De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer da pele já corresponde a mais de 30% de todos os diagnósticos dessa doença no Brasil. O tipo mais comum, conhecido como câncer da pele não melanoma, apresenta índices baixos de letalidade, porém sua incidência está cada vez mais elevada. Para os casos mais graves, a detecção precoce é fator-chave para a eficiência do tratamento. Por tudo isso, ações de conscientização, como o Dezembro Laranja, são importantes alertas sobre os riscos de se negligenciar a prevenção e a busca por auxílio médico em situações de suspeita da doença. Para esclarecer melhor essas questões, convidamos a Dra. Suzana Hampe, dermatologista no Hospital Moinhos de Vento. Acompanhe a seguir as dicas da especialista.

O que é o Dezembro Laranja?

“Dezembro Laranja é a ação anual que traz uma campanha de prevenção ao câncer de pele, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e motivada pela chegada do verão e das férias, período de maior exposição ao sol”, esclarece a Dra. Suzana. A campanha mostra-se bastante relevante em um cenário no qual os números relacionados ao câncer de pele são expressivos. De fato, conforme a médica, a situação é alarmante no Brasil, constituindo um problema de saúde pública. Para 2019, o foco principal da campanha é alertar sobre as características do câncer de pele para diagnóstico e tratamentos precoces, visando a redução da mortalidade relacionada à doença que, embora baixa, existe e poderia ser evitada ou reduzida. Outro objetivo da edição 2019 do Dezembro Laranja é alertar a população quanto ao risco de se adquirir câncer de pele por meio da exposição inadequada à radiação ultravioleta, principalmente na infância e na adolescência. Para chamar atenção para a causa, diversos monumentos públicos serão iluminados na cor laranja, que remete ao sol.
“O melanoma é o tipo que mais preocupa, uma vez que o diagnóstico tardio poderá ter consequências fatais. Mas, se detectado precocemente, há cura”.
Esse pode se dar a partir de um sinal (pinta) que o paciente já apresentava e que se transformou ou pode surgir como uma nova pinta que não se tinha antes. Trata-se, portanto, do tipo de câncer de pele mais grave, uma vez que apresenta elevada possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos do corpo). Para ajudar a identificá-lo, existe uma regra do ABCDE do melanoma: um sinal que torna-se Assimétrico no seu formato, cujas Bordas ficam irregulares, com Cores que variam nos tons de acastanhado, podendo até ter cor acinzentada, esbranquiçada ou azulada, principalmente se o Diâmetro ultrapassa os 6 mm e está Evoluindo é altamente suspeito e deverá ser imediatamente avaliado por um dermatologista. No entanto, conforme lembra a médica, “existem formas mais raras de melanomas que apresentam-se como listras escuras nas unhas ou como bolinhas rosadas ou acinzentadas de súbito surgimento e rápido crescimento”. Por sua vez, os carcinomas podem apresentar-se como uma espinha ou uma ferida que não cicatriza, uma lesão grosseira e verrucosa, uma bolinha ou nódulo rosado que cresce ou uma mancha avermelhada que sangra ao se passar sobre ela a toalha. Eles são bastante frequentes na face.

Como é o tratamento do câncer de pele?

Dependendo do tumor, o tratamento varia. Para o melanoma, por exemplo, inicialmente remove-se cirurgicamente a lesão suspeita com 1 a 2 mm de margem. O resultado dessa análise vai determinar o quanto será removido a mais na cirurgia definitiva. “Nos últimos anos, estão sendo descobertas novas drogas para combater o melanoma avançado (quando existem focos espalhados pelo corpo), por meio da imunoterapia e de terapia alvo, com resultados cada vez mais satisfatórios”, acrescenta a doutora. Já para os casos de carcinomas, o tratamento é cirúrgico, com a remoção do tumor com margens preestabelecidas. Em situações de tumores recidivados ou de zonas de maior risco de recidiva ou de defeito estético na face, pode ser realizada a cirurgia micrográfica de Mohs. Para algumas formas superficiais de carcinomas, existem tratamentos com drogas tópicas.

Dicas para prevenir o câncer de pele

Os principais cuidados, naturalmente, dizem respeito à exposição solar. Deve-se cuidar para evitar queimaduras e a exposição entre 10 e 16 horas. “É importante que crianças e adolescentes tomem os devidos cuidados, já que é nessa fase que se adquire boa parte do dano que poderá causar o câncer de pele no futuro”, recomenda a Dra. Suzana. Utilizar roupas, chapéus e óculos com filtro solar e aplicar adequadamente protetores solares com frequência e com FPSs altos também são ações recomendadas. Ainda, é importante fazer consultas regulares com o dermatologista para orientações e checagem da pele. Além disso, realizar um autoexame a cada quatro meses ajuda na detecção precoce dos tumores. “Quanto à questão da vitamina D, pessoas de alto risco não devem expor-se ao sol para ter níveis adequados dela, sendo indicado, para esses casos, suplementar a vitamina D por via oral e por alimentos”, enfatiza a especialista. Entre os grupos de risco para o câncer de pele estão pessoas de pele muito clara, com tendência a formar muitos sinais no corpo, ruivos com sardas e olhos claros e pessoas com história familiar de câncer de pele. O Dezembro Laranja traz um importante alerta. Aplique essas dicas e previna-se! ​​​​​​​Para continuar aprendendo dicas para sua saúde e bem-estar, siga acompanhando o Blog Saúde e Você!

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Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1