de ajudar. “Não existe uma explicação única para o suicídio, trata-se de um fenômeno complexo e que pode ser influenciado por diversos fatores. Pode estar associada a diversos estressores como perdas afetivas, rompimento de relacionamentos, dificuldades financeiras, dor crônica, doenças crônicas e terminais, entre outros. História prévia de tentativa de suicídio e a presença de uma doença mental são os principais fatores de risco para o suicídio”, explica o Dr. Jorge Grossman Zaduchliver, Chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento. Infelizmente, o tabu relacionados ao suicídio e associados a concepções errôneas e informações falsas são barreiras que impedem a prevenção e o tratamento adequado da doença. Todos podem ajudar a combater o estigma e a melhor ferramenta para isso é o conhecimento. A seguir, alguns exemplos de mitos sobre o comportamento suicida.
  • “Quem ameaça se matar não o fará, quer apenas chamar a atenção.”Falso, a maioria dos suicidas expressam ou dão sinais sobre as suas ideias de morte.
  • “Quando uma pessoa sobrevive a uma tentativa de suicídio está fora de perigo.”Falso, um dos períodos mais perigosos é durante a melhora inicial da crise que motivou a tentativa. O risco permanece elevado nas semanas e meses seguintes à alta hospitalar.
  • “Não devemos falar sobre suicídio, isso pode aumentar o risco.”Falso, falar pode aliviar a angústia e a tensão e restaurar a esperança da pessoa que está com pensamentos suicidas.
Nos casos acima, a recomendação é ouvir, estar disponível e não julgar. “Em primeiro lugar, é importante certificar-se que a pessoa está em segurança e conta com ajuda profissional. Procure conversar em um lugar calmo, tenha tempo e dedique sua atenção integralmente à pessoa (desligue o celular). Ouvir é mais importante que falar, evite interrupções, resista a tentação de oferecer solução para todos os problemas e preencher os silêncios. Esteja disponível, acolha e não julgue”, aconselha o Dr. Jorge. Este ano, o setembro amarelo não apenas faz um alerta para os cuidados com a saúde mental, mas também reforça a importância de ficar atento aos sinais e sempre buscar atendimento médico especializado.
Fonte: Dr. Jorge Grossman Zaduchliver, Chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento.

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