Para algumas pessoas, a endoscopia ainda é estigmatizada e até mesmo assustadora. Mas atualmente, não há motivo para ter medo, pois o procedimento é extremamente seguro. Apesar de ser um exame invasivo, a endoscopia é realizada com muitos cuidados e usualmente não ocasiona qualquer dor ou desconforto para o paciente. Além disso, ela é essencial para diagnosticar doenças importantes que podem se agravar sem o devido tratamento. Nosso médico gastroenterologista e endoscopista digestivo do Serviço de Gastroenterologia do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Leonardo Wagner Grillo, esclarece algumas questões importantes sobre o exame de endoscopia digestiva para que você fique tranquilo para fazer o seu:

1. Em quais situações a endoscopia é indicada pelo médico?

A endoscopia pode ser utilizada na investigação de doenças graves do sistema digestivo, mas também serve como um exame complementar para analisar a possível origem de diversos sintomas. A endoscopia digestiva alta, normalmente, é indicada para investigar mais a fundo sintomas ou sinais clínicos que o paciente apresentou ao médico durante uma consulta, como por exemplo dor abdominal, azia, má digestão e vômitos. Eventualmente, ela também serve para esclarecer alguma alteração laboratorial ou de imagem para que se obtenha um diagnóstico mais preciso. A endoscopia teve um importante avanço nos últimos anos. No Centro de Endoscopia do Hospital possuímos ferramentas de diagnóstico e tratamento por via endoscópica de pólipos e outras alterações no esôfago e estômago evitando em casos específicos até a necessidade de cirurgia. As indicações para o exame são muito amplas, mas, em geral, os pacientes que se submetem à endoscopia apresentam sintomas na parte superior do abdômen, podendo se queixarem de dores no estômago – ou dores gástricas –, azia, queimação, dificuldades para engolir, sensação de que o alimento está trancado, peso no estômago, ou sensação de má digestão. O exame também pode ser solicitado caso o paciente tenha alteração na coloração das fezes, ou vomite sangue vivo – sinais que podem indicar sangramento no aparelho digestivo –, ou então pacientes que tiveram perda de peso acentuada sem razão aparente, e até em casos de anemia. Também existem casos em que a endoscopia pode ser feita para diagnosticar ou prevenir alguma doença de predisposição genética, como câncer gastroesofágico, úlceras gástricas ou duodenais ou a presença da bactéria H.pylori. No caso da cirurgia bariátrica, a endoscopia é muito importante e deve ser feita antes do procedimento para avaliar as condições do estômago do paciente, assim como no seguimento destes pacientes. Pessoas em tratamento de câncer no estômago e esôfago ou diagnosticados com doença celíaca devem fazer endoscopia para acompanhar o desenvolvimento do caso de acordo com a indicação do médico.

2. Quais são as doenças mais frequentemente diagnosticadas pelo exame?

As doenças mais diagnosticadas pela endoscopia são localizadas em pelo três regiões principais do aparelho digestivo superior: esôfago, estômago e duodeno. No esôfago, podem ser identificadas doenças como refluxo gastroesofágico e suas complicações, transtornos da motilidade do esôfago como a Acalasia – que dificulta a ingestão de líquidos e alimentos –, e a esofagite eosinofílica. As doenças mais frequentes no estômago são as doenças pépticas, como úlceras ou gastrite erosiva, presença de pólipos na mucosa estomacal, e atrofias no estômago que causam problemas de absorção de vitaminas, como por exemplo a deficiência de vitamina B12. Já no duodeno, que é a parte inicial do intestino delgado, a endoscopia é imprescindível para diagnosticar de úlcera duodenal e doença celíaca por meio de biópsia do tecido dessa região.

3. Qual profissional pode realizar a endoscopia?

O exame só pode ser realizado por um médico especialista em endoscopia, o endoscopista. Normalmente, o procedimento é realizado com o auxílio de um outro médico anestesista, que acompanha e monitora a sedação do paciente. Em princípio, o endoscopista é habilitado para realizar o exame tanto em adultos quanto em crianças, embora existam os médicos especialistas em gastropediatria, que são mais especializados em enfermidades gástricas infantis e podem ser habilitados para fazer a endoscopia em crianças.

4. Como é realizado o exame?

A endoscopia é realizada com sedação do paciente, que fica inconsciente durante o exame. Não há sintomas, dores ou desconfortos durante as sessões, e o médico anestesista acompanha os sinais vitais da pessoa o tempo todo. Na grande maioria das vezes, não é necessária a intubação, pois o paciente consegue respirar normalmente. O exame dura em torno de 15 minutos, dependendo ou não da realização de outros procedimentos em conjunto, como a biópsia de regiões sob suspeita. Após o término do exame, o paciente vai para a sala de recuperação, ficando lá por cerca de uma hora até acordar e ser liberado para retornar a sua casa, com o auxílio obrigatório de um acompanhante.

5. Como se preparar para o exame?

Antes da endoscopia a preparação requer fazer um jejum de 8 a 12 horas, o que varia de acordo com o turno do horário do exame, seja manhã ou tarde. A pessoa deve evitar fazer uma alimentação pesada antes desse jejum, pois isso pode retardar o esvaziamento do estômago, deixando resíduos que podem atrapalhar a visualização do exame. Durante o dia em que o exame for realizado, não é indicado dirigir ou movimentar máquinas pesadas. O paciente também deve fazer uma alimentação mais leve para ajudar o estômago a se recuperar, mas é liberado para comer o que quiser. Uma vez em casa, a pessoa pode retomar à sua rotina normalmente.

6. Existem efeitos colaterais?

A endoscopia digestiva alta tem uma taxa baixíssima de complicações. Algumas pessoas podem se queixar de um leve desconforto na garganta.

7. Algum medicamento pode interferir na endoscopia?

Sim, e é necessária muita atenção, especialmente no caso de medicamentos anticoagulantes e antiagregantes plaquetários. É preciso conversar com o médico que solicitou o exame ou com o endoscopista para definir a necessidade ou não interromper o uso do medicamento para a realização do exame, embora na maioria dos casos pode não precisar de suspensão. Pacientes diabéticos que fazem o uso de insulina regularmente também devem conversar com o médico responsável para determinar se precisam ou não interromper o uso, pois o paciente ficará muitas horas em jejum antes do exame.

8. Existem contraindicações para realizar a endoscopia?

Em tese, não há nenhuma contraindicação universal para o exame. A endoscopia pode ser realizada em pacientes dos mais variados aspectos clínicos, tanto em pacientes assintomáticos, quanto em pacientes criticamente doentes, sendo que nestes casos o momento do exame terá que ser decidido entre os médicos que cuidam do caso. Existem algumas situações, como por exemplo em casos de sangramento digestivo, em que o momento de realizar uma endoscopia não é assim que aparecem os sintomas. Antes, o paciente deve ser reanimado com reposição volumétrica e reposição sanguínea para que a pessoa esteja estável durante a realização do exame.
Fonte: Dr. Leonardo Wagner Grillo, gastroenterologista e endoscopista digestivo do Serviço de Gastroenterologia do Hospital Moinhos de Vento.

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