Em 04 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial do Câncer. A iniciativa, criada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), conta com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e visa aumentar a conscientização e a educação global sobre a doença. O Hospital Moinhos de Vento, engajado a esta causa, lança, neste ano, uma campanha com uma mensagem direta e objetiva: “Não é fácil, mas é possível”.

Para concretizar este ideal, o Moinhos conta com uma equipe multiprofissional, extremamente capacitada e engajada em contribuir com a recuperação de cada paciente, de forma personalizada e nas diversas fases da sua vida: desde a prevenção, passando pelo diagnóstico e durante todo o tratamento. Afinal, existem alguns tipos de câncer que podem ser evitados. Mas se um tumor maligno for encontrado, também há enormes chances de cura e tratamentos disponíveis para que o paciente possa viver bem e com qualidade.

Centro de Oncologia é referência internacional

Além da assistência integral e atendimento humanizado, o Hospital investiu em equipamentos de alta tecnologia para exames e procedimentos de grande complexidade e precisão. Em 2016, entregou à sociedade o Centro de Oncologia Lydia Wong Ling, considerado um dos mais modernos núcleos de combate ao câncer da América Latina. O local segue os mesmos protocolos de outros centros especializados do mundo, como o Johns Hopkins Medicine, de quem é afiliado desde 2013; o que possibilita a troca de informações e atualizações imediatas. Atualmente, o Centro de Oncologia já é considerado referência internacional do câncer.

Campanha do Moinhos alerta para cuidados vitais

Dessa forma, o Moinhos de Vento está junto com o seu paciente, em todas as fases da sua vida e doença. Todavia, em sua campanha em alusão ao Dia Mundial do Câncer (“Não é fácil, mas é possível”), o Hospital reforça alguns cuidados individuais que são imprescindíveis, então:

- Conheça seu corpo;

- Fique atento aos sinais e fatores de risco;

- Consulte seu médico e faça os exames preventivos.

Quais os exames preventivos mais indicados?

O Dr. Alexander Welaussen Daudt, oncologista clínico do Hospital Moinhos, observa que os exames de detecção precoce possibilitam o diagnóstico do câncer em um estágio inicial da doença, quando o tratamento é potencialmente curativo. “De fato, existe consenso que o rastreamento regular de adultos assintomáticos para cânceres de mama, cólon (intestino grosso) e colo de útero reduz a mortalidade por essas neoplasias”, assegura.

Além disso, já existem vacinas contra o HPV (papilomavírus humano), impedindo que evolua para casos mais graves, como cânceres da vulva, vagina, pênis, ânus ou cervical. “Quanto à prevenção de câncer de pele, além dos cuidados de exposição ao sol, o aparecimento de sinais novos ou a mudança de características dos sinais existentes são motivos de alerta e consulta com especialista”, recomenda.

Mais de 700 mil novos casos/ano de câncer no Brasil

Buscar apoio qualificado e cuidar da saúde realmente é fundamental, pois as estatísticas são alarmantes. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos novos da neoplasia no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. As regiões Sul e Sudeste concentram a maior incidência da doença, chegando a 70% de incidência.

Conforme dados do INCA, o tumor maligno mais recorrente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido do câncer de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

É possível prevenir o câncer?

De acordo com o oncologista clínico do Hospital Moinhos de Vento, estudos evidenciam que 80% das doenças crônicas, como o câncer (incluindo problemas cardiovasculares e diabete, por exemplo) poderiam ser prevenidas se o indivíduo aderisse a 4 ou mais comportamentos saudáveis, tais como:

- Não fumar;

- Manter o peso corporal adequado (Índice de Massa Corpórea ou IMC menor que 30);

- Ser ativo fisicamente, praticando atividades durante 150 minutos ou mais por semana;

- Consumir uma dieta mais natural baseada em vegetais, frutas, alimentos integrais com menos carne vermelha e processados.

Dr. Alexander Daudt enaltece que o potencial dos hábitos saudáveis é notável. “A atividade física regular (aeróbica e de fortalecimento muscular), mesmo após o diagnóstico de câncer, particularmente de mama, próstata e cólon, pode reduzir a possibilidade de recorrência da doença em 30% ou mais”, salienta.

A Medicina de Estilo de Vida surge como uma alternativa eficaz

Por este motivo, o Hospital tem ampliado o seu interesse em difundir a Medicina de Estilo de Vida (MEV), que é considerada uma disciplina ainda jovem dentro da Medicina convencional, mas que é totalmente baseada em evidências científicas. “Um objetivo essencial da MEV é não somente aumentar anos de vida, mas, principalmente, acrescentar vida a estes anos”, esclarece o Dr. Daudt, que também é preceptor da Residência Médica em Oncologia do Moinhos.

“Pense na sua vida hoje e no futuro, você pode reduzir em 80% a probabilidade de desenvolver doenças crônicas potencialmente fatais ao adotar comportamentos saudáveis. Nenhum remédio, suplemento ou intervenção médica é capaz de produzir este resultado”, justifica.

“Vale lembrar que cerca de 80% dos custos dos cuidados de Saúde estão relacionados a doenças crônicas e 80% destas doenças crônicas estão ligadas a escolhas de estilo de vida. Dessa forma, a MEV propõe às pessoas, em geral, levar o autocuidado a sério, o que não é egoísmo, trazendo a saúde para a linha de frente dos cuidados e complementando a abordagem médica tradicional”, garante o Dr. Daudt.

Conheça os seis pilares da MEV e mude sua rotina

Para aderir, mesmo que de forma gradual, é importante saber que a Medicina de Estilo de Vida se baseia em 6 pilares que podem ser vistos como “anti-inflamatórios” e estão diretamente associados ao estilo de vida para a prevenção, tratamento ou mesmo a reversão de doenças crônicas, que são:

- Alimentação saudável;

- Atividade física;

- Manejo do estresse;

- Cessamento do tabagismo;

- Qualidade do sono;

- Relações pessoais.

“Ao integrar os 6 pilares, o processo de mudança comportamental será potencialmente mais efetivo, uma vez que a MEV propõe conhecer ‘quem’ é a pessoa (além dos sintomas presentes), entender a causa (por trás da causa) do comportamento não-saudável atual e proporcionar uma estrutura de assistência centrada na pessoa, que amplia - em tempo e conteúdos - o impacto terapêutico da consulta tradicional. Idealmente, isto inclui a disponibilidade de um time multidisciplinar, abordagem ‘coach’, grupos de apoio e recursos digitais”, ressalta o oncologista.

Mas o que fazer em caso de um diagnóstico positivo?

Conforme o Dr. Daudt, neste momento os fundamentos da MEV se aplicam integralmente:

- Hábitos saudáveis podem ser iniciados ou implementados;

- Conexões e suporte social precisam ser ampliados;

- Aprender a lidar com o estresse também é fundamental;

- Reconhecer e reformatar pensamentos negativos e frequentes se fará urgente;

- Buscar outras práticas, como passar mais tempo em contato com a natureza, “mindfulness”, yoga ou alguma arte e mesmo um voluntariado poderá ser interessante;

- Lembrar que a crise vital de enfrentar uma doença também oferece uma oportunidade para o autoconhecimento e o florescimento pessoal é imprescindível.

- Ter em mente que este pode ser o seu momento de encontrar a sua razão de viver, que, em japonês, se diz “ikigai”, poderá ser transformador. Ou seja, perceber e dar valor ao que lhe faz levantar da cama ao amanhecer de cada novo dia.

Convém observar que a área da Medicina de Estilo de Vida está sendo desenvolvida para atuar  integrada à Oncologia do Moinhos e outras especialidades, principalmente junto à Medicina Interna, conforme planejamento da Superintendência Clínica.

E, hoje, como o Moinhos contribui com quem recebe o diagnóstico?

Quando o paciente recebe o diagnóstico médico de que tem um câncer, imediatamente é encaminhado a um enfermeiro navegador, que o recebe em uma sala de acolhimento. Este amparo integra o serviço “Nurse Navigator”, do qual o Hospital Moinhos de Vento é pioneiro no Brasil.

Assim, há um momento para uma conversa acolhedora, juntamente com a consulta de enfermagem, com preenchimento de dados e, especialmente, para saber se este indivíduo conta com uma rede de apoio social e familiar. Após esta fala, o paciente já vai sair do Hospital com todos os seus exames agendados pelas secretárias do Moinhos, seguindo as requisições médicas. Dessa forma, o Programa de Navegação reduz o tempo despendido entre o diagnóstico de câncer e o início do tratamento. Posteriormente, o acompanhamento profissional continua. É verificado se os exames foram realizados e qual será a conduta médica adotada: ou seja, se haverá recomendação de cirurgia ou quimioterapia, por exemplo.

Em que momento é possível contar com o enfermeiro navegador?

“O enfermeiro navegador acompanha o paciente do início do diagnóstico até a alta terapêutica. Passamos juntos todas as etapas do processo que ele está vivenciando, com empatia e respeito. Ficamos atentos para entender o cuidado que ele vai precisar, pois, direcionando o olhar para as fragilidades deste paciente é  possível ofertar um cuidado personalizado. Caso ele more sozinho, por exemplo, falaremos com algum familiar, amigo ou vizinho. Principalmente, se ele tiver alguma indicação cirúrgica e quimioterápica, pois vai necessitar de um suporte durante e após estes procedimentos”, explica Aline Florisbal Prestes, Enfermeira do Núcleo Mama.

“Como atuamos como um elo entre o paciente e toda a equipe do Hospital (como mastologistas, oncologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos ou psiquiatras), podemos avaliar as suas necessidades e buscar apoio de outros especialistas, com agilidade”, esclarece. “Também ouvimos os seus sentimentos, trazendo um impacto positivo na diminuição da ansiedade, depressão, controle e manejo dos sintomas, continuidade dos cuidados e qualidade de vida”, avalia. Além do Núcleo Mama, há enfermeiras navegadoras que acompanham pacientes oncológicos nas áreas de quimioterapia, radioterapia, Cabeça e Pescoço, Reto e Cólon, entre outras. Vale observar que o Hospital Moinhos recebeu a Certificação MAGNET, que é o reconhecimento mais elevado pela excelência na prática de enfermagem.

“Nos sensibilizamos e entendemos o momento do paciente. O olhar está sempre voltado a ele. Assim, damos todo o suporte e criamos um elo de segurança e confiança. E o retorno é muito bom. Pelos depoimentos, percebemos que este serviço traz uma tranquilidade maior: eles valorizam ter uma pessoa com quem podem contar e confiar”, declara. E os números confirmam isso: há um índice de cura de 92% dos pacientes do Núcleo Mama, em cinco anos, semelhante aos dados dos melhores hospitais mundiais.

Reuniões de equipe multidisciplinares garantem melhores resultados

Mas nada funciona de forma isolada. Além do acolhimento feito pelas equipes de enfermagem, nutrição, psicologia e pelo médico assistente - com cuidados centrados na pessoa -, o grupo de profissionais do Centro de Oncologia pratica, semanalmente, reuniões de equipe, onde casos clínicos, com a autorização do paciente e a presença de seu médico, são discutidos por um time multidisciplinar (com oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas, patologistas, radiologistas) com expertise específica naquele tipo de câncer, após a revisão do diagnóstico (exame anátomo-patológico e imagem).

A evidência atual é significativa para este tipo de abordagem, que inclui reuniões de discussão multidisciplinares: os pacientes apresentados têm 20% mais chance de receber um diagnóstico correto, ou seja, as reuniões ratificam 20% dos diagnósticos iniciais.

Todos reagem igual ao ter o diagnóstico ou durante o tratamento?

“É de fundamental importância termos presente a ideia de que cada indivíduo irá enfrentar o momento de diagnóstico e tratamento de forma única. As experiências não podem ser comparadas. A forma como cada um irá viver esse processo, dependerá muito de quem essa pessoa é na vida. A doença poderá ter diferentes sentidos e significados, dependendo do contexto em que ela surge”, adverte a psicóloga assistencial do Ambulatório de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento, Karine Viana Maciel.

Segundo ela, diante da descoberta do diagnóstico, uma série de dúvidas e inseguranças podem se fazer presentes, tais como:

- Questões associadas ao trabalho: por vezes há a necessidade de afastamento por um período ou mesmo o pedido de aposentadoria;

- Aspectos relacionados às mudanças na imagem corporal também merecem uma atenção especial, pela possibilidade de perda dos cabelos e as dificuldades que podem surgir relacionadas ao auto reconhecimento diante da nova identidade que se apresenta;

- A condição de fragilidade física, que pode se apresentar como uma decorrência dos efeitos colaterais do tratamento.

A psicóloga assistencial salienta que é importante prestar a atenção sobre os impactos que todas essas mudanças podem produzir, também, na relação com os familiares e mesmo na posição que esta pessoa ocupa no seu núcleo de convívio e trocas. “É fundamental compreender a singularidade de cada história e também investir no cuidado com a saúde emocional”, sugere.

“Os pacientes lidam com inúmeros afetos que vão surgindo no decorrer deste processo, tais como medo, insegurança, dor, angústia, sentimento de impotência, ansiedade, dentre outras preocupações. Ainda assim, nesse processo de tantos significados também é possível construir uma nova percepção de si mesmo. Alguns aspectos da vida também ganham espaço para serem revistos”, adianta Karine Viana Maciel.

“Dessa forma, fará toda a diferença poder ter um espaço de escuta e acolhimento, sentir que seus sentimentos são validados e que aquele que está ali, prestando os cuidados necessários, se faz presente de forma inteira e disponível. Essa atenção poderá vir por parte da equipe multidisciplinar, da família, de amigos, colegas e pessoas próximas. Quando toda essa rede se apresenta de forma íntegra e consolidada, as possibilidades destes pacientes sentirem-se mais seguros diante do enfrentamento da doença aumentam de forma significativa e tornam o enfrentamento deste processo, mais possível e potente”, garante.

Como tornar o tratamento mais tranquilo?

“Então, como sabemos, não é nada fácil receber o diagnóstico e fazer um tratamento contra um câncer. Esse é um momento delicado não só para o paciente, mas também para sua família, amigos e toda sua rede de apoio. Surgem muitas dúvidas, incertezas, medos e preocupações sobre como será todo o processo. Porém, é importante falar que muito pode ser feito para tornar essa jornada mais tranquila”, afirma a nutricionista assistencial do Centro de Oncologia do Moinhos, Vanessa da Silva Alves.

Quais são as dicas para ajudar neste período?

Veja, abaixo, algumas sugestões elaboradas, especialmente, para contribuir com esta fase:

1) Busque ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar altamente qualificada, como a do Hospital Moinhos de Vento. O grupo é formado por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, dentistas, farmacêuticos e demais membros. Estes profissionais estão alinhados com toda a jornada do paciente e têm conhecimento sobre o que há de melhor para poder ajudar. Os estudos científicos demonstram que ter este tipo de acompanhamento, multidisciplinar, melhora a qualidade de vida e a adesão ao tratamento, além de contribuir para o controle dos sintomas e oportunizar um atendimento de forma humanizada e individualizada.

2) Procure ter uma alimentação bem variada e saudável. Para isso, o nutricionista oncológico poderá te orientar de uma forma bem personalizada, no decorrer de toda a sua jornada: a alimentação equilibrada, contendo todos nutrientes, é essencial em todas as etapas do tratamento oncológico. Assim, o nutricionista especializado em Oncologia tem o papel de orientar o que deve ser consumido e quais os alimentos devem ser evitados, de acordo com o protocolo de tratamento. Com a avaliação nutricional, é possível corrigir deficiências nutricionais, prevenir e tratar a desnutrição, assim como a perda de massa muscular. Outro ponto importante é que o nutricionista oncológico poderá orientar sobre como lidar com os sintomas que podem atrapalhar a alimentação. Isso torna a jornada do paciente mais tranquila, com qualidade de vida e auxilia a melhorar a resposta ao tratamento.

3) A água é fundamental não só para manter o organismo bem hidratado como um todo, mas também para auxiliar no funcionamento do intestino, minimizar as náuseas e a fadiga. Hidrate-se! Para saber o quanto de líquido você necessita ingerir, converse com o seu médico oncologista e nutricionista.

4) Cuidado com as “fake news” da alimentação. A internet tem muita informação que pode ajudar a esclarecer dúvidas, mas pode trazer dados distorcidos. Até o presente momento, não há comprovação científica sobre algum alimento ou suplemento alimentar que – sozinho - possa curar o câncer. Desconfie de informações sobre alimentos milagrosos e busque ouvir somente fontes confiáveis. O que temos de evidência é que uma alimentação saudável, equilibrada e com menos alimentos industrializados ajuda a melhorar a resposta ao tratamento.

Busque apoio qualificado

Reafirmando a Campanha “Não é fácil, mas é possível”, do Hospital Moinhos de Vento: conheça seu corpo; fique atento aos sinais e fatores de risco; consulte seu médico e faça os exames preventivos.

Em caso de dúvidas, marque a sua consulta com um clínico geral ou especialistas. Caso queira saber mais sobre este tema, o Serviço de Oncologia fica localizado na Rua Tiradentes, Bloco B, nº 333, no 2° andar. Você também pode ligar para (51) 3314-3434. Se preferir, vá até a Unidade HUB Canoas, que fica na Avenida Getúlio Vargas 4831, no município de Canoas. Telefones: (51) 3537-8000 ou (51) 3314-3434.

Fontes: 

Dr. Alexander Welaussen Daudt (CRM 10624) é oncologista clínico, preceptor da Residência Médica em Oncologia do Hospital Moinhos de Vento e possui Certificação em MEV pelo ACLM (“American College of Lifestyle Medicine”); Aline Florisbal Prestes é enfermeira do Núcleo Mama; Karine Viana Maciel é psicóloga assistencial do Ambulatório de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento e Vanessa da Silva Alves (CRN-2 9273) é nutricionista assistencial do Centro de Oncologia e membro da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) do Hospital Moinhos de Vento.