O Brasil tem o terceiro maior banco de doadores de medula no mundo, com mais de seis milhões de doadores. O tempo para se encontrar um doador compatível demora de duas a quatro semanas e todos os pacientes aguardando leito para realização de transplante de células tronco hematopoiéticas têm doador aparentado ou não-aparentado. Apesar do encaminhamento de pacientes do SUS para realização de transplante de células tronco hematopoiéticas acontecer de maneira organizada e rotineira, infelizmente, há poucos leitos para a realização deste procedimento para a população necessitada, fazendo com que o tempo na fila de espera se prolongue.

O estudo do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde, liderado pela coordenadora da Unidade de Terapia Hematológica do Hospital Moinhos de Vento, Cláudia Astigarraga, e divulgado na publicação digital Elsevier apontou que, quanto maior o tempo em fila de espera por transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), maior o risco de mortalidade, principalmente entre os pacientes adultos com leucemia aguda. “Na prática, nós já sabíamos disso. Mas é importante colocar em números porque precisamos de mais leitos via Sistema Único de Saúde para reduzir o tempo de espera”, constata a especialista, head da pesquisa. O TCTH refere-se ao transplante de células-tronco de várias fontes (medula óssea e sangue periférico estimulado por fator de crescimento) para o tratamento de doenças hematológicas, autoimunes e genéticas malignas e não malignas.

O estudo envolveu pacientes em fila de espera para realização do transplante de células tronco pelo SUS - parte deles realizou o procedimento no Hospital Moinhos de Vento via projeto Mais TMO, do Proadi-SUS. O tempo médio entre o diagnóstico da doença hematológica foi de 19 meses, sendo seis meses gastos em lista de espera. Além disso, o tempo de espera influenciou principalmente a sobrevida de pacientes adultos. “Quanto maior o tempo de espera, maior a mortalidade. Em menos de três meses na fila, a sobrevida é melhor. Pacientes com mais de um ano na fila morrem mais do que no período de menos de um ano”, observa a head da pesquisa.

Para Cláudia, é fundamental o gerenciamento da saúde pública. “A questão não é apenas o leito, mas a disponibilização de uma equipe multidisciplinar preparada para o tratamento (médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas). Profissionais que saibam lidar com o paciente. É prioritário o investimento em recursos humanos e a melhora do repasse de recursos pelo SUS para este tipo de procedimento”, relata.

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