Conforme aponta o Instituto do Sono, a dificuldade para dormir afeta cerca de 66,8% da população brasileira. Além disso, 59,4% das pessoas acordam mais de uma vez durante a noite. Esses percentuais são muito acima da média mundial, que é de 45%.

Já um outro estudo, liderado pela University of South Florida (USF), alerta que um sono de má qualidade pode trazer problemas ao coração. Quando une aspectos individuais (como tempo e regularidade do sono), o risco de doença cardíaca pode crescer em até 141%.

Mas enfim, quais são as principais causas de problemas do sono? Para dormirmos precisamos de uma combinação de fatores biológicos ou internos, também conhecido como relógio biológico. “É responsável por regular uma série de funções com características cíclicas com um período aproximado de 24 horas e fatores externos os quais os ambientais têm um grande impacto, como exposição adequada a luz natural, temperatura, ruído ambiental, local apropriado para dormir. Também existem outros elementos tais como: ansiedade, estresse, dor crônica, uso de medicamentos, fumo, consumo de álcool, sedentarismo ou ainda condições médicas que comprometam a qualidade do sono”, explica a médica do sono do Núcleo de Neurofisiologia do Hospital Moinhos de Vento, Simone Fagondes.

Nos últimos anos, com a possibilidade de uma sociedade que funciona 24 horas por dia sete vezes por semana, o principal problema de sono enfrentado é o sono insuficiente. Outros problemas de sono comuns em adultos são: a insônia (10 a 30% dos adultos sofrem de insônia crônica), apnéia obstrutiva do sono (10 a 30% da população tem apneia obstrutiva do sono) e a síndrome das pernas inquietas (5 a 10% dos adultos).

Os principais sintomas de privação de sono estão relacionados à sonolência (quando grave pode causar acidentes de trânsito, de trabalho ou até mesmo domésticos), à irritabilidade e aos transtornos do humor (principalmente depressão). Também são consequências o ganho de peso ou dificuldades para emagrecer, as alterações hormonais, as dificuldades em executar tarefas que exijam atenção, os problemas de memória, dentre outros.

Pacientes com apneia obstrutiva do sono, além dos sintomas acima, podem apresentar hipertensão arterial de difícil controle, arritmia cardíaca, infarto, AVC e diabete mellitus. “Em geral, quanto mais grave a doença mais intensa será a repercussão quer seja nas execução das atividades diárias, quer seja nas suas consequências”, complementa a médica.

Os impactos da pandemia no sono

As abruptas e dramáticas situações promovidas pela Covid-19 afetaram diversos aspectos do cotidiano e, consequentemente, trouxe impactos no sono. A ansiedade e as preocupações financeiras, além do isolamento social aumentaram a prevalência de insônia e do consumo de fármacos para adormecer. 

Já em profissionais cujas funções foram essenciais na pandemia, como os trabalhadores da saúde, com jornada de trabalho com carga aumentada e as características extenuantes do trabalho, o mais observado foi privação de sono.

Em crianças e adolescentes, as modificações da rotina diária trouxeram um aumento da prevalência de insônia e de sono insuficiente, além de modificações nos horários de sono principalmente pelo uso excessivo de dispositivos eletrônicos.

Como tratar o problema do meu sono?

Cada problema de sono demanda abordagens específicas que vão envolver desde modificações do estilo de vida, dieta, uso de CPAP (dispositivo de pressão positiva que é utilizado mediante a colocação de uma máscara no nariz durante o sono), uso de medicamentos, abordagens cirúrgicas, dentre outras. “Em várias situações, o médico vai envolver outros profissionais para o manejo complementar do paciente tais como dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogos e nutricionista”, comenta Simone.

Com os cuidados para ampliar os serviços para que os seus pacientes voltem a dormir bem, o Hospital Moinhos de Vento iniciou uma nova obra. “Estamos unificando diagnósticos para assim entender e oferecer resultados mais qualificados. Assim, um novo espaço com máquinas novas e pessoas com grande experiência formam o Núcleo de Neurofisiologia. Desta forma, examinamos o sono em suas múltiplas facetas e idades, desde o recém nascido prematuro até pacientes com idade avançada. Teremos condições de auxiliar terapêuticas instituídas, bem como adequar equipamentos para novas demandas”, complementa a pneumologista.

Recomendações essenciais para um sono saudável: 

  • Coloque o sono como uma prioridade. Adote boas práticas para dormir, por vezes, chamada de “Higiene do Sono”;
  • Faça horários regulares de sono, esteja em um quarto confortável e sem fatores que possam interrompê-lo: ruído, luz e equipamentos eletrônicos;
  • Mantenha uma rotina relaxante antes do sono, com redução de luz e de barulho na residência;
  • Evite atividades que estimulem a atenção ou gerem ansiedade ou preocupações;
  • Promova hábitos saudáveis durante o dia que contemplem exposição regular e diária à luz natural;
  • Realize atividades físicas regulares, não fume, reduza o consumo de álcool, evite cafeína ou outros estimulantes em excesso (principalmente à noite), bem como jantar em horários avançados e consumir alimentos pesados, apimentados ou em grande quantidade. 

Gostou deste conteúdo sobre a qualidade do sono? Acompanhe o Blog Saúde e Você e continue se informando em assuntos relacionados. 

Fonte: Simone Fagondes, médica do sono do Núcleo de Neurofisiologia do Hospital Moinhos de Vento.

Agradeçemos pela sua inscrição!

Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1