Entenda a relação entre a Síndrome de Down e as cardiopatias congênitas

Desde 2012, a Organização das Nações Unidas (ONU) celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down em 21 de março. O diagnóstico, muitas vezes recebido ainda na gestação, requer um olhar atento para possíveis doenças associadas. O documento Diretrizes de Atenção às pessoa com Síndrome de Down, publicado pelo Ministério da Saúde, mostra que até 50% das crianças com a síndrome apresentam alguma cardiopatia congênita.  

Segundo o médico cardiologista pediátrico do Hospital Moinhos de Vento João Manica, a alteração cromossômica característica da Síndrome de Down está associada mais frequentemente a uma falha de desenvolvimento da parte central do coração, provocando o defeito do septo atrioventricular: “Ele pode resultar na junção de duas válvulas do coração e na presença de duas comunicações intracardíacas. Existem vários níveis dessa doença que podem acarretar tanto em necessidade de correção cirúrgica ainda no primeiro ano de vida ou então de forma eletiva mais tardiamente”, explica.

Manica conta que o defeito do septo atrioventricular é a doença cardíaca congênita mais comum, presente em aproximadamente 25% dos pacientes com Síndrome de Down. “Essa alteração pode causar sintomas como cansaço para mamar, aumento da frequência respiratória e dificuldade de ganho de peso nos primeiros meses de vida”, alerta. 

Outras cardiopatias que acometem de forma menos comum esses pacientes são a comunicação interatrial, comunicação interventricular, canal arterial patente e tetralogia de Fallot. De acordo com o médico, comunicações interatriais tipo "ostium secundum", canal arterial patente e alguns tipos de comunicações interventriculares podem ser tratadas de uma maneira menos invasiva, através de cateterismo cardíaco.

 

O médico Renato Kalil, coordenador do Núcleo de Cardiopatias Congênitas do Hospital Moinhos de Vento, lembra que o diagnóstico precoce, se possível ainda antes do nascimento e realizado pelo ecocardiograma fetal, é fundamental para se fazer o manejo pós-natal, a confirmação diagnóstica e o planejamento do tratamento: “As intervenções bem planejadas  e nos momentos certos são decisivas para o sucesso da terapêutica”. O médico afirma que o tratamento precoce, determinado pelo planejamento desde o nascimento, pode levar à correção cirúrgica completa dos defeitos cardíacos, possibilitando uma vida normal do ponto de vista da saúde cardiovascular. 

Sobre a Síndrome de Down

Segundo as Diretrizes de Atenção à pessoa com Síndrome de Down, publicada pelo Ministério da Saúde, a Síndrome de Down (SD) ou trissomia do 21 é a alteração cromossômica mais comum em humanos e a principal causa de deficiência intelectual na população. O documento informa que essas pessoas, quando atendidas e estimuladas adequadamente, têm potencial para uma vida saudável e plena inclusão social. Segundo a ONU, entre 3 mil a 5 mil crianças nascem no mundo com a síndrome, por ano. 

Fontes: 

Dr. Joao Manica, médico cardiologista pediátrico do Hospital Moinhos de Vento 

Dr. Renato Kalil, coordenador do Núcleo de Cardiopatias Congênitas do Hospital Moinhos de Vento

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