O câncer de mama é o segundo tipo de tumor mais comum em mulheres de todas as regiões do Brasil, sendo o primeiro o câncer de pele não melanoma, de acordo com o INCA. Ainda segundo o Instituto, para cada ano do triênio 2020/2022, serão diagnosticados no Brasil cerca de 66.280 novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. 

Para a Dra. Francine Hehn de Oliveira, Coordenadora da Patologia do Hospital Moinho de Ventos, destaca dizendo que “cada vez mais, temos visto na nossa rotina diária, casos de pacientes com câncer de mama na faixa dos 30 anos, e também alguns vários casos antes mesmo dos 30. É preciso falar sobre a doença, e informar a população que apesar de menos frequente, ele também ocorre em pacientes jovens.” 

O câncer de mama

O câncer de mama é, basicamente, a multiplicação desordenada de células anormais da mama que formam tumores maléficos, capazes de afetar outros órgãos. Existem diversos tipos de câncer de mama, alguns com desenvolvimento rápido e outros não. Apesar de também acometer os homens, eles representam apenas 1% dos casos de câncer de mama.

O que aumenta o risco de câncer de mama?

Existem diversos fatores de risco relativos ao câncer de mama, sendo a idade o principal. Mas, também existem fatores ambientais, comportamentais, da história reprodutiva e hormonal, além dos genéticos e hereditários. 

Podemos citar alguns fatores importantes, como obesidade, sobrepeso, histórico familiar de câncer de mama e ovário, alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2 e reposição hormonal após a menopausa, principalmente por mais de 5 anos.

Importância da detecção precoce

O câncer de mama pode e deve ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, o que aumenta a possibilidade de cura, com tratamentos também menos agressivos. 

E, de acordo com o INCA, a maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. É imprescindível a realização da mamografia, principalmente após os 50 anos. Inclusive, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento seja realizada em mulheres entre 50 e 69 anos a cada dois anos. Porém, vale ressaltar que a Sociedade Brasileira de Mastologia sugere rastreamento mamográfico a partir dos 40 anos e a OMS (Organização Mundial de Saúde) nos últimos anos também tem sugerido que as mulheres iniciem seus exames de rotina entre 40 a 49 anos, devido o fato da metade dos casos de câncer de mama estar sendo diagnosticado antes dos 50 anos.

Segundo a Dra. Maira Caleffi, chefe de mastologia do Hospital Moinho de Ventos, “A mamografia é o único exame que mostrou até hoje impacto na diminuição no número de mortes por câncer de mama por conseguir detectar lesões ainda tão pequenas e não palpáveis. A maioria dos países de primeiro mundo possuem programas de governo para rastreamento mamográfico de mulheres assintomáticas.”

Ela continua: “A pandemia na questão de consultas médicas e exames preventivos em geral trouxe graves problemas. A queda da procura por mamografia de rastreamento foi no primeiro ano de 50-70% em alguns estados brasileiros. Aqui em Porto Alegre mesmo no Centro de Imagem do Hospital Moinhos de Vento a procura caiu muito, queda de 50% em 2020 e 30% em 2021.”

Também, a médica relembra do trabalho incansável dos profissionais do Hospital Moinho de Ventos, que realizou a busca ativa de mulheres vinculadas ao Núcleo Mama, facilitando o acesso de marcação de exames seguindo todos os protocolos sanitários anti-Covid. Como resultado, nos meses de outubro a dezembro de 2021, os exames de mamografia de rastreamento já estavam quase normalizados

O rastreamento genético

Outro exame que pode proporcionar o diagnóstico precoce é o rastreamento genético. O conhecimento de variantes patogênicas germinativas, que já estavam presentes no nascimento, em genes responsáveis por alguns tipos de câncer, pode proporcionar a prevenção de tumores malignos com cirurgias preventivas. 

Dentre as cirurgias mais comumente indicadas estão a mastectomia bilateral e a salpingo-ooforectomia bilateral em pacientes com mutação nos genes BRCA1 ou BRCA2. 

Ademais, conhecer mutações em genes associados a câncer pode também indicar a realização de exames preventivos específicos para a detecção precoce de câncer. Por exemplo, a ressonância magnética de todo o corpo anualmente, para pacientes com mutação do gene TP53.

Já para mutações em genes específicos para câncer de mama, o rastreamento destas pode indicar tratamento de quem já teve o diagnóstico, com medicamentos chamados inibidores de PARP, que reduzem o risco de recorrência do câncer de mama. Assim, pessoas que já tiveram o câncer de mama também podem se beneficiar com o rastreamento. 

De acordo com a Dra. Francine Hehn, “o exame para detecção das formas familiares e predição de risco para desenvolvimento de câncer de mama é muito simples e pode ser realizado através de uma coleta de sangue. Este exame pode ser feito no nosso laboratório (Hospital Moinho de Ventos), e a amostra coletada no posto de coleta que funciona no sexto andar do bloco A, anexo ao laboratório de genética e biologia molecular.”

Ainda, ela afirma quanto à recomendação do rastreamento genético que “no Núcleo Mama  do Hospital fazemos acompanhamento de famílias com alto risco genético para câncer através de consulta com mastologista e geneticista, que juntos selecionam as mulheres e famílias para testagem genética e acompanhamento de acordo com as mutações detectadas. Estamos com 10 anos de experiência nesse tipo de atendimento e já podemos dizer que muitas vidas foram salvas.”

A Dra. Maira Caleffi ainda complementa acerca da recomendação do exame, afirmando que este teste genético deve ser considerado para qualquer indivíduo que tenha predisposição genética, com parente de primeiro grau apresentando câncer de mama, ovário, pâncreas e ascendência judaica Ashkenazi, dentre outros casos. 

Contribuições:

Dra. Francine Hehn de Oliveira
coordenadora do Laboratório  de Patologia, Gen e Biologia Molecular HMV

Dra. Maira Caletti,
chefe da mastologia HMV

Dra. Marcia Graudenz
patologista especialista em mama HMV

Dra. Daniela Rosa
oncologista HMV

Dra. Camila Bittar,
geneticista HMV

Agradeçemos pela sua inscrição!

Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
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Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1