Recentemente, dois ícones da televisão brasileira, Celso Portiolli e Roberto Justus, declararam, publicamente, estar com câncer de bexiga. Os depoimentos jogaram luz sobre a doença, que ainda gera muitas dúvidas. Mas, afinal, o que é o câncer de bexiga? Será que é grave? Atinge muitas pessoas? O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, entre 2020 e 2022, cerca de 7,5 mil homens e mais de 3 mil mulheres sejam acometidos por esta neoplasia, por ano. Segundo o INCA, este é o 7º tipo de câncer mais incidente entre o público masculino e o 14º no feminino.

Como identificar o câncer de bexiga?

De acordo com o chefe do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Eduardo Carvalhal, o câncer de bexiga normalmente é identificado através de exames de imagem (como ecografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética), que são realizados dentro de um check-up de rotina. “Algumas vezes, a enfermidade também é encontrada em ecografias abdominais ou revelado a partir de queixas do paciente, como sangramento na urina, ardência recorrente ao urinar ou frequência urinária aumentada em relação ao seu padrão normal”, adianta o médico.

 A doença é rara?

“O câncer de bexiga é uma patologia que não é incomum. É inferior ao câncer de próstata, mas também acomete uma parcela significativa de indivíduos e chama muita a atenção a potencial gravidade desta doença. Existe uma tendência levemente superior a acometer a população masculina”, completa o Dr. Carvalhal.

Quais são os fatores de risco?

O chefe do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos destaca que o principal fator de risco para a doença é, além de história familiar e idade acima de sessenta anos, a história de tabagismo ou o consumo atual de cigarro ou similares. “Pacientes que tiveram exposição ou contato a produtos químicos, como fertilizantes, corantes, produtos industriais (como toxinas do tipo benzeno) têm um risco mais aumentado.”

Quais são os principais sinais do câncer de bexiga?

“O sangue na urina é um sinal de alguma alteração, que pode incluir tanto a passagem de um cálculo renal como um sangramento decorrente da hiperplasia prostática, uma condição benigna que acomete os homens. Entretanto, sempre que ocorre um sangramento vivo (uma hematúria macroscópica) em homens ou mulheres, nós temos que descartar que isso não seja decorrente de tumores de rim ou de bexiga, que são estruturas que podem dar origem a doenças que provocam sangramento urinário. 

Qual seria o principal exame para a detecção da doença?

Muitas vezes, a bexiga, por ser uma víscera oca, é melhor avaliada por um exame chamado cistoscopia (ou uretrocistoscopia), que é a endoscopia realizada no interior do órgão e também da uretra. Ela permite a detecção mais acurada de pequenas lesões”, explica. “Também podem ser realizadas biópsias de qualquer pólipo, lesão tumoral ou área alterada na superfície da bexiga que possam indicar a presença de câncer”, esclarece o especialista.

A que profissional recorrer?

Conforme o  Dr. Carvalhal, o urologista habitualmente é o profissional mais indicado para fazer essa avaliação, tanto em pacientes masculinos como femininos. “Então, sempre que existe alguma suspeita de tumor de bexiga (a partir de algum sangramento urinário ou frequência urinária aumentada, sendo anteriormente descartadas infecções do trato urinário) é necessário realizar uma investigação através de exames de imagem e, muitas vezes, a cistoscopia”, reitera o chefe do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos de Vento.

A importância do diagnóstico precoce

O médico observa que cerca de 70% dos tumores de bexiga recém-diagnosticados são chamados de “não músculo invasivos”. Ou seja, eles se restringem às camadas mais superficiais do órgão, como a mucosa e a submucosa. Não ocorrendo ainda a infiltração da camada muscular própria da bexiga.

E o que fazer em casos mais adiantados da doença?

“Em casos mais graves, onde o tumor já tem maior volume ou infiltra a camada muscular da bexiga, nós podemos, muitas vezes, considerar tratamentos mais radicais, como a retirada cirúrgica total do órgão (cistectomia radical). Mas é importante salientar que hoje nós dispomos de técnicas, além da cirurgia convencional aberta, que envolvem a cirurgia robótica e procuram minimizar o trauma ao paciente e acelerar a recuperação pós-operatória”, informa.

Efetividade

“Tanto a cirurgia radical, como a radio ou quimioterapia, podem ser bastante efetivas no controle da doença, embora ela seja de gravidade alta, devendo ser combatida conforme o estágio que ela se apresenta, através de exames de imagem avaliados por nós e do resultado anátomo patológico das lesões removidas inicialmente.”

Alerta à comunidade

“Uma mensagem importante é que, embora menos frequente que o câncer de próstata, o câncer de bexiga pode ter uma agressividade mais alta e uma letalidade considerável. Assim sendo, alterações como sangramento urinário ou mudança recente de padrão miccional, principalmente com um aumento da frequência ou ardência ao urinar, são motivos para uma avaliação com um especialista, um urologista, para que se possa descartar essa patologia.” 

“Essas doenças têm tratamento, na grande maioria curáveis, quando descobertas na sua fase inicial. Daí, a importância de recomendarmos uma avaliação periódica, não somente com o clínico geral, mas também, anualmente, com o urologista, para que possamos estar orientando e acompanhando os indivíduos na prevenção e detecção precoce dessas neoplasias”, recomenda o Dr. Eduardo Carvalhal.

Em caso de dúvidas, procure pelos especialistas do Hospital Moinhos de Vento, que conta com um Serviço de Urologia. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (51) 3314.3434 ou (51) 3537.8000.

Fonte: Dr. Eduardo Carvalhal (CRM 21756), chefe do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos de Vento.

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Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90560-032
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