De acordo com estudo do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2020/2022, 8.460 novos casos de câncer infantojuvenis serão diagnosticados no Brasil. Apesar da doença ter uma evolução rápida, nesta faixa etária a resposta ao tratamento é muito positiva e quando diagnosticados precocemente, mais de 80% dos casos de câncer infanto-juvenis têm chances de cura, graças aos avanços no tratamento.

Para saber mais sobre a doença, conversamos com duas médicas pediatras do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Jiseh Fagundes Loss, cancerologia e a Dra. Liane Esteves Daudt, hematologia e hemoterapia. Confira abaixo os mitos e verdades que listamos acerca da doença, a fim de esclarecer a população sobre este assunto:

Cada faixa etária apresenta um tipo de câncer específico.

Verdade. O câncer infantil pode acometer crianças desde o nascimento até a adolescência, e se manifesta de maneiras diferentes dependendo da faixa etária da criança. A leucemia aguda, por exemplo, predomina na idade de 2 a 5 anos, enquanto o retinoblastoma (neoplasia intraocular) acontece, principalmente, nos primeiros dois anos de vida. Já os tumores ósseos são mais frequentes na adolescência.

O fator genético é determinante para o surgimento.

Mito. Na maioria dos casos, não existe um fator genético reconhecido. Porém, existem  ocorrências específicas da doença relacionadas a fatores genéticos, como em famílias onde há casos de Síndrome de Li Fraumeni ou portadores da Síndrome de Down.

O câncer é o mesmo entre crianças e adultos.

Mito. Tanto sob o aspecto histológico, quanto sob aspectos de localização e evolução, a doença se expressa de maneira bem distinta entre estes dois grupos.

Além disso, outra característica que a difere é a ausência de agentes carcinogênicos. Ao contrário dos adultos, onde, por exemplo, o fumo e o etilismo podem estar associados, na infância não existem fatores desencadeantes claramente reconhecidos.

Crianças e adolescentes com câncer são mais suscetíveis a infecções.

Verdade. Mas depende do caso. Existem algumas neoplasias cujo tratamento é mais intenso, causando maior imunossupressão no organismo. Nessas situações, o paciente corre maior risco de infecções secundárias, com possível necessidade de internação para o devido tratamento. Por este motivo, crianças e adolescentes com câncer devem realizar o tratamento em centros especializados, onde tenham suporte e cuidados intensivos, hemoterapia e equipe multiprofissional.

Crianças com câncer não podem ser vacinadas. 

Depende. É comum que crianças e adolescentes em tratamento com quimioterapia apresentem diminuição da imunidade - o que influencia na eficácia da vacina nestes pacientes. Vacinas não vivas, como as contra coqueluche, tétano e influenza, entre outras, estão liberadas de acordo com cada paciente.

Já vacinas com vírus vivo, como as contra poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, varicela e febre amarela são contraindicadas durante o período de tratamento quimioterápico, cabendo ao médico hemato-onco que acompanha o paciente liberar ou não a vacinação. 

Crianças com câncer entram no grupo de risco da pandemia de coronavírus.

Verdade. Todos os pacientes em tratamento e/ou imunocomprometidos pelo tratamento de câncer, incluindo crianças, são considerados do grupo de risco da Covid-19 e devem intensificar as medidas de proteção, como isolamento ou distanciamento, lavagem das mãos e uso de máscaras. Além disso, em caso de  suspeita da doença, o médico deve ser imediatamente procurado e o tratamento não deve ser retardado.

O câncer infantojuvenil não tem sintomas.

Mito. Mudanças de comportamento em crianças menores (pode significar dor), quedas frequentes, hematomas (manchas roxas) em áreas não usuais de trauma, dores de cabeça sem melhora, acompanhadas de vômitos ou perda de equilíbrio, abaulamento na região do abdômen ou nos membros, assim como qualquer sintoma que persista por mais de uma semana sem melhora, são exemplos de sintomas que podem ser percebidos por pais, familiares e cuidadores, e podem sugerir a presença da doença. Nestes casos, o pediatra deve ser consultado para avaliar a necessidade de prosseguir a investigação diagnóstica e encaminhar para o especialista. 

Fontes:

Dra. Jiseh Fagundes Loss, oncologista pediátrica do Hospital Moinhos de Vento

Dra. Liane Esteves Daudt, pediatra hematologista e hemoterapeuta do Hospital Moinhos de Vento 

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Prêmios e Certificações

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