A segunda edição do ciclo de palestras realizada no Anfiteatro Hilda Sturm do Hospital Moinhos de Vento teve como fio condutor o tratamento integrado para pacientes com câncer de mama. Ao todo, foram três encontros nos dias 5, 19 e 26 de outubro nos quais especialistas, de acordo com as suas áreas, trataram vários assuntos sob diferentes perspectivas diante de um diagnóstico. O primeiro encontro, sob a coordenação da mastologista Dra. Clarissa Amaral, conduziu o assunto Tratamento e Cuidado Multiprofissional. A mastologista do Núcleo Mama do HMV abriu as palestras que teve na sequência o oncologista, Dr. Roberto Rossari; o radioncologista, Dr. Wilson Almeida, o cirurgião plástico, Dr. Rafael Netto e a psiquiatra, Dra. Lorena Caleffi. Confira o que os especialistas abordaram clicando aqui https://www.hospitalmoinhos.org.br/cancerdemama/ O segundo encontro, sob a coordenação do mastologista, Dr. Helio Pasqualotto Scapin, tratou do assunto Reabilitação pós-tratamento. A oncologista, Dra. Alessandra Morelle, iniciou o trabalho, seguida pela psicóloga Lucy Bonazzi, pela nutricionista Beatriz Moser, pela fisioterapeuta Alessandra Tessaro e pela ginecologista e sexóloga, Dra. Sandra Scalco. O terceiro e último encontro, sob a coordenação da psicóloga Lucy Bonazzi, lançou o assunto Câncer de Mama em Mulher Jovem. A abertura ficou por conta da mastologista e coordenadora do Núcleo Mama do HMV, Dra Maira Caleffi. Prosseguindo com a oncologista Dra. Daniela Rosa; a ginecologista e especialista em reprodução humana, Dra. Helena Corletta; o geneticista, Dr. Osvaldo Artigalas e o cirurgião plástico, Dr. Leo Doncatto.

A seguir, os principais tópicos abordados na segunda e na terceira palestra:

No encontro do dia 19, foram comentados os impactos clínicos após o tratamento pela Dra. Alessandra. Segundo ela, é muito importante criar um planejamento da rotina para encarar o pós-operatório. “Criar um ritual de descanso para a fadiga e o sono. É importante entender que o ritmo vai diminuir e aceitar que o apoio dos outros faz parte do processo”. Também foi falado nas alterações na memória e na concentração, nos meios para enfrentar as dores psicoemocionais e as físicas. A psicóloga Lucy Bonazzi abordou as cicatrizes visíveis e invisíveis relacionadas à doença. Lucy propôs uma reflexão sobre os medos que se instalam. “O processo de elaboração não é o de não sentir e sim o de sentir. Fazer um autoexame emocional em que se possa identificar e falar sobre todos os sentimentos, sobre o medo de adoecer de novo, a dificuldade em confiar no corpo, de tocar um projeto ou de fazer novos planos. Para a realização desse autoexame é fundamental haver vínculos enriquecedores dispostos a uma escuta atenta e acolhedora”. A nutricionista oncológica Beatriz Moser relata que a alimentação tem 35% de responsabilidade no desenvolvimento do câncer. “Hoje, a maioria dos alimentos que compõe a rotina da população vem alterado pela adição de substâncias químicas, e muito processados. Estamos ingerindo um ‘combustível’ sem vitalidade. A dieta normal está estranha ao organismo humano. A mudança de conceitos alimentares é uma atitude urgente. Pesquisas já comprovam os malefícios  de refrigerantes, carnes processadas, gorduras hidrogenadas e a direta relação com diferentes tipos de câncer. Hoje, já há uma grande movimentação na busca de alimentos originais e orgânicos. Porto Alegre conta com 23 feiras orgânicas, organizadas por associações de produtores da nossa zona rural. Isto é bom para quem produz, e principalmente para quem consome. Se somos o que comemos e queremos ter saúde, este é o caminho. A fisioterapeuta especialista em oncologia, Alessandra Tessaro, falou sobre a importância da fisioterapia especializada, que tem como objetivo restabelecer o mais rápido possível a funcionalidade do membro superior homolateral à cirurgia, prevenir alterações cicatriciais e disfunções linfáticas, como AWS e linfedema, além de proporcionar ao paciente mais qualidade de vida durante o tratamento. “No pós-operatório, se necessário, inicia o tratamento de reabilitação, do contrário, a paciente recebe orientações e exercícios domiciliares. O tratamento ambulatorial é de suma importância, feito de forma individualizado e programado de acordo com a etapa do tratamento, inclusive no momento da reconstrução mamária”. A Dra. Sandra Scalco ponderou que sintomas locais, sistêmicos, impacto psicológico podem gerar efeitos negativos no desfecho de pacientes que passaram pelo diagnóstico de câncer, incluindo um aumento da prevalência de disfunções sexuais. “Aproximadamente, 40% das mulheres reportam disfunção sexual com impacto negativo na qualidade de vida e bem-estar. Abordar sobre a vida sexual é uma das formas de acolher pacientes com câncer de mama e seus parceiros (as). Inibições socioculturais e a informação insuficiente por parte dos profissionais da saúde na área da sexualidade fazem com que problemas sexuais sejam raramente abordados. A medicina sexual é um dos campos mais promissores em termos de pesquisa científica, visando à prevenção e ao tratamento das disfunções sexuais e de outras condições patológicas correlacionadas”. No último encontro, do dia 26, a Dra Maira Caleffi apresentou três casos em que esmiuçou a particularidade de cada um deles desde o diagnóstico, passando pelo tratamento e finalizando com o pós. “São três mulheres de 26, 29 e 36 anos, cada uma com sua especificidade. Quanto mais estudamos, mais especialistas nos tornamos. A decorrência disso é a personalização do tratamento, cada vez mais individualizado e com resultados cada vez melhores para as nossas pacientes”. A Dra. Daniela Dornelles Rosa falou sobre o diagnóstico do câncer de mama antes dos 40 anos de idade, enfatizando a importância de uma equipe multidisciplinar para o manejo das pacientes. Lembrou que o diagnóstico pode ser mais difícil na mulher mais jovem devido à maior densidade das mamas; que, na maioria das vezes, há necessidade de fazer quimioterapia antes ou depois da cirurgia; e que pode haver a indicação de radioterapia e bloqueio hormonal, bem como de anticorpos monoclonais. “Há a necessidade de lidar com menopausa precoce em alguns casos. E, muito importante, deve-se abordar a questão do planejamento familiar antes de iniciar o tratamento, para que a paciente possa fazer planos em relação a ter filhos no futuro”. O Dr. Osvaldo Artigalas lançou algumas perguntas e respostas rápidas. “O câncer é sempre uma doença genética? Sempre é hereditário? Nem sempre o câncer é hereditário, mas sempre ocorre de uma mutação genética. Quando fazer um teste genético? Nem sempre é o caso de fazer, mas, quando optar por fazer, lembre-se: as implicações são definitivas; repercute em outros membros da família; nem sempre é de fácil interpretação e o custo é alto; a suspeita ocorre quando há dois ou mais familiares que apresentam o mesmo tumor e para os casos de câncer de mama na família em idade jovem.” Para finalizar, o Dr. Leo Doncatto apresentou um vídeo com três casos e perspectivas diferentes sobre a reconstrução da mama. “A reconstrução faz parte do processo de reintegração da mulher. Normalmente, quanto mais ela deseja o bem-estar melhor ela aceita a cirurgia de reconstrução”.

Agradeçemos pela sua inscrição!

Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1