O câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens (17.760 casos novos por ano) e o quarto em mulheres no Brasil (12.440 casos novos); sem contar o câncer de pele não melanoma. Ainda de acordo com o Instituto de Câncer (INCA), é o primeiro em todo o mundo em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. Em mortalidade, é o primeiro entre o público masculino e o segundo entre o feminino. Por este motivo, 1º de agosto foi escolhido como o Dia Mundial do Câncer de Pulmão para comemorar junto com os que se curaram desta doença, mas também para alertar sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces. Mas quais são as suas principais causas? Será que, com a pandemia, as pessoas fumaram mais ou menos? E o COVID-19, contribuiu para o aumento de casos desta neoplasia?

De acordo com o chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Marcelo Basso Gazzana, o tabagismo é, sem dúvida nenhuma, um fator de risco importante para o desenvolvimento do câncer de pulmão. “Por este motivo, parar de fumar é essencial. A probabilidade não diminui imediatamente, mas vai ficando menor, ao longo do tempo”, garante. “Um ex-tabagista sempre tem um risco um pouco maior do que aquele que nunca fumou, mas, mesmo assim, é muito menor do que para a pessoa que continua fumando”, compara.

Outras causas

Além do tabagismo, existem outras possíveis causas para o câncer de pulmão, como a poluição ambiental, a exposição à radiação e as questões genéticas. “Então, pacientes com história desta neoplasia na família, principalmente se tiver ocorrido com um indivíduo não fumante ou mais jovem, têm que ficar alerta e já consultar um médico especialista para fazer uma avaliação”, recomenda Dr. Marcelo Basso Gazzana.

E o COVID-19?

O COVID-19 acabou desempenhando um papel ambíguo em relação ao câncer de pulmão. “Ele não é causa, mas contribuiu para que muitas pessoas fizessem tomografias para investigarem a doença respiratória. Assim, elas tiveram a oportunidade de descobrir nódulos e alguns eram de câncer de pulmão. Então, o COVID acabou fazendo com que se achassem mais câncer”, explica. “Por outro lado, a infecção retardou muitos checkups e os indivíduos que não tiveram a doença não fizeram tomografias e nem os seus exames de rotina, logo, não tiveram a chance de encontrar a neoplasia, precocemente”, complementa.

E o número de fumantes? 

Ainda se discute se, pela pandemia, as pessoas fumaram mais ou menos. “Há estudos diferentes, que defendem os dois lados. Por um lado, alguns especialistas dizem que o COVID causou estresse e o paciente, por ficar mais em casa, parado, acabou fumando mais. Já outros defendem que, pelo medo do prognóstico ser pior em fumantes, os indivíduos acabaram deixando de fumar. Então, ainda não é uma análise conclusiva e pode mudar de país para país”, compara o chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento.

Quais são as principais recomendações?

Segundo o INCA, a detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar uma maior chance de tratamento bem sucedido. Ela pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença ou de pessoas sem sinais ou sintomas, mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

“Isto é obrigatório, especialmente, em pacientes que fumam uma quantidade razoável (de cigarros, por exemplo) ou que deixaram de fumar há menos de quinze anos”, alerta. “Então, a tomografia de baixa dose, sem contraste, anual é recomendada. Os pacientes com histórico familiar também devem fazer avaliações rotineiras”, indica.

Quais são os sinais e sintomas mais comuns?

O Instituto de Câncer revela ainda que, na maior parte dos casos, os sintomas apresentados não são causados pelo câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias. entre eles, tosse e rouquidão persistentes; sangramento pelas vias respiratórias; dor no peito; dificuldade de respirar; fraqueza e perda de peso sem causa aparente.

Avanços no tratamento

Para o câncer de pulmão são indicados alguns tratamentos, como cirurgias, inclusive a robótica. “Também temos a radioterapia estereotáxica (SBRT) que realmente é um método mais seguro e com menos efeitos colaterais. Ainda contamos com as imunoterapias e as terapias-alvo, que têm menos efeitos adversos, são mais toleráveis e têm uma eficácia muito boa”, analisa o médico. 

“Também existem várias estratégias novas de medicamentos, seja como tratamento isolado ou combinado com a cirurgia ou com a radioterapia”, enaltece. “A cada dia se pesquisa mais porque câncer de pulmão é muito comum e tem uma uma letalidade alta. Então, descobrir precoce e tratar agressivamente é uma chance maior de o paciente sair curado desta doença”, ressalta o especialista.

Fonte: Dr. Marcelo Basso Gazzana (CRM 21082), chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento.

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