Recentemente, a cantora Preta Gil revelou que passará por uma nova cirurgia, para reverter a ostomia temporária. Esta etapa marca o fim do tratamento da artista contra um câncer no intestino. Em agosto, Preta passou por um procedimento para retirar o tumor e passou a utilizar uma bolsa de ileostomia. Com esta nova cirurgia, o seu intestino será reconectado.

 

Mas o que significam estes termos tão diferentes? Ostomia? Ileostomia? Para esclarecer o tema, o blog Saúde e Você conversou com o Dr. Tiago Leal Ghezzi, chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento. Para se ter uma ideia, só em Porto Alegre, são 11,5 mil pacientes ostomizados, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.

 

O que é a ostomia?

Dr. Tiago Leal Ghezzi - Ostomia ou Ostoma é uma abertura criada cirurgicamente para comunicar um determinado órgão ou estrutura anatômica com a pele. Por exemplo:

- colostomia = abertura do intestino grosso na pele da parede abdominal;

- traqueostomia = abertura da traqueia na pele da região cervical.

 

Quais são os tipos de ostomias mais recorrentes?

Dr. Tiago Leal Ghezzi - Na coloproctologia, lidamos com dois tipos de ostomias:

- colostomia;

- ileostomia = abertura do ileo (parte final do intestino delgado) na pele da parede abdominal.

 

Para que servem a colostomia e a ileostomia?

Dr. Tiago Leal Ghezzi - Quanto à finalidade, a colostomia e a ileostomia podem servir para desviar temporariamente ou definitivamente o trânsito intestinal em casos de obstrução ou perfuração do intestino, remoção cirúrgica definitiva de um determinado segmento do intestino grosso ou para o desvio temporário do trânsito intestinal, no caso de cirurgia sobre o intestino grosso seguida de anastomose (emenda cirúrgica) dos segmentos remanescentes.

 

Sendo que na ileostomia o conteúdo é líquido, enquanto na colostomia o efluente é pastoso ou até como as fezes de consistência normal.

 

Quando as ostomias são indicadas?

Dr. Tiago Leal Ghezzi - As ostomias são indicadas em casos de obstrução intestinal (como tumor obstrutivo de intestino grosso), de perfuração intestinal acompanhadas de peritonite (como diverticulite aguda perfurada), desvio definitivo do trânsito intestinal (por exemplo em cirurgia de remoção do ânus por câncer) e desvio temporário do trânsito intestinal (como a cirurgia de remoção do reto seguida de anastomose do cólon ao reto remanescente).

 

Pacientes com ostomia têm muitas restrições alimentares?

Dr. Tiago Leal Ghezzi - Um paciente ostomizado não tem restrição absoluta a nenhum tipo de alimento. Deve manter boa ingestão de água, principalmente no caso das ileostomias, que se associam com maior risco de desidratação em função do conteúdo líquido do efluente ileal. Alguns alimentos específicos devem ser evitados (como mariscos, peixes e ostras) em função de produzirem gases mais fétidos, mas não são proibidos.

 

Também não existe restrição quanto à consistência dos alimentos, portanto, líquidos, pastosos e sólidos podem ser consumidos

 

Como é a bolsa utilizada nestes procedimentos?

Dr. Tiago Leal Ghezzi - A bolsa coletora é onde fica acumulado o conteúdo eliminado pelo intestino, através do ostoma. Existem dois tipos:

a) Bolsa de 1 peça: que consiste em uma bolsa coletora com placa (que cola na pele do paciente);

b) Bolsa de 2 peças: com uma bolsa coletora e uma placa separada.

 

É fácil manter a higiene da bolsa coletora?

Dr. Tiago Leal Ghezzi – Sim. A higiene é fácil de ser feita. Esvazia-se o conteúdo no vaso sanitário e higieniza-se a bolsa com ducha higiênica ou mesmo com água da pia. A cada 3 dias ou mais toda bolsa deve ser trocada por uma nova e a placa deve ser removida.

 

O Hospital Moinhos de Vento é apto a realizar cirurgias com este foco?

Dr. Tiago Leal Ghezzi – Sim. O Moinhos é apto tanto a realizar cirurgias para construção, quanto para fechamento de ostoma (ou retirada). Além disso, através das enfermeiras estomatoterapeutas (especializadas em cuidados com ostomias) do GREST, o Hospital oferece cuidado, suporte e orientação aos pacientes e familiares de indivíduos ostomizados.

 

E como é a vida do paciente ostomizado? Ele tem muitas restrições?

Dr. Tiago Leal Ghezzi – Pacientes ostomizados não têm restrição a atividades física, esportiva, social ou sexual. Ou seja, pode viver uma vida normal.

 

Entretanto, a Associação Brasileira de Estomaterapia (Sobest) observa que os indivíduos com estomias (ou ostomias) são considerados pessoas com deficiência física, pelos Decretos nº 3.298/2004 e nº 5296/2004, e devem ter seus direitos garantidos, de acordo com a Lei Brasileira de Inclusão.

 

Em caso de dúvidas, procure o Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento, que realiza o diagnóstico e o tratamento clínico e cirúrgico de enfermidades do intestino grosso (cólon), reto e ânus. Câncer colorretal e de canal anal, pólipos intestinais, doença diverticular e diverticulite, doenças inflamatórias intestinais, incontinência fecal, hemorroidas, fístulas, fissuras, abscessos anais e prolapso retal são algumas das doenças que a equipe multidisciplinar do Hospital está pronta para atender. Informações pelo telefone: (51) 3314-3434.

 

Fonte: Dr. Tiago Leal Ghezzi (CRM 27.993) é chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento.

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Prêmios e Certificações

Entrada 1 - Rua Ramiro Barcelos, 910 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS, 90035-000
Entrada 2 - Rua Tiradentes, 333
Av. João Wallig, 1800 - 3º andar - Shopping Iguatemi Porto Alegre
Avenida Cristóvão Colombo, 545 - Espaço Comercial P5-1