Pela primeira vez no país é desenvolvido um projeto com foco na capacitação de Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN) e Técnicos em Saneamento. Trata-se da Formação em Saúde Ambiental para profissionais de Saúde Indígena, desenvolvido pelo Hospital Moinhos de Vento, ao lado da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), ligada ao Ministério da Saúde por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Com o objetivo de formar multiplicadores que irão qualificar os AISAN e Técnicos em Saneamento, para atuar nas ações de saneamento em suas comunidades.
Lançado em 2024, o projeto promove práticas sanitárias eficazes para melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças nas comunidades indígenas. Dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI) revelam que, nos últimos seis anos, mais de 130 mil indígenas foram afetados por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado.
Para isso, a iniciativa do Saúde Indígena tem como propósito capacitar aproximadamente 2.500 Agentes Indígenas de Saneamento que atuam nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) em todo o Brasil. A primeira fase do projeto prevê a formação de multiplicadores, profissionais que atuam nos DSEI com formação desde o ensino médio/técnico até o pós-doutorado, com o objetivo de atender às diferentes necessidades das comunidades indígenas. A turma conta com cerca de 180 alunos, que, após a formação, serão os responsáveis por desenvolver as oficinas presenciais com outros Agentes e Técnicos em Saneamento – com monitoria e acompanhamento – em suas localidades.
Nesta primeira fase, o curso de 110 horas vem acontecendo em módulos em formato online. Na sequência, os encontros serão presenciais quando acontecerão as oficinas com turmas em sete estados brasileiros – Manaus/AM, Porto Velho/RO, Cuiabá/MT, Palmas/TO, Maceió/AL, Curitiba/PR e Santarém/PA. Toda a matriz curricular foi desenvolvida em conjunto com representantes dos 34 DSEI e lideranças indígenas.
“É um projeto inédito, tanto em temática quanto em abrangência. Nosso desafio é chegar ao máximo de aldeias possíveis, trabalhando de forma que a interculturalidade seja transversal a todo o Curso, promovendo a saúde para essas comunidades que, muitas vezes, não têm acesso a nenhum recurso”, afirma Ana Paula Tussi, supervisora do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do Hospital Moinhos de Vento e Liderança Operacional do Projeto. A iniciativa busca alinhar conhecimentos técnicos e científicos com os saberes tradicionais indígenas, abordando temas como saneamento ambiental, gestão de resíduos sólidos, manejo da água e conflitos socioambientais, sempre no contexto das comunidades indígenas.
O Hospital Moinhos de Vento destinou 10,3 milhões para o projeto, valor destinado ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). A iniciativa envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo tutores, consultores e a parceria com a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI).
Os próximos passos do projeto incluem a realização de encontros presenciais para desenvolver metodologias práticas com os multiplicadores, que acontecerão a partir de agosto de 2025. Posteriormente, serão realizadas oficinas de capacitação para Agentes Indígenas de Saneamento e Técnicos em Saneamento, com o acompanhamento de consultores da capacitação. O projeto será concluído com a entrega do curso EAD que poderá ser disponibilizado pelo Ministério da Saúde ao público em geral, além da entrega de materiais educativos no formato impresso desenvolvidos pelo Projeto, ao Ministério da Saúde, visando a sustentabilidade e continuidade da formação.
Para saber mais acesse o link.
© 2025 - Hospital Moinhos de Vento - Registro Empresa (CRM-RS): 425
Responsável Técnico: Dr. Luiz Antonio Nasi - CREMERS 11217