Nos últimos anos, o desenvolvimento da medicina possibilitou que muitas pessoas com problemas de fertilidade conquistassem o sonho de ter filhos por meio de técnicas de reprodução assistida – tais como a fertilização in vitro (FIV). No Brasil, a procura por esse procedimento tem crescido: conforme dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre 2017 e 2018, houve um incremento de 18,7% na quantidade de procedimentos efetuados. Esse aumento é, também, resultante dos esforços médicos para melhorar a técnica. Agora, entre esses esforços, há um novo equipamento que possibilita tornar a fertilização in vitro ainda mais segura e eficiente para ajudar a concretizar projetos de maternidade. Para falar sobre esse equipamento, conhecido como incubadora time-lapse, convidamos a Dra. Isabel de Almeida, uma das coordenadoras do novo Centro de Fertilidade do Hospital Moinhos de Vento. Confira a seguir.

Fertilização in vitro: como era com os equipamentos tradicionais

Na reprodução assistida, após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide, esse embrião recém-formado é colocado em estufa e seu desenvolvimento é avaliado por um embriologista. Para tal avaliação, o embrião tem de ser retirado da estufa para que possa ser visto no microscópio. Acontece que esse processo de remoção do embrião de seu ambiente pode alterar as condições de temperatura, pH e oxigênio e, além disso, tem a desvantagem de permitir somente uma avaliação estática.

Os diferenciais da incubadora time-lapse

Atento a essas questões, o Centro de Fertilidade do Hospital Moinhos de Vento conta com uma tecnologia mais avançada para avaliação embrionária: a incubadora time-lapse. Essa consiste em uma incubadora que contém um microscópio acoplado a uma câmera que capta imagens do embrião em intervalos regulares, a cada 5 minutos, em diferentes planos, armazenando esses dados para formar um vídeo do desenvolvimento embrionário. “Com isso, os embriões são monitorados em tempo real, 24 horas por dia, permitindo que seu desenvolvimento seja mais bem avaliado, utilizando recursos de inteligência artificial. Isso possibilita que as clínicas conheçam melhor a morfologia dos embriões, podendo identificar aqueles com maior potencial de implantação. Além disso, a avaliação das imagens do desenvolvimento embrionário permite que mais de um embriologista avalie cada embrião, aumentado a acurácia do método. Nesse sistema, o embrião nunca é removido da incubadora para avaliação em microscópio, o que mantém o ambiente de seu desenvolvimento mais estável”, esclarece a Dra. Isabel de Almeida. Uma vez que esse sistema de time-lapse não requer a remoção física dos embriões da incubadora, os embriologistas podem observar melhor o desenvolvimento embrionário por meio da avaliação sequencial de imagens. O recurso que permite que o aparelho gere vídeos possibilita que vários embriologistas possam analisar todos os embriões e discutir tecnicamente quais os que apresentam melhor desenvolvimento. “Atualmente, a incubadora time-lapse oferece o ambiente mais seguro e estável de cultivo embrionário. A observação continuada do embrião permite hoje identificar vários aspectos do seu desenvolvimento que até então não se conhecia. Sem dúvida, é uma tecnologia avançada que veio para ficar. Trabalhar com essa tecnologia inovadora é um ganho na qualidade da assistência aos casais com infertilidade que buscam tratamentos de reprodução assistida”, afirma a médica. Com isso, diversos processos relacionados à fertilização podem ser melhorados e ter níveis de controle superiores, o que possibilita que se tenham embriões de maior qualidade, o que impacta diretamente nas taxas de sucesso para um projeto de gravidez. Para saber mais sobre esse assunto e como podemos ajudar em sua jornada para tentar concretizar o sonho da maternidade, conheça também os serviços do novo Centro de Fertilidade do Hospital Moinhos de Vento.