Época de férias faz com que o interesse em conhecer lugares e culturas diferentes aumente. No momento de planejar a viagem, quando se busca referências do local de destino e o tempo de estadia, também é importante saber informações sobre os riscos que a região pode oferecer. Estar em dia com as vacinas é fundamental, pois muitas doenças comuns em diversas regiões do Brasil e do mundo já têm vacina prevista no calendário nacional de imunização de crianças, adolescentes, adultos e idosos. O risco de doenças infecciosas de um país pode variar entre regiões do próprio país, em relação aos outros países, e ao longo do tempo. O exemplo mais recente é a febre amarela, que teve risco epidêmico declarado no estado de Minas Gerais, rota com diversos pontos turísticos reconhecidos nacional e internacionalmente. Outro exemplo que a cada verão traz o risco de uma epidemia maior que os anos anteriores em todo território nacional é a dengue, que em 2016 registrou 629 mortes*. No caso de destinos internacionais, para comprovar a vacinação contra a febre amarela, muitos países exigem a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), documento emitido pelos postos credenciados pela ANVISA. As vacinas em geral devem ser ministradas no mínimo quatro semanas antes da viagem e, em alguns casos, podem provocar reações, sendo as mais frequentes no local da aplicação como dor, inchaço e vermelhidão, que desaparecem em até 48h. Lembrar que algumas vacinas precisam de mais de uma dose ou reforços para atingir a proteção adequada, sendo que o ideal é atingir esta proteção antes de viajar. No retorno da viagem, é importante estar atendo para o tempo de incubação das doenças, conforme explica e complementa o Dr. Paulo Ernesto Gewehr Filho, médico Infectologista e coordenador do Núcleo de Vacinas da Unidade Iguatemi do Hospital Moinhos de Vento. “As doenças possuem períodos de incubação de alguns até vários dias, podendo o viajante retornar da viagem e só apresentar sintomas dias depois, podendo até colocar em risco outras pessoas. Como exemplos do tempo de incubação que as doenças podem apresentar, ou seja, do contágio até o aparecimento dos sintomas, temos a dengue, com até 15 dias, a febre amarela, 6 dias, a meningite meningocócica, 10 dias, a gripe, 7 dias, a caxumba, 25 dias, o sarampo, 21 dias, coqueluche, 21 dias, e hepatite A, 30 dias.”

As doenças mais comuns:

FEBRE AMARELA: a doença é provocada pelo vírus da febre amarela, chamada de urbana quando transmitida pelo Aedes aegypti, ou silvestre quando transmitida pelos mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes. A vacina é indicada para pessoas que moram em áreas de risco localizadas principalmente na África subsaariana ou na zona tropical da América do Sul, localização dos estados de Minas Gerais e São Paulo, que já registraram mortes pela infecção em 2017. A comprovação da vacinação é solicitada por vários países do mundo para viajantes vindos de países com casos de febre amarela, a fim de evitar que o vírus se espalhe em locais onde a doença ainda não existe ou já foi erradicada. DENGUE: essa conhecida doença viral também transmitida através do mosquito Aedes aegypti teve a primeira vacina disponível recentemente. O esquema vacinal é composto de 3 doses, sendo a última 12 meses após a primeira, em indivíduos de 9 a 45 anos. A vacina está indicada para a prevenção de dengue em várias regiões do Brasil e em outras regiões da zona tropical, como América do Sul, África Ásia. A vacinação não dispensa os cuidados preventivos como uso de repelentes e roupas de calças compridas e mangas longas que ajudam a diminuir o risco de ser picado pelo mosquito transmissor. TRÍPLICE VIRAL: é responsável por proteger três viroses transmitidas através da inalação de partículas aéreas ou por contato de objetos contaminados com os olhos, nariz e boca: sarampo, caxumba e rubéola. É recomendada a vacinação com duas doses com 30 dias de intervalo, sendo a segunda dose 30 dias antes da viagem. TRÍPLICE BACTERIANA: imuniza contra três doenças bacterianas bem populares e que podem levar a óbito: difteria, tétano e coqueluche. É recomendado para todas as pessoas que moram no Brasil em qualquer idade, com reforços a cada 10 anos. INFLUENZA: previne a infecção pelo vírus da gripe, doença viral muito comum no inverno, época em que a alta concentração de pessoas em um local fechado facilita a transmissão, ocorrendo através da inalação direta de partículas contaminadas ou contato de objetos contaminados com os olhos, nariz e boca. É importante tomar a dose com 2 semanas no mínimo antes da viagem, principalmente para regiões de maior risco, que estão passando pelo inverno, época com maior número de casos. Lembrar que a gripe acontece durante todo o ano, mesmo em climas quentes. Como o vírus pode mudar de um ano para outro, para aqueles que já fizeram a vacina no local de residência, pode ser necessário tomar a vacina atualizada para o destino da viagem. HEPATITE A: doença transmitida através da ingestão de água e alimentos contaminados, principalmente em locais com más condições de higiene e saneamento. A vacina é indicada para todos os indivíduos em 2 doses. HEPATITE B: doença transmitida através do sangue contaminado com ferimentos ou via relação sexual sem proteção. Ataca o fígado principalmente e, caso o organismo não consiga eliminar o vírus na fase aguda, a infecção se torna crônica, levando à cirrose e ao câncer. Algumas doenças, como cólera, hepatite E, “Febre Q” e encefalite japonesa, ainda não possuem vacina disponível para uso no Brasil, sendo necessária a avaliação médica de cada viajante em relação ao risco e a possibilidade de vacinação no país de destino.
*Os dados são do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, registados até 24 de dezembro de 2016.
Fonte: Paulo Gewher Filho (CRM 29512) – Infectologista do Hospital Moinhos de Vento

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