Segundo o Ministério da Saúde, a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. Segundo dados obtidos por uma pesquisa da Associação Internacional de Gestão do Estresse (International Stress Management Association - Isma) realizada antes da Pandemia, a síndrome atinge 32% dos trabalhadores brasileiros ou 33 milhões de pessoas.

A psiquiatra do Núcleo Mama e da Clínica de Dor do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Lorena Caleffi, lembra que a síndrome foi incluída na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional. A especialista explica que, na Síndrome de Burnout, o fator desencadeante é interno e individual; parte da maneira como a própria pessoa se coloca no ambiente de trabalho

“Como a síndrome está presente em um terço dos trabalhadores brasileiros, isso significa, certamente, um aumento de absenteísmo (faltas), consultas médicas, de atestados, de afastamentos, de insatisfação e de risco para desenvolver outras doenças clínicas. Porque a gente sabe que o estresse, por si só, diminui o funcionamento do nosso sistema imunológico, o que pode causar doenças inflamatórias, depressão e transtorno de ansiedade generalizada. Além disso, todas as doenças que também têm uma base genética, podem vir a se manifestar no momento em que a pessoa está vivendo esse estresse crônico”, esclarece.

“Se a gente não prestar atenção, o estresse pode ser muito danoso, desde situações de alteração de peso, como manutenção de obesidade, até o aparecimento de doenças que geneticamente cada indivíduo está mais propenso (ou estaria mais propenso), como neoplasias, alterações cardiológicas e doenças psiquiátricas”, alerta. “Até mesmo uma crise psicótica pode estar relacionada ao fato de a pessoa ter experienciado um momento de estresse grave um pouco antes. Então, cada indivíduo precisa prestar atenção ao nível de estresse que está se submetendo e não deixar que isso seja danoso para o seu organismo”, pondera Dra. Lorena.

Fazer exercícios físicos, manter uma alimentação saudável e praticar a meditação podem ajudar a pessoa. “O fato de desligar o som do celular e de não levá-lo para o lado da cama também podem contribuir. Hoje em dia, com o trabalho on-line, a fronteira entre o espaço físico da empresa e o lar se desfez, mas é preciso voltar a respeitar o horário de descanso, das refeições, de ficar com a família. E manter essa fronteira, como se o trabalho tivesse ficado do lado de fora de casa”, aconselha. “Mas se por acaso a situação evoluir para um momento mais grave e o indivíduo não conseguir se dar conta disso, pode acontecer de precisar de atendimento psicológico e, às vezes, desenvolver até uma crise depressiva, que precisará tratar com medicação”, avalia.

“Se eu pudesse fazer uma recomendação, diria para que as pessoas não precisem virar pacientes. Que se cuidem e olhem pra si mesmas. Que pensem no seu futuro e analisem o seu presente e vejam aonde o seu presente as está levando”, aconselha. “Entretanto, para quem é paciente, é indicado que mantenha o tratamento até o final, especialmente o uso de antidepressivos. O organismo precisa de, ao menos, um ano para a sua recuperação”, elucida.

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Prêmios e Certificações

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