Cerca de 250 casos de hepatite aguda de origem desconhecida já foram confirmados em crianças de pelo menos 25 países, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Associada a uma inflamação do fígado, essa enfermidade pode ocorrer por diferentes causas, principalmente as causas infecciosas  ou de intoxicação por medicamentos ou substâncias.

Comum em crianças, principalmente em períodos mais frios do ano, o adenovírus, segundo especialistas, é um possível agente causador da hepatite infantil aguda. Este vírus vem sendo identificado em diferentes países. Conforme informações do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou alguns casos. Os mais de 50 subtipos conhecidos desse vírus podem causar uma variedade significativa de quadros clínicos, que são comuns em  crianças e apresentam desde sintomas respiratórios até quadros gastrointestinais.

A transmissão do adenovírus ocorre pelo contato com pessoas infectadas ou por gotículas eliminadas na tosse e espirros. “Como prevenção, o recomendado é utilizar máscara, higiene de mãos e evitar aglomerações”, sinaliza a infectologista pediatra do Hospital Moinhos de Vento, Fernanda Varela.

Quanto aos sintomas, são semelhantes a um resfriado comum, com congestão nasal, podendo ter febre ou não. “A infecção pode também se apresentar  com um quadro de conjuntivite causada pelo próprio vírus, as infecções pelo adenovírus também podem causar sintomas gastrointestinais, como náusea, vômito e diarréia”, complementa.

O adenovírus não era descrito com essa forte associação com hepatite grave, então há muitas hipóteses em aberto. Uma das hipóteses é que esse vírus tenha tido alguma mutação ou que a falta de contato das crianças com eventos infecciosos tenha gerado impacto em seus sistemas imunológicos. Outra hipótese é que a infecção pelo SARS-CoV-2 manteve uma ativação imunológica nessas pessoas que potencializa a resposta do organismo ao se infectar com o adenovírus e leva ao quadro grave que vem sendo descrito.

Entre os casos de hepatite aguda e a vacinação contra a Covid-19, não houve nenhuma relação, já que a maioria dos pacientes nem tem idade para receber o imunizante.

Após detectado, o que fazer?

A identificação do adenovírus pode ser feita por um exame da via respiratória, como o teste de Covid-19, por Protein Chain Reaction (PCR). Pode ser feito esse mesmo exame no sangue e também pode ser pesquisado em amostra de fezes. 

Conforme comenta a infectologista, para este vírus não existe um tratamento específico. Como a maioria das infecções virais, o manejo é baseado no uso de medidas e de medicações para controlar os sintomas como a dipirona. “No Hospital Moinhos de Vento, existem testes de laboratório, acesso a pediatras qualificados, além de equipe de especialistas”, indica.

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Fonte: Fernanda Varela, infectologista pediatra do Hospital Moinhos de Vento

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