Em 2020, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29.08, reforça o tema Tabagismo e Coronavírus. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o hábito é um fator de risco para transmissão do vírus e para o desenvolvimento de formas mais graves da doença. Além de alertar para as complicações, a campanha também reforça a importância do não fumar e de adotar hábitos saudáveis. “Embora o ato de fumar isoladamente não esteja associado ao vírus, as doenças crônicas que o fumo causa estão associadas a complicações mais graves da infecção do coronavírus”, explica a médica pneumologista, do serviço de Pneumologia do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Flávia Beltrami. Para enfatizar a importância de cessar com o uso do cigarro, a Dra. Flávia respondeu algumas perguntas que alertam para o cuidado com a saúde.

1. Fumantes estão no grupo de risco da Covid-19?

“O coronavírus é uma doença nova – ainda pouco compreendida – mas de fácil disseminação, o que ocorre pela via respiratória. Embora o ato de fumar isoladamente não esteja associado ao vírus, as doenças crônicas que o fumo causa estão associadas a complicações mais graves da infecção do coronavírus. Além disso, o ato de fumar exige que se leve a mão à boca repetidas vezes, assim pode-se gerar a contaminação a partir do contato com superfícies contaminadas, por exemplo. Não apenas o cigarro, como também outros produtos que promovam o compartilhamento e bocais para inalar a fumaça, como narguilé e cigarros eletrônicos, também podem ser canais de propagação do vírus”.

2. Quais são os riscos do fumante passivo?

“Fumante passivo é quando uma pessoa não fumante inala a fumaça de produtos que contenham tabaco, como cigarro, charuto, cigarrilha, cachimbo, dispositivos eletrônicos e narguilé. Bebês e crianças são os mais afetadas e tem risco aumentado de desenvolver doenças respiratórias, como asma, comprometimento da função pulmonar, bronquite e pneumonia. No adulto, as complicações podem ser AVC, câncer de pulmão, doença coronariana e, em mulheres, complicações na gravidez”. 3. Fumar prejudica a recuperação de um paciente com a Covid-19? “Sim. A recuperação pode ser prejudicada de diferentes maneiras. Está descrita que a recuperação de pacientes tabagistas após determinadas condições clínicas é mais lenta e apresenta mais complicações do que aqueles que não fumam. As consequências a longo prazo da infecção por coronavírus no trato respiratório ainda são desconhecidas, mas, sabendo que o tabaco é um grande agressor deste sistema, é possível que exista um efeito sinérgico destes agentes. A confirmação das hipóteses acima, porém, só será respondida quando tivermos maior conhecimento sobre essa nova doença. Outro olhar sobre o tabagismo nesse momento de extrema angústia e isolamento social é a questão da dependência química, que pode estar ainda mais exacerbada nesse contexto e dificultar a cessação do tabagismo. Ao ficar doente pela infecção viral ou já na recuperação, além de enfrentar as alterações respiratórias, precisamos encarar e auxiliar os pacientes em relação às alterações psíquicas e físicas da abstinência.”

4. Quais são as chances de um fumante desenvolver problemas respiratórios?

“As chances de um fumante apresentar problemas respiratórios são imensas. Ele tem risco aumentado de desenvolver infecções respiratórias virais e bacterianas e de evoluir de forma mais grave do que aqueles que não fumam. Também podem desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica e apresentar mais exacerbações de asma, entre outras. Além disso, também há risco de desenvolver câncer em várias localizações e doenças em outros órgãos – em especial destaca-se o risco aumentado de eventos cardiovasculares, como infarto do coração, isquemias cerebrais e má circulação periférica. São muitas as complicações do uso do tabaco.”

5. Como parar de fumar?

“É preciso entender que o ato de fumar deve-se à exposição à nicotina. Substância que apresenta uma das mais intensas dependências químicas. Para se vencer o tabagismo, a primeira recomendação seria entender o ato de fumar como uma doença – e não uma questão simples de decisão. Além da motivação, buscar ajuda de familiares e amigos é muito importante para esse processo tão complexo, assim como o auxílio de profissionais especializados em tratar dessa dependência.” De acordo com o INCA, ao deixar de fumar, os benefícios à saúde são imediatos, pois após 12 a 24 horas sem fumar já se percebe uma melhora no funcionamento dos pulmões. Este pode ser um bom momento para decidir parar de fumar. O Instituto traz orientações para quem deseja dar esse passo.
Fonte: Instituto Nacional de Câncer (INCA) e Dra Flávia Gabe Beltrami, médica Internista e Pneumologista do Hospital Moinhos de Vento.

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Prêmios e Certificações

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