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January 8, 2024 |Institucional
Um moderno regime de imagem, obtido em exames de ressonância magnética, demonstrou ter alta utilidade no diagnóstico de pacientes portadores de esclerose múltipla. O PSIR, sigla em inglês para phase sensitive inversion recovery, é capaz de identificar e localizar com precisão lesões em pessoas com a doença, principalmente aquelas presentes no córtex cerebral ou próximas a ele.
Publicado no periódico Radiologia Brasileira por especialistas do Núcleo de Esclerose Múltipla e Doenças Desmielinizantes e do Serviço de Neurorradiologia do Hospital Moinhos de Vento, o estudo “Confiabilidade entre examinadores na detecção de lesões corticais por phase-sensitive inversion recovery na ressonância magnética de pacientes com esclerose múltipla” demonstra que métodos como o PSIR podem ser cruciais em decisões terapêuticas, incluindo a transição para tratamentos mais potentes uma vez identificadas lesões 'silenciosas' no córtex cerebral. A pesquisa foi liderada pelos médicos Marco Aurélio G. de Caneda, Maria Cecília Aragon de Vecino e Marjana Reis Lima.
Para a neurologista Maria Cecília, além do papel fundamental no diagnóstico, a ressonância magnética é indispensável também no acompanhamento da eficácia do tratamento estabelecido. “A identificação mais precisa e precoce de lesões corticais na esclerose múltipla passou a ser de suma importância, uma vez, que na última revisão dos critérios diagnósticos da doença, as presença de lesões com essa localização passaram a figurar entre os critérios definidores da patologia”, salienta.
O estudo apontou conexão relevante entre o número de lesões corticais e o grau de incapacidade dos pacientes. “A literatura médica tem demonstrado que a presença de lesões corticais é um marcador importante de piora da incapacidade dos pacientes com esclerose múltipla ao longo da doença”, esclarece Maria Cecília.
No Hospital Moinhos de Vento, a busca por lesões corticais por meio do PSIR já faz parte do protocolo padrão de ressonância magnética dos pacientes com esclerose múltipla ou com suspeita da doença. A realização do exame é rápida — todo procedimento dura aproximadamente seis minutos — e não há necessidade de qualquer tipo de preparo extra em relação ao exame convencional.
A esclerose múltipla
Ainda pouco conhecida pela população, a esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica e autoimune que atinge cerca de 40 mil brasileiros, de acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). Apesar de muitos acreditarem que a enfermidade acomete a população mais idosa, ela é comum em jovens, com seu auge entre os 20 e os 40 anos, e pode inclusive se manifestar na infância. Atinge mais mulheres do que homens, especialmente em função do fator hormonal.
A doença se manifesta por meio de diversos sintomas e sinais, podendo ser diferentes, dependendo das áreas afetadas pelo acometimento, indo desde alterações de sensibilidade, até perdas de visão e equilíbrio, por exemplo. A maioria consegue levar uma vida normal, sem redução da expectativa de vida, desde que siga corretamente o tratamento.