O Tsuru é uma ave sagrada, considerada um símbolo de saúde, sorte e longevidade no Japão. Entre os origamis (arte de dobrar papel) ela é uma das figuras mais conhecidas e emblemáticas pela história que carrega. A lenda milenar diz que quem fizer mil tsurus ganhará o direito de ter um desejo realizado. Desconhecendo a história por trás da dobradura, Suelen ficou surpresa com o significado do desenho que carrega em seu braço esquerdo, e a relação com o momento em que ela estava vivendo. “Em uma conversa com a Suelen, percebi uma tatuagem de origami e questionei se ela conhecia a lenda. Como ela não sabia, me prontifiquei para, em outro momento, contar a história à ela”, relata a farmacêutica Raquel Vieira. A jovem, de 17 anos, tem Fibrose Cística, uma doença genética que afeta a função de diversos órgãos, especialmente o pulmão, pâncreas e o intestino. Devido à doença, ela ficou internada no Hospital e, durante este período, a equipe multidisciplinar quis fazer alguma coisa que pudesse trazer esperança para Suelen. “Nesse momento, tive a ideia de envolver toda a equipe em uma ação para confeccionarmos 1000 origamis e possibilitar a Suelen a realização de um milagre”, lembra a Raquel. “Nós pensamos em tirar foco dela da doença, para um olhar mais humanizado sobre o seu período de internação” complementa Grasiela Vidor, uma das enfermeiras da unidade que participou da ação, juntamente com a enfermeira Jéssica Cogo, a fisioterapeuta Amanda Ross e a nutricionista Fernanda Schumacher. “Para realizar a surpresa, criamos um grupo no WhatsApp® e começamos a sugerir ideias. Eu dividi com a equipe a vontade de confeccionar tsurus e eles, prontamente, compraram a ideia. Começamos a campanha na Unidade de Internação E3 e, conforme dividimos a história e nossa meta com os colegas de outras áreas, todos eram tomados de motivação e logo se prontificaram a nos apoiar nesse audacioso objetivo”, explica Raquel. Este ato de amor mobilizou não só a instituição mas também a comunidade, amigos e familiares, que ao confeccionarem os origamis enviaram vídeos e fotos para que a Suelen pudesse acompanhar o tamanho da movimentação em torno do seu milagre. Pássaros de papel, de diferentes cores e tamanhos, começaram a chegar e foram pendurados por todo o quarto em que Suelen estava hospitalizada. Paredes foram cobertas de tsurus. A cada dia, mais origamis chegavam e as contas se aproximavam dos 1000. A equipe permaneceu envolvida na contagem e, quando haviam tsurus suficientes para a realização do desejo, foram ao quarto para entregar a dobraduras e contar a novidade à paciente. Nesse momento, a médica da Suelen estava presente e revelou: a partir daquele dia, Suelen era a primeira na lista de transplante pulmonar! A ação só foi possível porque a equipe multidisciplinar estendeu o seu olhar para além do tratamento, identificando muito mais do que a necessidade de cuidados relacionados à doença, mas essencialmente àqueles centrados na pessoa. Esses cuidados são a demonstração de carinho e atenção de uma equipe engajada em oferecer amor como parte fundamental de um tratamento. É com este sentimento que o Hospital Moinhos de Vento deseja que neste novo ano você: sonhe, acredite e realize! Pois você não está sozinho.