Uma artigo publicado recentemente no periódico científico Journal of the American Medical Association (JAMA) mostrou que a obesidade pode ser um fator de risco para o coronavírus e, inclusive, agravar o quadro clínico do paciente com a doença. Para o médico endocrinologista do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Guilherme Rollin é importante destacar que esta pandemia é nova e muitas informações a respeito ainda são desconhecidas. De qualquer maneira, a cada semana são publicados estudos com novidades que podem ajudar na prevenção e compreensão do vírus.

A relação entre a obesidade e o Covid-19

Conforme o especialista, trata-se de uma constatação com base na análise das características dos pacientes internados, especialmente os que evoluem para insuficiência respiratória (necessidade de ventilação mecânica). “O número de obesos é maior que o esperado, considerando a prevalência da obesidade na população. Observou-se também que os obesos mais graves tendem a ter uma evolução mais desfavorável”, explica Rollin. A obesidade está associada à uma série de comorbidades como diabetes, hipertensão e doença cardiovascular. Desta forma, estes pacientes apresentam uma saúde, no geral, mais debilitada. Especialmente a obesidade abdominal, que é caracterizada por um processo inflamatório sistêmico aumentado, o que reduz a imunidade e torna a pessoa mais vulnerável. O sobrepeso também está associado à doença pulmonar, como a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono, e a uma dificuldade na expansão pulmonar, fazendo com que o indivíduo tenha um pulmão menos saudável e mais propenso à complicações. Quanto maior o grau de obesidade, maior o risco de disfunção pulmonar. Em um outro estudo, realizado em Nova York, foi constatado que, para indivíduos com menos de 60 anos, a obesidade apresentava um fator de risco importante. Assim, mesmo que estas pessoas não estejam no grupo de risco pela idade, se forem portadoras de obesidade o risco de complicações com necessidade de internação em Centro de Terapia Intensiva é duas a três vezes maior quando comparado ao de pessoas não obesas com menos de 60 anos. “Não podemos dizer que pessoas obesas têm mais chances de contrair o vírus. Esta informação é muito difícil de ser obtida, pois para isso teríamos que saber o verdadeiro número de pessoas que são infectadas. Como muitas são assintomáticas e não são testadas, acabamos obtendo informações daqueles sintomáticos com ou sem gravidade. Entretanto, podemos dizer que os obesos, quando apresentam infecção constatada, têm mais chances de evoluir mal e apresentar maiores complicações”, pondera o especialista. Por fim, nestes casos, a recomendação é de um rigor maior com os cuidados para prevenir o coronavírus. Além do controle e tratamento adequado das doenças que podem estar associadas à obesidade como diabetes, hipertensão e doença pulmonar.
Fonte: Dr. Guilherme Rollin, Chefe do Serviço de Endocrinologia e Nutrologia do Hospital Moinhos de Vento.

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