A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orientam o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade do bebê. Ou seja, sem água, chás ou qualquer outro tipo de alimentação. 

“Após este período, o aleitamento materno deve ser orientado, estimulado e mantido com o complemento e a apresentação de novos alimentos, pelo menos até os 2 anos de idade da criança, ou mais, conforme o desejo da mãe”, explica a Dra. Patrícia de Godoy Martins Imseis, médica plantonista da UTI Neonatal e pediatra do Corpo Clínico do Hospital Moinhos de Vento. 

Segundo a especialista, também é seguindo o desejo da genitora que deve ocorrer a decisão pela interrupção do desmame. Tudo de forma natural e espontânea. Sem imposições.

Afinal, qual é a importância da amamentação para a criança?

Conforme a Dra. Patrícia Martins Imseis, a amamentação:

- Protege o bebê de doenças, infecções e alergias; 

- Proporciona uma nutrição mais adequada;

- Previne contra doenças futuras, como diabetes, hipertensão e obesidade;

- Promove o desenvolvimento adequado da fala e da cognição, através do desenvolvimento cerebral e da cavidade oral; 

- Propicia e fortalece o vínculo entre o bebê e a mãe.

E qual é a importância da amamentação para a progenitora?

Para a médica, amamentar contribui para que a mãe: 

- Recupere o peso e a contração do útero, no pós-parto;

- Tenha menos riscos de desenvolver câncer de mama e ovário, além do diabetes tipo 2, infecções e doenças cardiovasculares; 

- Não engravide rapidamente, pois pode atuar como um método natural contraceptivo, quando exclusivo, nos primeiros 6 meses;

- Economize, já que é gratuito, diminuindo ainda o custo com fórmulas e hospitalizações.

Existe alguma vantagem da amamentação para o planeta?

Sim! A Dra. Patrícia lembra que a amamentação beneficia o meio ambiente, por ser uma fonte sustentável e renovável de alimento, que não gera resíduos, nem poluição mundial.

Caso a mãe se sinta insegura em relação à amamentação, a rede de apoio pode contribuir?

Com certeza! A rede de apoio é uma parceria significativa para colaborar com o sucesso da amamentação. Para a pediatra, ela é determinante para apoiar a genitora a manter a amamentação por todo o período desejado, garantindo os benefícios do aleitamento para a saúde do bebê e dela própria.

Esta rede de apoio inclui: 

- O(a) parceiro(a);

- Familiares;

- Amigos;

- Vizinhos;

- A comunidade em geral;

- Profissionais da Saúde;

- Empresas e empregadores. 

Na prática, como a genitora pode ser ajudada por esta rede de apoio?

“É muito importante que esta mulher seja apoiada nas tarefas domésticas e/ou cuidados com outros filhos, se houver; e que receba conforto, ajuda e incentivo daqueles que estão próximos a ela, sem julgamentos ou preconceitos”, afirma. 

“Já os profissionais da área da Saúde precisam estar atentos às suas necessidades e dificuldades, oferecendo apoio e também as informações técnicas necessárias para a amamentação”, destaca. 

“Por sua vez, as empresas e empregadores devem oferecer salas de apoio à amamentação, flexibilidade nos horários de trabalho e necessitam ampliar, sempre que possível, a licença maternidade de 120 para 180 dias. Sobretudo, é imprescindível que apoiem a mãe que amamenta”, ressalta.

Quais são as suas dicas para as futuras mamães ou as mães de primeira viagem?

Como dicas para as futuras mães ou as de primeira viagem, a médica sugere:

- Conheça e acredite no seu corpo;

- ⁠Busque informações seguras sobre a amamentação, com profissionais de Saúde capacitados;

- ⁠Mantenha uma alimentação saudável e uma boa hidratação;

- ⁠Procure apoio para corrigir possíveis erros de posicionamento e pega, que podem estar causando algum desconforto na hora do aleitamento;

- ⁠Diminua a cobrança consigo mesma e tente bloquear as cobranças externas;

- E lembre-se sempre: amamentar é um ato de amor, nutrição e saúde.

Fonte: Dra. Patrícia de Godoy Martins Imseis (CRMRS 21988) é médica plantonista da UTI Neonatal e Pediatra do Corpo Clínico do Hospital Moinhos de Vento.