Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de casos de sífilis adquirida diminuiu de 158.051 para 67.301 entre os anos de 2018 e 2019, respectivamente, porém a doença continua sendo um grave problema de saúde pública, com taxas de detecção elevadas, principalmente na região sudeste e sul, superando as taxas brasileiras. A maior parte das infecções ocorreram no sudeste do país, 29.339, seguido pelo sul, 16.2239, nordeste, 11.196, centro-oeste, 5.656, e norte, 4.860. Ainda segundo o levantamento, a quantidade de homens com a doença foi quase o dobro se comparado com o de mulheres, 40.237 e 27.005. Já o número de gestantes diagnosticadas foi de 25.794, o que também demonstrou uma redução significativa se comparado com 2018, quando foram 62.599. A sífilis ou lues, como também é conhecida, é uma doença exclusiva do ser humano e curável acometendo adultos em todas as faixas etárias. Quando presente na mulher em idade reprodutiva, pode ser transmitida ao feto durante a gestação ou durante a passagem pelo canal de parto, sendo associada com desfechos gestacionais desfavoráveis, entre eles abortos espontâneos, mortes fetais, crescimento fetal restrito, prematuridade, mortes perinatais e infecção congênita, reforçando a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da sífilis, tanto na gestante, durante o pré-natal, quanto da sífilis em ambos os sexos, como uma doença sexualmente transmissível.

Estágios da sífilis

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e causada pela bactéria Treponema pallidum. Os sintomas variam conforme o estágio da doença, os quatro são:
  • Sífilis primária: Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio; Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha; Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.
  • Sífilis secundária: Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial; Podem ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés; Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.
  • Sífilis latente – fase assintomática: Não aparecem sinais ou sintomas; É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção); A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
  • Sífilis terciária: Pode surgir de 2 a 40 anos após o início da infecção; Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
O primeiro e o segundo estágio apresentam maior possibilidade de transmissão, que podem ocorrer através de relações sexuais desprotegidas, agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado, de mãe para filho, em qualquer fase da gestação ou no momento do parto (sífilis congênita) e pela amamentação.

Diagnóstico e tratamento

O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento de Condições Crônicas Infecciosas/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DCCI/SVS/MS), como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica. O tratamento é feito com antibióticos e deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença e estendido aos parceiros sexuais. A sífilis é uma infecção, com tratamento relativamente simples, mas pegar uma vez não promove imunidade. Nas formas mais graves da doença, como na fase terciária, o não tratamento adequado pode levar à morte.

Previna-se

O uso de preservativos (tanto femininos como masculinos) durante todas as relações sexuais (inclusive anais ou orais) é a maneira mais segura de prevenir a doença. Além disso, o acompanhamento das gestantes e dos parceiros sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita.
Fonte: Dra. Camila Henz, Ginecologista do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento e Ministério da Saúde.

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