Verdade. Apesar de extremamente raro, o Parkinson juvenil pode acometer pessoas com menos de 21 anos de idade. De acordo com o neurologista do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Carlos Roberto de Mello Rieder, também existe o considerado Parkinson de início precoce, que pode surgir antes dos 45 anos de idade e atinge cerca de 5% a 10% da população com a doença.
Quais são os principais fatores de risco para o Parkinson?
Dr. Carlos de Mello Rieder, que também preside a Academia Brasileira de Neurologia, explica que o fator de risco mais importante para o Parkinson é o envelhecimento. “À medida que se envelhece, maiores os riscos de ter a doença de Parkinson, especialmente acima dos 60 ou 65 anos, que representa cerca de 1% a 3% da população acometida pela doença.
E quais são os fatores de risco para o Parkinson precoce?
O neurologista do Hospital Moinhos esclarece que a enfermidade que começa muito precocemente tem que ser investigada do ponto de vista genético. O Parkinson juvenil, por exemplo, que inicia antes dos 21 anos de idade, é fortemente marcado por componentes genéticos. Assim como o Parkinson de início precoce, que pode aparecer antes dos 45 anos, também têm vários genes relacionados a ele. “Mas nesta faixa etária, também temos formas esporádicas da doença, que não têm nenhum fator determinante: nem genético ou ambiental que se consiga identificar”, observa.
Quais são os sintomas do Parkinson precoce?
Segundo o Dr. Carlos Rieder, os sintomas da doença de Parkinson que inicia precocemente podem ser muito idênticos ao que se desenvolve em idades mais avançadas. “O sinal mais marcante é a lentidão dos movimentos que começa de um lado ou de outro do corpo. Então, o paciente começa a notar que fica mais lento; o braço pode ficar mais rígido ou a perna mais devagar e mais rígida e ele começa a arrastar o pé”, exemplifica.
E o tremor também pode ser observado em pacientes mais jovens?
“O tremor não é, necessariamente, obrigatório, apesar de ser um dos aspectos mais importantes na percepção das pessoas. O achado mais significativo é a lentidão dos movimentos associada ao tremor ou à rigidez (ou a ambos)”. Vale destacar que, às vezes, o tremor pode ser um fator determinante para o diagnóstico.
É possível confundir os sintomas do Parkinson precoce com outras doenças?
O médico do Moinhos salienta que é importante descartar outras causas quando o paciente começa a desenvolver os sintomas da doença, antes dos 60 anos de idade. “O uso de medicamentos, como antidepressivos ou outras drogas psiquiátricas, também podem bloquear a ação da dopamina, que é o neurotransmissor que pode produzir o chamado parkinsonismo. Quando tem início muito precoce, também é obrigatório investigar se não são sinais da Doença de Wilson. Então, o paciente deve ser encaminhado a uma avaliação neurológica”, ressalta. Esta pode ser feita no Núcleo da Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento do Hospital Moinhos de Vento. No local, os especialistas oferecem diferentes terapias, de forma a controlar a doença e diminuir os efeitos colaterais do tratamento.
Como tratar o Parkinson precoce?
Felizmente, esta versão precoce do Parkinson é de evolução mais lenta. Entretanto, os portadores desta patologia podem ter que lidar com as “sincinesias”, que são movimentos involuntários ocasionados pelo uso da própria medicação. “Elas atrapalham muito a qualidade de vida destes indivíduos jovens, por isso são indicadas cirurgias, como o implante do estimulador cerebral profundo (chamado DBS), procedimento cujo Hospital Moinhos tem uma tradição, há mais de vinte anos”, enfatiza. “Além disso, praticar atividade física é fundamental. Eventualmente, fisioterapia e fonoterapia são indicadas dentro de programas de reabilitação multidisciplinar”, recomenda.
Para saber mais sobre o Núcleo da Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento do Hospital Moinhos de Vento, entre em contato pelo telefone: (51) 3314-3434.
Fonte:
Dr. Carlos Roberto de Mello Rieder (CRM 15038) é neurologista do Hospital Moinhos de Vento e presidente da Academia Brasileira de Neurologia.