O Dia Mundial do Combate ao Fumo ou Dia Mundial sem Tabaco, 31.05, visa alertar a sociedade sobre os riscos do cigarro e do tabagismo à saúde. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, neste ano, tem uma apelo ainda maior em razão da pandemia causada pelo coronavírus. “Embora o ato de fumar isoladamente não esteja associado ao vírus, as doenças crônicas que o fumo causa estão associadas a complicações mais graves da infecção do coronavírus”, explica a médica pneumologista do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Flávia Beltrami. Para enfatizar a importância de cessar com o uso do cigarro, a Dra. Flávia respondeu algumas perguntas que alertam para o cuidado com a saúde.

1.Fumantes estão no grupo de risco da Covid-19?

“O coronavírus é uma doença nova – ainda pouco compreendida – mas de fácil disseminação, o que ocorre pela via respiratória. Embora o ato de fumar isoladamente não esteja associado ao vírus, as doenças crônicas que o fumo causa estão associadas a complicações mais graves da infecção do coronavírus. Além disso, o ato de fumar exige que se leve a mão à boca repetidas vezes, assim pode-se gerar a contaminação a partir do contato com superfícies contaminadas, por exemplo.”

2. Fumar prejudica a recuperação de um paciente com a Covid-19?

“Sim. A recuperação pode ser prejudicada de diferentes maneiras. Está descrita que a recuperação de pacientes tabagistas após determinadas condições clínicas é mais lenta e apresenta mais complicações do que aqueles que não fumam. As consequências a longo prazo da infecção por coronavírus no trato respiratório ainda são desconhecidas, mas, sabendo que o tabaco é um grande agressor deste sistema, é possível que exista um efeito sinérgico destes agentes. A confirmação das hipóteses acima, porém, só será respondida quando tivermos maior conhecimento sobre essa nova doença. Outro olhar sobre o tabagismo nesse momento de extrema angústia e isolamento social é a questão da dependência química, que pode estar ainda mais exacerbada nesse contexto e dificultar a cessação do tabagismo. Ao ficar doente pela infecção viral ou já na recuperação, além de enfrentar as alterações respiratórias, precisamos encarar e auxiliar os pacientes em relação às alterações psíquicas e físicas da abstinência.”

3. Quais são as chances de um fumante desenvolver problemas respiratórios?

“As chances de um fumante apresentar problemas respiratórios são imensas. Ele tem risco aumentado de desenvolver infecções respiratórias virais e bacterianas e de evoluir de forma mais grave do que aqueles que não fumam. Também podem desenvolver doença pulmonar obstrutiva crônica e apresentar mais exacerbações de asma, entre outras. Além disso, também há risco de desenvolver câncer em várias localizações e doenças em outros órgãos – em especial destaca-se o risco aumentado de eventos cardiovasculares, como infarto do coração, isquemias cerebrais e má circulação periférica.”

4. Dia 31 de maio também é uma data que alerta para o combate ao câncer bucal. Quem fuma também tem risco de desenvolver esta patologia?

“A boca, e o seu conjunto de órgãos – as gengivas, dentes, língua e palato – estão em direta exposição com as toxinas da fumaça do cigarro. Além da associação do fumo com um maior número de tumores bucais, o tabagismo também pode causar infecções e inflamações nestas estruturas. A dependência da nicotina – traduzido no ato de fumar – além de todos esses riscos, traz alterações nos dentes, odores e alterações de paladar e olfato. Até mesmo para a cicatrização da boca, o tabagismo se mostra prejudicial – atrasando a recuperação de quem é submetido à algum procedimento dentário, por exemplo.”

5. Como parar de fumar?

“É preciso entender que o ato de fumar deve-se à exposição à nicotina. Substância que apresenta uma das mais intensas dependências químicas. Para se vencer o tabagismo, a primeira recomendação seria entender o ato de fumar como uma doença – e não uma questão simples de decisão. Além da motivação, buscar ajuda de familiares e amigos é muito importante para esse processo tão complexo, assim como o auxílio de profissionais especializados em tratar dessa dependência.” De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, ao deixar de fumar, os benefícios à saúde são imediatos, pois após 12 a 24 horas sem fumar já se percebe uma melhora no funcionamento dos pulmões. Este pode ser um bom momento para decidir parar de fumar. O INCA traz orientações para quem deseja dar esse passo.  
Fonte: Dra Flávia Gabe Beltrami, Médica Internista e Pneumologista

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Prêmios e Certificações

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