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May 10, 2024 |Institucional
A utilização de robôs para procedimentos minimamente invasivos em ginecologia tem se popularizado nos últimos anos. Em contrapartida, no Brasil, o número de cirurgias abertas para retirada do útero (histerectomia) ainda é muito elevado. Para debater os usos, indicações e vantagens das intervenções robóticas, o Centro da Mulher do Hospital Moinhos de Vento promoveu, nesta terça-feira (30), um Grand Round sobre o tema.
Na abertura do encontro, o médico ginecologista José Antonio Perrone Soares, coordenador do Centro da Mulher, explicou a importância do assunto. Segundo ele, nas últimas décadas, os robôs têm sido amplamente utilizados em outros países e no Brasil, tendo o Hospital Moinhos de Vento um dos mais diversificados parques robóticos da América Latina. “As tecnologias vieram como facilitadoras, e as plataformas robóticas são um bom exemplo disso”, avaliou Soares.
A primeira aula exemplificou os usos dos robôs em patologias benignas. Ministrada pelo médico Marco Aurélio Pinho de Oliveira, coordenador da Pós-Graduação de Robótica da Rede D’Or, a palestra teve a apresentação de vídeos de cirurgias como histerectomia, miomectomia, colpopexia sacral e anastomose tubária com plataforma robótica.
“Para todos esses casos, a visão em três dimensões, a câmera estática, a precisão e angulação das pinças permitem a execução de cirurgias muito adequadas”, destacou o especialista.
Na sequência, o médico Ricardo dos Reis, titular do Departamento de Ginecologia Oncológica do Hospital de Câncer de Barretos, abordou a utilização dessas ferramentas em tratamentos contra o câncer. Para ele, os robôs apresentam larga vantagem, especialmente, para tratar tumores de endométrio.
"Nessa patologia, 70% das pacientes que atendo são obesas ou obesas mórbidas, e o robô ajuda muito nesses casos. A precisão de dissecção é muito boa", garantiu Reis.
Expansão da robótica
Os palestrantes participaram de um debate com a médica Raquel Dibi, coordenadora associada do fellowship de Cirurgia Ginecológica Avançada do Hospital Moinhos de Vento, e Pablo Wesz Nascimento, coordenador do programa de residência médica em Endoscopia Ginecológica do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas e diretor Sul-Sudeste da Sociedade Brasileira de Endometriose.
Um dos aspectos levantados por Raquel foi a utilização em maior escala desse tipo de procedimento. A expansão da robótica, destacou, envolve a indústria, a gestão hospitalar e a oferta de ensino. "Não tenho dúvida que a robótica é hoje, e não amanhã. Mas isso precisa ser reproduzido no privado e, também, no público. Mas qual é o caminho para isso?", questionou.
"Teve uma época em que se perguntava 'quantas ressonâncias magnéticas' têm na cidade? Hoje, não temos mais isso. A questão é tempo. Os robôs seguirão essa mesma lógica. Vão ficar mais baratos, aumentando o acesso", defendeu Oliveira.
“Acredito que em quatro ou cinco anos, tudo se encaminhe como a foi com a laparoscopia. Não vai ficar engessado como está hoje”, concluiu Reis.
Pablo Nascimento ponderou que, apesar das diferentes realidades do país e do mundo, o uso de robôs é um caminho sem volta. “Alguns lugares terão mais, outros menos, mas não podemos deixar de usar essa evolução”, avaliou.
O Centro da Mulher do Hospital Moinhos de Vento é um espaço dedicado à assistência de mulheres durante todas as etapas da vida, com profissionais de diversas especialidades e expertises.