A psoríase cutânea é uma doença genética influenciada por fatores ambientais, que estimula a criação de inflamações e gera lesões avermelhadas e escamosas na pele. O dermatologista e especialista em psoríase, do Serviço de Reumatologia do Hospital Moinhos de Vento, André Carvalho, explica que, apesar do fator genético, a doença pode estar relacionada também com fatores ambientais, como período de estresse, luto, sobrecarga emocional, algum tipo de infecção, uso de medicamentos como corticoide, etc. “Costumo dizer que o gene dessa doença é como uma fábrica, que, por mais que esteja ali, nem sempre está produzindo”, explica Carvalho.

Segundo ele, quando diagnosticada a psoríase, além do tratamento para a doença, que será específico para cada paciente, a partir da característica ambiental envolvida, da saúde do paciente (se tem outras comorbidades, por exemplo), da gravidade da doença, dos órgãos e sistemas acometidos e do acesso do paciente à medicação, é fundamental que seja observado também se há sinais de artrite psoriásica.

A doença é uma inflamação nas articulações, que ocorre em cerca de 30% das pessoas que tem psoríase cutânea. Os sintomas incluem dor, inchaço e rigidez nas articulações, sobretudo ao acordar pela manhã, que comprometem pequenas e grandes articulações das mãos, pés, braços e pernas, normalmente. Exemplos característicos dessa doença é o “dedo em salsicha”, causado pela inflamação chamada dactilite; a forma espondilítica, que compromete a coluna; e a entesite que é a inflamação que acontece nos enteses, que são onde os tendões se fixam aos ossos.

O médico reforça que, na maior parte dos casos, a artrite psoriásica acontece depois da psoríase cutânea. “Não se sabe ao certo o motivo, mas a pele é um órgão imunologicamente ativo, cuja função é nos proteger, então é compreensível que seja o primeiro sinal, antes do atingimento da articulação, que acontece em alguns casos”, analisa.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a doença atinge homens e mulheres em igual proporção, ambos na vida adulta, na maior parte das vezes. É uma enfermidade que requer cuidado, por ser uma artrite destrutiva e deformante, conforme reforça o médico. “A artrite psoriásica pode incapacitar o paciente, fazendo com que se perca funções essenciais, que não poderão ser recuperadas”, explica.

Segundo Carvalho, o tratamento para a doença, assim como no caso da psoríase, depende de uma série de fatores relacionados à condição do paciente, mas que, por ser uma enfermidade crônica, não há cura. “Nós costumamos dizer que entra em remissão, mas não há garantias, é necessário sempre observar os sinais”, reforça.

Outro ponto de atenção é a relação da artrite psoriásica com outras doenças, como obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, etc. “A psoríase, seja ela cutânea ou na articulação, produz mais inflamação do que precisamos no nosso organismo, e isso fica circulando causando mal à parte interna do sistema vascular, que inclui veias e artérias. A consequência disso é o aumento no risco de outras doenças e a instauração de um looping, em que a inflamação ataca os demais sistemas”, detalha o médico.

Nesse sentido, quanto mais cedo diagnosticada a doença, menores são as chances de resultar em outras enfermidades. Então aproveite o Dia Nacional de Luta contra o Reumatismo e o Dia Nacional e Mundial da Psoríase, celebrados neste dia 29 de outubro, e tire suas dúvidas! O diagnóstico da artrite psoriásica é feito através de avaliação clínica com profissionais adequados, como dermatologistas e reumatologistas.

Em qualquer sinal ou possibilidade, consulte seu médico.

Fonte: Dr. André Carvalho, dermatologista do Serviço de Reumatologia do Hospital Moinhos de Vento e preceptor da residência médica.

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