Nesta última semana, a notícia da morte do ator Chadwick Boseman, de 42 anos, surpreendeu o mundo. Chadwick não apenas interpretava personagens heroicos como também era um, há quatro anos ele travava uma longa batalha contra um câncer de cólon. Mesmo em meio ao tratamento do câncer, o ator seguiu trabalhando e gravou nove filmes durante este período. Considerado um ícone da representatividade negra, Chadwik deixou a sua marca nos cinemas e, para sempre, será lembrado por sua incrível atuação como T´Challa, rei-guerreiro de Wakanda, no filme Pantera Negra. Para trazer mais informações sobre a doença, conversamos com a Dra. Heloisa Guedes Mussnich, chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento, que esclareceu algumas das principais dúvidas sobre a patologia.

Causas da doença

Segundo a especialista, fatores genéticos costumam ser os principais causadores da doença em pessoas mais novas, como o caso do ator – embora indivíduos jovens sem história familiar possam apresentar a doença. Além deste motivo, fatores ambientais também podem ser agravantes para a patologia como a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo e a alimentação inadequada com grande quantidade de comidas industrializadas e excesso de carnes processadas. No Brasil, os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontaram que a incidência de câncer de intestino, que abrange os tumores de cólon, reto e ânus, é de 40.990 em 2020, sendo 20.520 em homens e 20.470 nas mulheres. É o segundo tumor mais comum, ficando atrás somente de próstata e mama.

Câncer x doenças intestinais

O aparecimento dos sintomas do câncer de intestino não costuma ser precoce e, por isso, a importância da prevenção e do rastreamento com exames nas idades adequadas. Entretanto, sinais como sangramento nas fezes e alteração do hábito intestinal são alertas importantes. Nos casos mais graves, pode ocorrer obstrução do intestino. Este câncer pode se apresentar de diferentes formas e facilmente ser confundido com outros problemas intestinais e doenças orificiais. Por isso, é necessário estar atento aos detalhes. As hemorroidas, por exemplo, não causam câncer, mas podem ter sintomas semelhantes e devem ser sempre acompanhadas e investigadas por um médico coloproctologista. Inclusive, todo o indivíduo que apresentar algum sintoma digestivo deve procurar orientação adequada. Em cada caso, o médico vai avaliar o risco e a necessidade de investigação. Até o momento, o principal exame para diagnóstico e prevenção é a colonoscopia. Além do tumor do intestino, o método permite a remoção de pólipos colönicos que costumam ser os precursores (benignos) dos cânceres. “Estima-se que 25 a 30% das pessoas possam ter pólipos após os 50 anos de idade. Porém, estudos recentes identificaram incidência mais precoce dos tumores intestinais na última década, atingindo uma elevação de 11% em pacientes abaixo de 50 anos. Esta informação tem embasado a orientação de rastreamento antes dos 50 anos, como habitualmente era feito”, aponta a médica. A recomendação atual é de que as pessoas devem realizar sua primeira colonoscopia para prevenção a partir dos 45 anos e, no máximo, aos 50 anos. Nos casos de pacientes com histórico familiar, os exames preventivos precisam iniciar mais cedo, a partir dos 40 anos ou 10 anos antes da idade que o familiar teve câncer de intestino.

Tratamento e as chances de cura

O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. Nos casos dos tumores iniciais, são maiores que 95%. No geral, estima-se que entre 60 até 70% das pessoas fiquem recuperadas após realizarem o tratamento adequado. Na maioria das vezes, o método é cirúrgico, com a retirada de uma porção do intestino grosso. “A cirurgia minimamente invasiva, como a cirurgia laparoscópica, está amplamente desenvolvida e é rotina no nosso meio, permitindo uma recuperação pós-operatória mais rápida com menores repercussões clínicas. Além disto, a cirurgia robótica também está ganhando espaço para o tratamento desses tumores (especialmente os localizados no reto), já sendo uma opção disponível no nosso hospital”, destaca. Mesmo nos casos mais avançados a cura é possível, embora muitas vezes sejam necessários tratamentos complementares como quimioterapia ou radioterapia. Nos casos em que ocorre o diagnóstico precoce (quando se encontra um tumor microinvasivo), o tratamento pode ser realizado por colonoscopia. Neste contexto, ocorre a retirada das lesões em procedimento endoscópico avançado, como a Mucosectomia ou a Dissecção Endoscópica Submucosa

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Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1