Você sabia que a infertilidade é uma das queixas mais comuns em pessoas em idade reprodutiva? De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 17% da população global enfrenta algum problema de fertilidade. Conforme a Dra. Isabel de Almeida, coordenadora técnica do Centro de Fertilidade e Reprodução Assistida do Hospital Moinhos de Vento, são múltiplas as causas que podem tornar um casal infértil. Mas será que transtornos mentais, como a depressão, podem influenciar na capacidade reprodutiva?
Primeiramente, o que define a infertilidade?
A Dra. Isabel explica que a infertilidade é definida como a ausência de gestação após 12 meses de relações sexuais sem proteção. Depois deste tempo, é importante iniciar uma investigação com um especialista na área. Entretanto, se a mulher tiver mais do que 35 anos de idade, recomenda-se procurar por orientação médica após seis meses de tentativas.
Nos homens, as principais causas da infertilidade estão relacionadas à qualidade e à quantidade de espermatozoides. Já os fatores femininos estão relacionados à endometriose e a problemas nas tubas uterinas, além de causas hormonais e idade avançada.
E quanto aos fatores psicológicos?
“Atualmente, está confirmado que os fatores ambientais, como estilo de vida, alimentação, sedentarismo, fumo, álcool e padrão de sono também contribuem para a infertilidade. Da mesma forma, também tem se discutido a influência dos fatores psicológicos, como a depressão, sobre a infertilidade”, adianta.
Como é o panorama da depressão?
Hoje, a depressão é uma das principais causas de incapacidade em todo o planeta, segundo a OMS. Além disso, menos da metade das pessoas afetadas pela doença no mundo recebe um tratamento considerado adequado, com psicoterapia e medicamentos. Aliás, em alguns países, esse número é inferior a 10% por causa do alto custo, mas também devido a efeitos colaterais, como a própria alteração na libido do(a) paciente.
No Brasil, a prevalência da depressão ao longo da vida está entre as mais altas, chegando a cerca de 15,5%. No país, a enfermidade ainda é responsável por 10,3% dos anos de vida perdidos do paciente. Este conceito quantifica o número de anos de vida que uma população deixa de viver, em caso de morte prematura.
Afinal, qual é a relação entre depressão e infertilidade?
Para a Dra. Isabel de Almeida, a depressão se caracteriza, principalmente, por tristeza, desânimo, distúrbios do sono e desinteresse pelas atividades cotidianas, que antes eram consideradas agradáveis. Indicadores internacionais observam que a enfermidade afeta mais mulheres do que homens. “O agravante é que 14% do público feminino costuma receber este diagnóstico durante os anos reprodutivos”, salienta.
“Além disso, estudos têm mostrado que a depressão durante os tratamentos de reprodução assistida interferem negativamente nos resultados. Todavia, àqueles casais que recebem acompanhamento e tratamento psicológico aumentam suas taxas de gestação, sugerindo que a melhora na saúde mental traz benefícios também para a saúde reprodutiva”, esclarece.
Palavra de especialista
Com base nestes dados, é importante que as equipes e os profissionais de saúde estejam atentos a sinais e sintomas depressivos. “Nestes casos, será necessário fazer uma abordagem global, focada não somente na infertilidade, mas em todos os seus desdobramentos. Assim, poderá ser oferecido um suporte emocional e terapêutico adequado a estes casais”, recomenda.
Aliás, este tipo de abordagem já é uma realidade no Centro de Fertilidade e Reprodução Assistida do Hospital Moinhos de Vento. Ficou interessado ou quer saber mais sobre o tema? Agende uma consulta e tire suas dúvidas com a equipe, pelos telefones: (51) 3314-3434 ou (51) 3537-8476 e (51) 99896-3090. O endereço fica na Rua Tiradentes, número 333, Bloco B, 5° andar, em Porto Alegre (RS).
Fonte: A Dra. Isabel de Almeida (CRM 16091) é coordenadora técnica do Centro de Fertilidade e Reprodução Assistida e coordena o projeto “Valorize a sua Fertilidade”.