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April 2, 2019 |Institucional
No dia 2 de abril acontece o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A patologia infantil tem recebido atenção dos médicos e especialistas, por conta disso, nos últimos anos foram desenvolvidos melhores formas de diagnóstico. Os médicos do Serviço de Pediatria do Hospital Moinhos de Vento, Dra. Alessandra Marques Pereira e Dr. Felipe Kalil explicam o transtorno, quais são suas formas de tratamentos e algumas dicas de relacionamento interpessoal e familiar.
Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O autismo, hoje chamado de transtorno do espectro autista (TEA), pode ser considerado com um transtorno do neurodesenvolvimento bastante heterogêneo, que surge na infância e que se caracteriza por um início precoce de dificuldades na comunicação e interação social, assim como por interesses estereotipados e repetitivos. O termo “espectro” se explica pela enorme variação no tipo e apresentação dos sintomas de cada indivíduo, desde graus mais leves e verbais até quadros mais severos de comprometimento cognitivo.
O diagnóstico do transtorno do espectro autista é clínico, pois não existe um marcador biológico específico. Os especialistas tem que estar atentos para diferentes etiologias que podem ser responsáveis pelo quadro e neste caso investigar de forma personalizada a partir de uma consulta completa. Atualmente também dispomos de exames genéticos que são uma ferramenta no diagnóstico etiológico e permitem trabalhar com medicina de precisão.
Tratamento
O tratamento baseia-se em uma abordagem multidisciplinar que envolve terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicóloga e formas específicas de abordagem comportamental. O tratamento farmacológico está reservado para aquelas crianças cujos sintomas alvo interferem no funcionamento social e de aprendizado.
Conheça algumas dicas de como melhorar o relacionamento familiar e interpessoal:
Confie e conheça bem a equipe multiprofissional (geralmente formada por neurologistas, psiquiatras, psicólogos, psicopedagogas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicomotricistas) que esteja realizando o tratamento. Certifique-se de estar sempre em contato próximo com a equipe, pois um esta confiança alcançará melhores resultados.
Todas as situações, inclusive as do dia-a-dia, são momentos para ensinar e aprender. Aproveitando de forma adequada estes momentos, o aprendizado se torna mais leve e eficaz.
Seja persistente. Não desista de ensinar algo a sua criança.
Não compare. Cada indivíduo deve ser comparado a ele e somente a ele mesmo. Uma das grandes preocupações e erros vistos na prática médica é a comparação de familiares a irmão e/ou colegas. Atitudes como esta não ajudarão no aprendizado nem da criança e muito menos da família.
Não evite, de maneira alguma, frequentar locais públicos. Como dito anteriormente, a aprendizagem do dia-a-dia é de fundamental e, para isso, o relacionamento e interações interpessoais são de suma importância.
Incentive a relação com animais. Diversos estudos já evidenciam que essa relação é extremamente benéfica, melhorando a socialização, afeto e carinho, além da diminuição da ansiedade. Atividades como equoterapia (contato com os cavalos) são muito incentivadas. Porém, é importante frisar todos os animais tem sua importância nessa relação, e a escolha de cada animal varia de acordo com a dinâmica familiar.
Comemore cada aprendizado de seu filho.
É sempre importante lembrar: não há o “melhor tratamento” para todas as crianças portadoras de TEA, e sim a necessidade de individualizar cada situação. Todas as crianças são capazes de aprender, cada uma a sua maneira, desde que receba a atenção necessária.
Fonte:
Dra. Alessandra Marques Pereira, médica do Serviço de Pediatria do Hospital Moinhos de Vento.
Dr. Felipe Kalil , médico do Serviço de Pediatria do Hospital Moinhos de Vento.
Dr. João Krauzer, Chefe do Serviço de Pediatria do Hospital Moinhos de Vento.