Instituído no dia 26 de maio, o Dia Nacional do Combate ao Glaucoma surgiu para alertar a população acerca da importância do diagnóstico precoce e sobre a doença. Com a estimativa levantada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), onde cerca 80 milhões de pessoas portariam a doença até o ano vigente, uma campanha de prevenção ao glaucoma se faz mais do que necessária, afinal essa é a doença que mais cega no mundo, ficando atrás apenas da catarata. Para esclarecer mais sobre a doença silenciosa que é o glaucoma, conversamos com o Dr. Guilherme Jost, Médico, oftalmologista especialista em glaucoma no Hospital Moinhos de Vento, e com a Dra. Caroline Fabris, Coordenadora do Núcleo de Oftalmologia do Hospital.

Entendendo o glaucoma

O glaucoma é uma neuropatia óptica que deriva, principalmente, da hipertensão ocular – pressão intraocular (PIO) maior que o normal – não tratada. No organismo, a doença age de forma a provocar a perda progressiva do campo visual, podendo levar à cegueira total e irreversível quando não tratada precocemente. No seu quadro agudo, a patologia se manifesta através de uma crise de forte dor ocular súbita, sendo caracterizada como uma emergência oftalmológica, uma vez que o risco de perda da visão existe. Já o glaucoma crônico é uma doença assintomática, silenciosa e que, de forma gradual e lenta, causa perda da visão no paciente. Em ambos as situações a perda da visão é irreversível e o principal objetivo está, justamente, no diagnóstico precoce. O diagnóstico de glaucoma é suspeitado na consulta oftalmológica, através do exame de fundo de olho e da medida da pressão intraocular – exames básicos em qualquer consulta de rotina e gonioscopia (exame do ângulo interno da câmara anterior). Sua confirmação vem através de exames complementares, como a campimetria computadorizada, retinografia e tomografia de coerência óptica. A consulta oftalmológica anual é de suma importância em todas as idades, no entanto, pessoas acima de 40 anos de idade requerem uma atenção especial. Isso porque a idade é um fator que muito representa no diagnóstico da doença, devido à sua influência no desenvolvimento desta. A atenção é voltada, também, para aqueles que possuem histórico familiar de glaucoma. Pacientes com doenças oculares, míopes, doenças sistêmicas (como alteração de pressão arterial) também devem ser avaliados pelo possível risco de glaucoma.

Minimizando as ocorrências com a prevenção

Basicamente, o glaucoma pode ser separado em duas categorias: o glaucoma primário – de base genética – e o glaucoma secundário – onde eventos oculares ou sistêmicos estão envolvidos, podendo também ter um componente genético associado. Segundo os especialistas, existem alterações anatômicas que podem ser corrigidas com laser ou cirurgia convencional que evitam uma crise de glaucoma agudo, no glaucoma primário. Já no glaucoma crônico de ângulo aberto, é o diagnóstico e tratamento precoce que retarda a progressão da doença, no entanto não é possível minimizar sua ocorrência. O tratamento para o glaucoma secundário pode estar envolvido com o tratamento do evento principal e dá-se através do uso de colírios ou intervenção cirúrgica para estabilizar o quadro ou até prevenir o dano glaucomatoso. Infelizmente, com a exceção do controle da pressão intra-ocular, a incidência de novos casos não pode ser controlada em sua totalidade, pois depende da expressão da genética e de fatores de risco não modificáveis. Apesar disso, para minimizar o risco de perda significativa da qualidade de vida relacionada à visão pelo glaucoma, é fundamental o diagnóstico precoce. A melhor forma de prevenção da doença é a realização do exame oftalmológico periódico. Afinal, aumentar a compreensão da importância do exame oftalmológico periódico, bem como sua disseminação, são os pilares para o diagnóstico, o controle e a prevenção à cegueira pelo glaucoma, afirmam os médicos.

O papel das instituições no combate ao glaucoma e a importância da disseminação de informações

Com uma estratégia voltada para o diagnóstico precoce, é principalmente através de campanhas de conscientização, mutirões de exames de triagem da população geral – com especial atenção aos grupos de risco – e divulgação do serviço, criando consultas de check-up oftalmológico anual para prevenção de glaucoma e demais doenças oculares, que as instituições podem ajudar no combate ao glaucoma. Para o paciente, uma vez confirmada a doença, é fundamental seguir o tratamento recomendado com o uso correto e regular dos medicamentos. A boa notícia é que a maioria destes medicamentos são distribuídos em muitas instituições, o que é benéfico, pois na maioria dos casos é necessário o uso de mais de um medicamento, tornando o tratamento dispendioso para alguns. Além disso, o portador de glaucoma deve estar ciente de que a falha na terapia, ou interrupção desta, provoca danos irreversíveis. Neste ponto, é crucial o envolvimento de toda a equipe na educação do paciente. Ademais, blogs institucionais com conteúdos de esclarecimento sobre glaucoma, a distribuição de material impresso como flyers e panfletos nas instituições, bem como dados em plataformas de comunicação em massa corroboram com a disseminação da informação, ajudando na divulgação e conhecimento das práticas citadas acima.

A comunidade médica também faz a sua parte

A equipe de saúde da família é um dos principais agentes na divulgação dessas informações. Principalmente, porque a preocupação efetiva com esse tema surge com maior força apenas no mês da conscientização de combate ao glaucoma. É neste período que as pessoas questionam mais sobre o glaucoma durante a consulta oftalmológica. Porém, existem inúmeras informações em sites de entidades de classe disponíveis para a população em geral. Para finalizar, é fundamental alertar constantemente sobre esta importante patologia oftalmológica que acomete uma parcela muito grande da população e que pode ser controlada na maioria dos casos com uso de colírios. A educação da população portadora de glaucoma pelo oftalmologista e divulgação da prevenção por parte da equipe de saúde são estratégias fundamentais para se prevenir a cegueira e permanecer com qualidade de vida.  
Fonte: Dr. Guilherme Jost, oftalmologista especialista em glaucoma no Hospital Moinhos de Vento, e Dra. Caroline Fabris, Coordenadora do Núcleo de Oftalmologia do Hospital

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Prêmios e Certificações

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