Para evitar que se eleve a curva de crescimento do número de casos do novo coronavírus, a recomendação é de isolamento ou distanciamento social para todos aqueles que puderem ficar em casa. Além disso, limitar as saídas apenas para ir ao mercado ou a farmácia, quando muito necessário, são as medidas indicadas para este momento de pandemia mundial. Entretanto, para algumas pessoas, limitar os acessos e ficar apenas em casa pode causar desconforto e provocar sentimentos conflitantes. Para ajudar, não apenas nestes casos como também na organização de uma rotina para os dias de quarentena, a psiquiatra Lorena Caleffi, médica do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento e o fisioterapeuta Leonardo Miguel Correa Garcia do Serviço de Fisioterapia também do Hospital dão dicas de como manter a saúde mental e física de crianças, adultos e idosos.

Impactos do isolamento social

Por mais que se tenha conhecimento sobre a importância deste momento de isolamento, a ansiedade pode aumentar, principalmente naquelas pessoas que já possuem algum grau de funcionamento ansioso. “É preciso dar-se conta que são os pensamentos catastrofizantes direcionados ao futuro que são os responsáveis pelo aumento de ansiedade”, explica Caleffi. Outro impacto importante, menos comum, mas que pode ser muito grave, é o aparecimento de sintomas depressivos. “Comportamento de maior isolamento do que o esperado, diminuição de prazer e interesse nas atividades diárias possíveis, insônia e alteração de apetite são sintomas que nos alertam para uma complicação nesse sentido”, complementa a especialista. Conscientizar-se de que esta situação é temporária, respeitar seu próprio ritmo e capacidade de absorver as informações são cuidados que podem ajudar no entendimento e clareza das ideias. As notícias estão por todos os lados e isso pode causar diversos sentimentos, desta forma, se for o caso, desligue a TV e se desconecte do celular por algumas horas. As informações continuarão à sua disposição para quando você puder acompanhá-las melhor.

Dicas para manter a saúde mental e física

Ler, interagir com outras pessoas e praticar exercícios físicos são algumas dicas importantes para os dias de confinamento. A primeira exercita diversos circuitos cerebrais fundamentais para a manutenção das funções cognitivas. Já a segunda, ajuda a manter o contato afetivo com outras pessoas. E, sem dúvida, a prática de atividades físicas é fundamental para a saúde. “Exercícios contribuem para um bem-estar geral, ocasionando diversos benefícios ao nosso corpo, melhora da condição cardiovascular e, também, em situações que são muito pertinentes ao momento: a diminuição de estresse e ansiedade e melhora da imunidade. A boa alimentação também é importante”, destaca Leonardo. Caso não tenha a orientação de um profissional, a pessoa pode optar por realizar exercícios simples como pular corda, realizar apoios, abdominais, agachamentos, polichinelos e utilizar garrafas de água ou embalagens de 1kg de alimento como pesos. É indicado variar o tipo de treino a cada dia, evitando a monotonia. Este tipo de atividade pode ser realizada tanto por adultos quanto por idosos que não possuam nenhuma doença cardiovascular, respiratória ou nas articulações. “Saliento a importância de as atividades serem e possuírem a intensidade e carga adequada para o praticante tolerar todo o exercício e evitar possíveis lesões e dores indesejadas”, diz o fisioterapeuta. Para as crianças, a recomendação é estimular as atividades lúdicas. Além das brincadeiras, também existem os jogos de videogame com sensores de movimento, o que possibilita unir o desafio e o exercício.

Estabeleça uma rotina

Para organizar todas essas dicas, o primeiro passo é criar uma rotina. Sem as atividades diárias normais, a organização da semana fica prejudicada. Por isso, para começar, é preciso ter um planejamento: estabeleça o que vai fazer, organize seu dia de forma consciente e tenha um propósito. As crianças são as que mais necessitam de organização. Com as escolas suspensas, sem poder encontrar os amigos para brincar ou respeitar a programação das aulas, a sensação de desestabilização pode causar muita angústia. Os adultos são os responsáveis por prover esta estruturação, acolhendo as incertezas e inseguranças dos pequenos. “O caminho é conversar, perguntar, acolher, entender, e reassegurar”, adverte Lorena. Os idosos estão sob cuidado total da sociedade, por serem a faixa etária de maior risco. É necessário ajudá-los no que for preciso, para evitar que eles se exponham desnecessariamente. Somado a isso, tirar um tempo para conversar com eles é uma maneira de ajudar com a inquietude do isolamento. “Uma peculiaridade desta faixa etária é estar, pelas leis da natureza, mais próxima do final da vida. A proximidade da morte, a ameaça à nossa sobrevivência, provocam uma noção de finitude que não estamos acostumados a ter em nossa cultura. Porém, essa consciência também pode trazer uma nova maneira de ver a vida. Pode modificar nossas escalas de valores ao percebermos o que realmente importa e que vida queremos deixar de herança, por qual biografia queremos ser lembrados”, finaliza Caleffi.  
Fonte: psiquiatra Lorena Caleffi, médica do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento e o fisioterapeuta Leonardo Miguel Correa Garcia do Serviço de Fisioterapia do Hospital Moinhos de Vento.

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