O mês de agosto é conhecido como o mês de incentivo a amamentação. Trata-se de uma campanha global organizada pela Aliança Mundial para a Ação da Amamentação (WABA), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), tendo como foco a “Educação e Apoio”, que visa incentivar a amamentação exclusiva para os primeiros seis meses de vida e continuada até, pelo menos, os dois anos de idade. Mas porquê será que é tão difícil amamentar? E quais seriam os benefícios para mães e filhos?

Dados brasileiros

No Brasil, o tema escolhido pelo Ministério da Saúde (MS) seguiu a mesma ideia da campanha mundial e teve como slogan “Apoiar a amamentação é cuidar do futuro”, uma vez que a meta da OMS é ampliar em 50% a taxa de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses, até 2025. Hoje, a amamentação exclusiva alcança apenas 45,8% dos brasileiros, com até meio ano de vida. 

Padrão ouro de qualidade 

No país, o mês atual é conhecido como “Agosto Dourado” por simbolizar o incentivo ao aleitamento. E porquê esta cor? O dourado está relacionado ao padrão ouro de qualidade do leite materno, único alimento que contém anticorpos e outras substâncias que protegem a criança de infecções comuns enquanto ela estiver sendo amamentada, além de prevenir o aparecimento de várias doenças na vida adulta. Conforme estudos na área, são dezenas de componentes únicos, que não podem ser produzidos artificialmente. Para se ter uma ideia, são proteínas, carboidratos, gorduras, aminoácidos, hormônios e vitaminas, que são transmitidos de mãe para filho.

Porquê amamentar?

De acordo com o MS, amamentar reduz o risco de desenvolvimento do câncer de útero e câncer de mama nas mulheres. Para o bebê, fortalece o sistema imunológico, reduz os riscos de obesidade, desenvolvimento de diabetes, casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, além de reduzir a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.

Dúvidas e dificuldades em amamentar

Infelizmente, juntamente com as vantagens, surgem inúmeros medos em relação à amamentação. “É comum, natural e frequente que as mulheres apresentem dúvidas e/ou dificuldades para amamentar. Precisamos naturalizar essas questões e sermos, realmente, um suporte, ajudando a resolver e eliminar obstáculos. Quanto maior o apoio, maior o sucesso”, garante a enfermeira Andreia Amorim, coordenadora assistencial da área Materno Infantil e Pediatria do Hospital Moinhos de Vento.

“A dor ao amamentar pode estar relacionada a causas físicas, morfológicas ou devido a traumas mamilares e, ainda, a aspectos sociais e emocionais. Não se pode desprezar ou desqualificar essa queixa. No entanto, é possível reduzir esse desconforto atuando de duas formas: identificando e eliminando o motivo da dor e oferecendo apoio à mãe”, exemplifica. Segundo a coordenadora, o auxílio nas atividades domésticas ou o simples fato de cuidar do bebê, zelando o sono materno, podem contribuir muito para que não haja o desmame precoce. “Promover ações educativas aos familiares com as redes de apoio, mas, principalmente, não deixá-la solitária durante os períodos mais difíceis pode contribuir muito para a continuidade da amamentação”, avalia Andreia Amorim.

Conhecimento profissional

Muitas vezes, a família ou os amigos tentam ajudar, mas nem sempre dispõem do conhecimento necessário. “É importante que a mãe se cerque de pessoas que apoiem as suas decisões e que possam dar um suporte positivo, nesse momento. Porque muito se vê o bebê apenas com fome, com necessidade de alimentação, mas, muitas vezes, não é o que ele precisa. É, nesta hora, que o profissional especializado vai ajudar, porque ele vai direcionar para o caminho certo”, acrescenta Riciane Silveira Osório, enfermeira especialista em aleitamento materno do Moinhos e consultora internacional em lactação, com o título IBCLC (“International Board Certified Lactation Consultant”).

“Uma das principais dicas é que a mulher comece a se preparar para a amamentação já durante a gestação. Mas não é nenhum tipo de preparo das mamas, pois, para isso basta o bebê sugar. Entretanto, a maior preparação que essa mãe pode ter é conhecer como funciona a sua mama, quais são os processos que vai percorrer após o nascimento do bebê, quais são as fases do leite nos primeiros momentos; para que isso não gere frustração ou ansiedade lá na frente”, recomenda.

Dores e lesões

Quando se fala em amamentar, geralmente vem a questão da dor e das lesões mamilares. “Com um bom manejo da amamentação é possível reverter isso, diminuindo muito essa lesão ou o desconforto dessa mãe. Hoje em dia nós temos recursos para tratar esses problemas de forma rápida, porque, em algumas situações, não é questão da habilidade materna, mas alterações bucais do bebê. Pequenas mudanças e ajustes na posição de ambos podem fazer com que uma uma mãe que estava totalmente desconfortável, possa se sentir confortável e feliz com a situação, fazendo com que apenas sinta alegria por ela estar alimentando o seu filho”, pondera.

E é esta alegria que Myrcea Nunes Dellalibera, enfermeira assistencial do Hospital Moinhos de Vento, tem sentido ao amamentar a sua primeira filha, Maria Carolina, de apenas dois meses. Ela, que também é consultora internacional em lactação com o título IBCLC, agora está vivenciando, na prática, tudo o que antes preconizava. “O conhecimento é importante porque a amamentação não é fácil, mesmo, e pode doer. A fase do sorriso no rosto, que vemos na televisão, chega, mas, às vezes, passamos antes por algumas intercorrências um pouquinho mais difíceis”, pondera. “Ter uma rede de apoio com profissionais qualificados e informação vai trazer mais segurança para as mulheres, assim, o processo todo vai se tornar mais tranquilo e fácil de passar”, assegura.

“Agora, acho maravilhoso amamentar a minha filha. Vê-la me olhando não tem explicação. É uma conexão de amor puro. Não existe coisa melhor no mundo do que amamentá-la sem dor. Mas, no início, chegava a chorar”, recorda Myrcea, que também é enfermeira no alojamento conjunto da Maternidade do Hospital. “Às vezes, um simples ajuste de posição (como disse a colega Riciane, que, aliás, me ajudou quando passei por isso) já melhora toda essa situação. Caso contrário, pode trazer problemas, fissuras (nas mamas) e a temida dor”, enfatiza.

Benefícios comprovados

“Sempre digo que a amamentação é como um jogo de quebra-cabeça, no qual a gente vai montando até a última pecinha se encaixar e, quando isso acontece, as coisas começam a fluir direitinho. E vale muito a pena, os benefícios são imensos, tanto para mim, quanto para ela. Já perdi todo o peso que ganhei na gestação e sei que ela vai ter menos riscos de ter doenças infecciosas, diarréia, otite, obesidade, diabete na infância e vai ter menos chance de hospitalização também. Então, eu sei que estou dando o meu melhor para a minha filha. Acho que isso é o que me deixa mais feliz: ter conseguido amamentar e, mesmo com dor, fui adiante e não desisti”, comemora.

Atendimento especializado

E é muito importante não desistir. No Hospital Moinhos de Vento há um serviço especializado e profissionais qualificados para ajudar da melhor forma possível e garantir que o desejo materno de amamentar seja respeitado. No Moinhos também é possível receber um tratamento personalizado para mãe e filho durante a internação, contratando o serviço da Amamentar. Também pode ser feito um atendimento domiciliar, com acompanhamento durante 15 dias após a alta hospitalar, com apoio de um aplicativo exclusivo e consulta por telemedicina.

Fontes: Andreia Amorim, coordenadora assistencial da área Materno Infantil e Pediatria do Hospital Moinhos de Vento (HMV); Riciane Silveira Osório, enfermeira especialista em aleitamento materno do HMV e consultora em lactação IBCLC e Myrcea Nunes Dellalibera, enfermeira assistencial do HMV e também consultora em lactação IBCLC.

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Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1