No seu dia a dia parece que você não vai dar conta de tantas tarefas e atividades no trabalho? Sente-se extremamente cansado e estressado? Cuidado: você pode estar com a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional. Mas como ela se manifesta? Quais são as características? E como revertê-la? A médica psiquiatra do Núcleo Mama e da Clínica de Dor do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Lorena Caleffi, traz alguns conselhos valiosos e extremamente práticos para que você possa ter uma vida mais tranquila, sem se cobrar ou culpar tanto. A principal dica é manter a atenção plena no aqui e agora.

Mas o que é a Síndrome de Burnout?

Segundo o Ministério da Saúde, trata-se de um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. O paciente vivencia situações de trabalho desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade e fazem com que atue, diariamente, sob pressão. 

“Este raciocínio começou na década de 70 e a expressão 'Burnout', traduzida do inglês, significa ‘se queimar por completo’, que é uma sensação relacionada, especificamente, ao exercício profissional. Este esgotamento profundo pode estar vinculado ao excesso de autocobrança por um excelente desempenho no trabalho, segundo um nível de realização e sucesso exagerados”, esclarece a médica. A síndrome pode levar à depressão e por isso é imprescindível procurar apoio profissional no início dos sintomas.

Quais são as características principais?

De acordo com a psiquiatra, as pessoas que acabam tendo maior chance de desenvolver a Síndrome de Burnout são competitivas, esforçadas, impacientes e têm muita necessidade de controle das situações. “Elas também consideram que as suas possibilidades são consequência da capacidade dos outros, ou seja, não se sentem responsáveis por atingir os seus objetivos. Colocam essa responsabilidade nos outros. São indivíduos com uma dedicação profissional além do necessário e que acabam abrindo mão de hobbies e de momentos de descanso, de lazer e em família”, descreve.

“Geralmente, são muito exigentes e acabam se frustrando com muita facilidade, pois têm uma certa tendência a não serem realistas e a se decepcionar. Costumam ser centralizadoras, com dificuldade de delegar tarefas e trabalhar em grupo. Mulheres têm maior chance de apresentarem queixas de exaustão emocional e, homens, de despersonalização. Solteiros, viúvos ou divorciados, que têm menos amparo em casa, também têm mais chances de desenvolverem essa Síndrome”, exemplifica.

Evite fazer balanços ou comparações

“Profissionais que têm essas características e que, pela pressão social, se pegam fazendo balanços de suas vidas e acabam se comparando a outros colegas, e consigo mesmo (em relação a outros anos), têm maior possibilidade de terem ansiedade e desenvolverem outros sintomas. Além disso, temos um percentual da população que já têm algum problema psiquiátrico prévio ou possui uma tendência neste sentido (como fatores genéticos) e que terá mais chances de desenvolver uma síndrome emocional, ou mesmo psiquiátrica, nesta época”, ressalta a Dra. Lorena Caleffi.

Férias e hobbies ajudam a reverter os sintomas

De acordo com pesquisadores finlandeses, em oito dias de férias a pessoa estaria plenamente relaxada e reenergizada. Estes efeitos positivos começariam imediatamente, mas iriam diminuindo, progressivamente, até quase desaparecerem no 11º dia de “repouso”. Vale lembrar que a Finlândia é o país que lidera o Relatório Mundial da Felicidade, pela quinta vez consecutiva.

“No Brasil, não temos muitos estudos sobre o período ideal de descanso, mas existem várias diretrizes em termos de saúde mental e de prevenção de doença emocional que recomendam ter um hobby, ou seja, algum interesse que não seja vinculado a ganho financeiro. Podem ser trabalhos manuais e voluntários, além de práticas esportivas, como lazer, apenas para se divertir. Mas, no caso dos esportes, a indicação não deve ser confundida com exercícios e atividades físicas diárias. Estas devem ser mantidas sempre, com disciplina, não só aos finais de semana, pois também contribuem para a prevenção e a manutenção da saúde mental”, enfatiza.

“O tempo de férias depende de cada um. É muito particular. Uma ideia é fazer pequenos intervalos de folga, ao longo do ano. Organizar um dia de feriado e mudar de ambiente também ajuda. Você nem precisa ir longe, mas é bom fazer uma programação diferente para, inclusive, reciclar o funcionamento cerebral e prevenir quadros de declínio cognitivo ou demenciais”, recomenda a psiquiatra.

Técnicas de Mindfulness

“Como conselho, também sugiro as ‘Técnicas de Mindfulness’ cuja base é a atenção plena, que significa foco no momento presente, ou seja, prestar atenção no agora. No que está fazendo, onde está, com quem está falando, o que está dizendo, o que está escutando neste exato momento. O resto não está acontecendo, é só um pensamento. Pode ser uma memória, uma projeção, mas é só um pensamento.”

“Então, conseguir exercitar a atenção plena é uma das maneiras de a gente conseguir se recolocar, se reposicionar na vida. A partir daí, dá para tentar fazer novos projetos e planos. Mas só quando começar a se sentir menos ansioso, triste, angustiado, deprimido, tenso e preocupado. Quando você estiver assim não é um bom momento de pensar no futuro, pois a tendência é de que pense em um ‘amanhã’ mais difícil e menos satisfatório do que pode ser”, observa.

“Portanto, a sugestão é essa: treinar a ‘Mindfulness’ que é a atenção plena, no momento do aqui e agora e se reconectar consigo mesmo”, garante a especialista. Existem vários sites com informações a respeito. Na página da American Mindfulness Research Association (AMRA), por exemplo, você pode conhecer algumas práticas para o cotidiano.

Mas caso você tenha ficado com dúvidas sobre o tema, precise de mais dicas práticas ou queira falar com os especialistas da Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento, agende uma consulta pelo telefone: (51) 3314-3434.

Fonte: Dra. Lorena Caleffi (CRM 17.211) é médica psiquiatra do Núcleo Mama e da Clínica de Dor do Hospital Moinhos de Vento.

 

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