O Alzheimer ainda não tem cura. Porém, possui tratamento que melhora muito a qualidade de vida do paciente e de seus cuidadores. Hoje, em torno de 35,6 milhões de pessoas têm a enfermidade no mundo. No Brasil, são quase 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. As estimativas foram divulgadas pela ABRAz – Associação Brasileira de Alzheimer. Para chamar a atenção sobre este tema, o dia 21 de setembro foi eleito o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer.

Dr. Alberto Luiz Grigoli e Maia, neurologista do Hospital Moinhos de Vento, explica que a doença de Alzheimer é uma das chamadas doenças neurodegenerativas. “Inicia-se a partir do acúmulo de uma proteína chamada beta-amilóide, a qual desencadeia um processo inflamatório que vai pouco a pouco desativando os neurônios no cérebro. O início deste processo ocorre em uma região chamada hipocampo, área que tem o mais importante papel nos processos de formação, armazenamento e evocação das memórias. Justamente por isto, o sintoma mais típico e importante da doença é a perda progressiva da memória”, elucida.

Atenção aos Sintomas

O especialista ressalta que os sintomas iniciais caracterizam-se por falhas na memória recente (e memória remota, posteriormente) somando-se, gradualmente, a dificuldades em outras áreas da cognição, como orientação temporal e espacial, abstração e linguagem. “Os sintomas cognitivos sempre são acompanhados de alterações não cognitivas, com mudanças comportamentais envolvendo alterações de personalidade, agitação psicomotora, agressividade, insônia, entre outros”, esclarece Dr. Maia. 

Tratamentos Promissores

Com relação ao tratamento, o médico observa que, até o momento, existem medicamentos que auxiliam no controle dos sintomas comportamentais e, outros, que propiciam alguma melhora na memória dos pacientes. O neurologista adianta, ainda, que vários outros fármacos encontram-se em desenvolvimento. “Entre eles, a classe dos anticorpos monoclonais é a mais promissora. Um deles, chamado ADUCANUMAB, recebeu a aprovação do FDA (Federal Drug Administration, órgão governamental dos Estados Unidos), em junho passado. Esta foi uma grande notícia para a comunidade científica e para as pessoas e famílias que convivem com a doença de Alzheimer”, antecipa. 

Segundo o Dr. Alberto Maia, a importância deste medicamento é que ele, comprovadamente, conseguiu reduzir de forma muito significativa a presença da proteína amilóide no cérebro dos pacientes com Alzheimer. “Ainda que existam várias controvérsias sobre os reais benefícios e riscos desta droga, sua aprovação permite que ela possa ser melhor estudada com relação ao melhor momento para início do tratamento, melhor dosagem, etc. Outros medicamentos desta classe já se encontram em estudos de Fase II (como LECANEMAB, GANTERENUMAB e DONANEMAB) e trazem a esperança de que em um período de 5 a 10 anos possa ser possível a interrupção ou até mesmo o início da doença de Alzheimer”, comemora.

“É importante lembrar que a Doença de Alzheimer ainda não tem cura, mas tem tratamento. Com um diagnóstico precoce, é possível ajudar a família na elaboração do duplo luto decorrente da doença (“perda” do ente querido e deterioração da qualidade de vida) e no planejamento dos cuidados de uma doença longa”, garante. Na média, o tempo de doença é de 9 anos, a partir do diagnóstico.

A Importância da Informação

Para que os familiares possam lidar melhor com a doença, o neurologista acrescenta ser importante a avaliação precoce de um Terapeuta Ocupacional, que orientará os familiares no planejamento de longo prazo para a organização dos cuidados e estimulação do paciente, preservando ao máximo a qualidade de vida do paciente e do cuidador. 

Também é imprescindível disponibilizar à família, dados sobre a doença que tenham impacto na prática, ajudando no manejo das várias situações que surgem com o avançar da doença. “Neste sentido, a participação em reuniões de grupos de familiares, como as promovidas pela ABRAz, pode trazer grande auxílio, sendo fonte de informação qualificada e, também, um espaço no qual serão ouvidas as experiências de outras famílias, ajudando a entender que é realmente possível cuidar, de forma simultânea e adequada, tanto dos pacientes como dos seus cuidadores”, recomenda.

Fonte: Dr. Alberto Luiz Grigoli e Maia (CREMERS 18.683) é neurologista do Hospital Moinhos de Vento. 

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Prêmios e Certificações

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