A Doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência. O paciente da doença pode ter variados sintomas caracterizados por déficit de memoria, alterações de linguagem e orientação, dificuldade na solução de problemas e outras alterações cognitivas que interferem nas atividades do dia a dia. A coordenadora do Núcleo de Memória do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Jeanette Inglez de Souza Farina explica a doença e como combate-la.

Causas e Sintomas

Na Doença de Alzheimer ocorre um depósito anormal no cérebro de uma proteína denominada de beta-amilóide. Isso provoca alterações no funcionamento de diversas regiões cerebrais e dano progressivo nos neurônios. Uma das regiões inicialmente afetadas pela doença é o hipocampo, região associada a memoria e aprendizado. Em virtude disso, a perda de memoria é um dos sintomas iniciais mais comuns na doença. O medico pode diagnosticar a presença de demência com alto grau de certeza através dos dados da história médica do paciente e do exame físico, associado a exames laboratoriais, de neuroimagem e neuropsicológicos. Entretanto é difícil diagnosticar o tipo exato da demência, em virtude disso, pode ser necessária a consulta com o especialista em neurologia cognitiva ou em centro de memoria. As alterações cerebrais relacionadas à Doença de Alzheimer se iniciam muitos anos antes do aparecimento dos sintomas, esse é o período da doença pré-clinica. Os sintomas pioram progressivamente com o tempo. A velocidade do avanço da doença, entretanto, pode variar dependendo de vários fatores.

Tratamento e Prevenção

Não existe cura para a Doença de Alzheimer e nenhum tratamento que evite a progressão da doença. O tratamento atual, entretanto, pode temporariamente melhorar os sintomas e a qualidade de vida do paciente e da família.  São utilizados medicamentos e intervenções não-medicamentosas como Treino Cognitivo que deve ser individualizado, dependendo dos sintomas e estágio da doença. É de fundamental importância a orientação no manejo das alterações de comportamento do paciente, o apoio psicológico familiar e manter o paciente engajado em atividades de motivação e sentido à vida. É necessário manter uma atividade física regular, estímulo ambiental e, principalmente, sociabilização. Isso é conseguido através de um contínuo acompanhamento de uma equipe multidisciplinar especializada. Acredita-se que não exista uma causa única para a Doença de Alzheimer que se desenvolve a partir de vários fatores. Alguns fatores de risco como idade e genética não podem ser modificados. Entretanto, há fatores de risco modificáveis como estilo de vida, dieta adequada, evitar o tabagismo, manter exercícios físicos regulares, atividade intelectual e vida social ativa. Além disso, tratar os fatores de risco para doenças vasculares como diabetes, hipertensão e obesidade se reflete em proteção contra o desenvolvimento da demência. O aumento populacional e a maior longevidade farão com que a prevalência da Doença de Alzheimer aumente significativamente na próxima década.  Ao lado de um grande avanço na área de pesquisa em busca da cura da doença, medidas de saúde pública de prevenção são fundamentais assim com uma abordagem educativa para o engajamento de um maior número de pessoas em medidas de prevenção da doença. Se vamos viver mais, precisamos viver melhor.

Hospital Moinhos de Vento

No Hospital Moinhos de Vento, o Núcleo da Memória trabalha com tratamento e prevenção da Doença de Alzheimer e outras demências. Equipes colaborativas e multidisciplinares dos serviços de Neurologia, Psiquiatria, Geriatria, Neurorradiologia e Medicina Nuclear prestam atendimento clínico abrangente a partir de uma investigação diagnóstica avançada. Alinhados com as mais modernas pesquisas, tratamentos inovadores buscam a obtenção de melhores resultados para a qualidade de vida de pacientes e familiares. Para mais informações, acesse.  

Fonte: Dra. Jeanette Inglez de Souza Farina, médica neurologista e coordenadora do Núcleo de Memoria do Hospital Moinhos de Vento.