A artrite reumatoide chega a afetar até 1% da população adulta, três vezes mais mulheres do que homens, geralmente indivíduos geneticamente predispostos e expostos a determinados fatores ambientais. É uma doença inflamatória crônica predominante das articulações das mãos, punhos, cotovelos, ombros, quadris, joelhos, tornozelos e pés, além da coluna vertebral, mas também compromete órgãos internos como pulmão, coração e rins. De acordo com a chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital Moinhos de Vento e da Unidade Iguatemi, Dra. Karina Gatz Capobianco, a progressão do quadro articular, decorrente do atraso no diagnóstico ou no tratamento, pode levar a deformidades articulares irreversíveis e incapacidade funcional alterando muito a qualidade de vida dos pacientes, em geral, em fase produtiva. Os períodos de crises são intercalados com fases onde os sintomas regridem bastante. Isto dificulta, muitas vezes, a definição do diagnóstico precoce e imediata instituição da terapia eficiente para adequado controle da evolução da patologia”, explica Dra. Karina. E completa: “Quando a doença está ativa os sintomas extra-articulares podem incluir fadiga, perda de energia, cansaço, falta de apetite, perda de peso, além das manifestações articulares propriamente ditas como dor, inchaço e limitação da função das articulações comprometidas, rigidez articular matinal e dores musculares generalizadas”. Numa fase inicial da doença, no entanto, é mais difícil identificar estes sinais e sintomas típicos, por este motivo um alto grau de suspeição deste diagnóstico deve estar sempre presente na avaliação do médico especialista. Causa desconhecida Apesar dos avanços nas pesquisas, a causa da artrite reumatoide ainda é desconhecida. Vários estudos sugerem que agentes infecciosos como vírus ou bactérias podem estar envolvidos na origem da doença, em indivíduos geneticamente predispostos e expostos a determinados fatores ambientais ainda desconhecidos. A resposta do organismo aos eventos estressantes físicos ou emocionais podem desencadear ou ativar a doença. Mesmo predominando em mulheres, a doença tende a ser mais agressiva nos homens, com maior frequência de manifestações sistêmicas extra-articulares e maior dificuldade de controle dos sintomas com a terapêutica convencional. “Não é possível, até o momento, ter uma ideia de como será a progressão da artrite reumatoide, pois pode variar individualmente em cada caso”, adverte a médica do Hospital Moinhos de Vento. Tratamento Como ainda não há cura para a artrite reumatoide o tratamento tem como objetivo reduzir a inflamação articular, a dor e melhorar a capacidade funcional, evitando a destruição das articulações e a deformidade irreversível das mesmas. A intervenção médica precoce é fundamental para minimizar os danos causados pela doença e o prejuízo na qualidade de vida dos pacientes. O tratamento medicamentoso inclui, além de analgésicos e antiinflamatórios, corticoesteróides e as chamadas drogas modificadoras da evolução da doença ou também chamados DMARDS. Estas drogas são Sulfasalazina, Hidroxicloroquina, Metotrexato, Leflunomida além de imunossupressores como Azatioprina e Ciclosporina. Alguns medicamentos de uso mais recente, chamados imunobiológicos, desenvolvidos através de tecnologias baseadas na biologia molecular, trouxeram novas e promissoras possibilidades terapêuticas. Uma vez que se tenha utilizado as drogas convencionais e sem melhora significativa da doença, ou mesmo, remissão total dos sintomas após 3 a 6 meses de utilização, está indicado a terapêutica imunobiológica. Esta constitui no uso de drogas biológicas como infliximabe, adalimumabe, etanercept, abatacept, tocilizumabe e rituximabe entre outros. Estas medicações são aplicadas em centros específicos de infusões onde há uma equipe multidisciplinar com médicos, enfermeiros, farmacêuticos e auxiliares de enfermagem treinados no atendimento dos pacientes em tratamento. Atualmente, os consensos nacionais e internacionais de tratamento da artrite reumatoide preconizam o início mais precoce da terapia imunobiológica com drogas mais efetivas para controle da evolução da doença. Não se recomenda mais que haja um período prolongado de avaliação da eficácia do primeiro tratamento instituído, com o objetivo de limitar as complicações futuras determinadas pela doença e a incapacidade funcional irreversível. As cirurgias com colocação de próteses articulares estão indicadas quando estas complicações já estão estabelecidas. Fonte: Dra. Karina Gatz Capobianco – CRM 16097 Serviço de Reumatologia Hospital Moinhos de Vento.

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