Conforme previsões divulgadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), se o cenário atual não mudar, em 2050 uma pessoa irá a óbito a cada três segundos em razão de agravos causados por resistência aos antimicrobianos, o que ultrapassa o índice de mortalidade, inclusive, do câncer. Outro dado alarmante é que, de acordo com pesquisa Datafolha, nosso país bateu recorde mundial em automedicação, com mais de 70% dos brasileiros reconhecendo que se medicaram por conta própria. A partir desse tema tão importante e de impactos graves, o Dr. Alexandre Zavascki, infectologista do Hospital Moinhos de Vento, traz algumas informações e orientações bastante úteis sobre essa questão. Acompanhe a seguir.  

Saiba mais sobre a importância da campanha

Desde 2015, a OMS (Organização Mundial da Saúde) promove anualmente no mês de novembro a Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos. O objetivo da ação é aumentar a conscientização sobre o problema da resistência bacteriana contra antibióticos e sensibilizar a comunidade e todos que lidam com o medicamento para a necessidade de preservar o poder de atuação dos antibióticos, por meio do seu uso adequado e responsável.  

Resistência aos antibióticos: compreenda melhor essa questão

Em linhas gerais, a resistência se dá a partir da seleção de bactérias com mecanismos de resistência à ação do antibióticos, a partir de uma exposição a essas medicações, o que é conhecido como pressão seletiva ou pressão de seleção. Algumas bactérias sofrem mutações ou adquirem genes determinam o aparecimento de algum destes mecanismos de resistência. À medida que predominam essas bactérias com genes de resistência, ao longo do tempo, os antibióticos deixam de ser eficazes contra os microrganismos causadores da enfermidade. Desse modo, além de impactar na saúde do paciente, essa situação gera também um problema de saúde pública, levando potencialmente ao prolongamento de doenças, incremento de taxas de mortalidade e de internações hospitalares, além, naturalmente, à ineficiência de tratamentos, já que o problema está atingindo dimensões desproporcionais à nossa capacidade de descobrir e lançar novos medicamentos eficazes contra as bactérias. Isso não quer dizer, de modo algum, que se deva deixar de utilizar os antibióticos – estes são tratamentos fundamentais para lidar com as doenças provocadas por elas. O que é crucial é que se faça o uso desse recurso de modo adequado, a fim de não gerar impactos negativos em nossa saúde e de não agravar o problema da resistência aos antibióticos, uma das maiores preocupações mundiais para a saúde pública.  

O que é possível fazer para não piorar o problema?

A resistência é um mecanismo de defesa natural das bactérias, no entanto, nosso comportamento pode agravar essa ação ou reduzir sua velocidade de disseminação. Ações bastante simples podem ser tomadas diante disso. Por exemplo, o uso de antimicrobianos é desnecessário em muitas situações, como por exemplo, em infecções causadas por vírus. Entretanto, é relativamente comum a prescrição de um antibiótico apenas para tranquilizar o médico, o paciente ou seus familiares, frente a um quadro em que a ação dessas medicações não tem efeito. Também,  é muito importante, sempre higienizar bem as mãos para evitar contaminações, pois as bactérias resistentes costumam se transmitir por contato, o que é conhecido como contaminação cruzada ou horizontal. O simples ato de higienizar as mãos com água em sabão ou álcool em gel evita que microrganismos resistentes sejam transmitidos entre pacientes através dos profissionais da saúde.  

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Prêmios e Certificações

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