O Brasil tem hoje duas grandes campanhas de vacinação em andamento - contra a Covid-19 e contra a Influenza (gripe), o que pode gerar dúvidas sobre o momento correto de tomar cada dose. “As duas vacinas não podem ser administradas juntas, pois ainda não há estudos que mostram a segurança e a eficácia desse procedimento. Não se sabe se um imunizante interfere na proteção do outro”, alerta o médico infectologista e supervisor do Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento Paulo Gewehr. 

Os imunizantes agem no combate a vírus diferentes. Enquanto a vacina da Covid-19 protege as pessoas dos efeitos do vírus SARS-CoV-2, a vacina da gripe imuniza contra a  Influenza A e B, que causam a gripe. A orientação é de que o intervalo entre as duas vacinas (Influenza e Covid-19) deve ser de 15 dias. A vacinação contra a Covid-19 deve ser priorizada, devido ao momento atual de pandemia e à gravidade da doença: “Pessoas que estão aptas a tomar a vacina contra a Covid-19 devem priorizá-la e, após, tomar a da Influenza com o intervalo indicado” alerta o médico. 

Segundo este documento do Ministério da Saúde, que orienta sobre a vacinação, a Influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório e é de alta transmissibilidade. A vacina que protege contra este vírus tem papel fundamental, já que a Influenza pode causar doenças graves, internações e mortes, desfechos que podem ser prevenidos com a vacinação. Além disso, acaba sendo uma aliada no combate à pandemia: “Realizando a vacina da gripe as pessoas evitam quadros de síndrome gripal que são muito semelhantes ao de Covid-19 e que acabam demandando investigação, testagem, quarentena e uso do sistema de saúde que já está sobrecarregado com as demandas da Covid-19”, aponta o médico. Pessoas que tiveram Covid-19 devem aguardar 30 dias após o início dos sintomas ou do exame positivo para realizar a vacina da gripe. 

Vacina da gripe protege contra diferentes cepas do vírus

Gewehr explica que as cepas que constam na vacina da gripe são definidas anualmente, baseado em uma investigação dos tipos de vírus que circularam nos hemisférios sul e norte. No Brasil, a rede pública aplica a vacina trivalente, que protege contra três tipos de Influenza – dois do tipo A (H1N1 e H3N2) e um do tipo B - e obedece a um calendário de vacinação conforme os grupos prioritários. 

Já a rede privada oferece a vacina contra a gripe quadrivalente, que protege contra quatro tipos de Influenza – dois da gripe A (H1N1 e H3N2) e dois da Influenza B - e que pode ser aplicada a partir dos seis meses de idade. “A inclusão da quarta cepa é cada vez mais importante na prevenção da doença. É uma evolução dessa vacina e oferece mais proteção aos imunizados”, finaliza o infectologista. A vacina quadrivalente está sendo aplicada em três pontos de vacinação do Hospital Moinhos de Vento e por atendimento domiciliar. Para mais informações e orientações, consulte este link. 

Fonte: Paulo Gewehr, médico infectologista do Hospital Moinhos de Vento.