O início foi muito sutil, uma tosse, mal-estar, noite mal dormida, até que começou um desconforto respiratório.Essa coleta revelaria o vírus sincicial respiratório (VSR) que, segundo a Dra. Tatiana Romanoff Simões, pediatra do Serviço de Pediatria do Hospital Moinhos de Vento, é o principal responsável por causar a bronquiolite viral aguda e pneumonia. “As infecções por VSR ocorrem principalmente nos primeiros dois anos de vida, com pico de incidência no primeiro semestre, sendo a média de pacientes internados entre três e quatro meses. Os quadros mais graves ocorrem em prematuros, cardiopatas, imunodeprimidos e pneumopatas”. De acordo com pesquisa do Brazilian Respiratory Virus Study (BREVI), o VSR é responsável por 66,7% dos casos de hospitalização de bebês prematuros. “Eles são mais atingidos por terem sistema imune imaturo, reduzida passagem de anticorpos maternos e menor calibre de vias aéreas. Além disso, podem ter outros fatores de risco associados como anemia, desmame precoce, infecções associadas, uso de corticosteróides e baixa reserva energética”, explica a pediatra. O tempo frio é o momento de maior circulação desse vírus. “A aquisição do VSR ocorre por contato direto com secreções respiratórias. A transmissão ocorre, em geral, por meio das mãos ou objetos contaminados com as conjuntivas e a mucosa nasal”, afirma. Rosemeire acredita que esse foi o caso com sua filha. “Seguramente foi por causa deste clima de outono com cara de inverno, além do contato com outras crianças no berçário. Já tinha ouvido falar de alguns casos ocorrendo, talvez algumas delas com o mesmo problema, mas na Júlia deve ter impactado mais”. A mãe lembra também que havia sido informada pela equipe médica no início da internação como seria a evolução do caso. “Ela entrou descompensada, houve um agravamento e depois começou a melhora. Nessa fase da piora, a equipe médica disse que seria mais seguro deixar na UTI Pediátrica, onde o monitoramento é maior. Apesar de ter entendido, ver que a minha filha precisava de um suporte de UTI foi um baque”.
Esse foi o momento mais difícil de toda a minha vida, sem dúvidaA fase em que ocorre o agravamento do caso é a mais delicada. Rosemeire lembra dos obstáculos que Júlia passou nesse momento. “A dificuldade de respirar era muito maior, ela começou a não ter forças para mamar e por conta desse esforço ela começou a ficar sonolenta. Esse foi o momento mais difícil de toda a minha vida, sem dúvida”.