Recentemente, o apresentador Raul Gil, de 87 anos, foi hospitalizado com diverticulite aguda, trazendo apreensão aos fãs e dúvidas aos brasileiros sobre a doença. Hoje, está estável e segue seu tratamento em casa. Para compreender sobre esta patologia, o blog Saúde e Você entrevistou o Dr. Tiago Leal Ghezzi, chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento.
O que é a diverticulite?
A diverticulite aguda é o resultado da inflamação de um divertículo. “Os divertículos são pequenas saculações (ou bolsas) que surgem no intestino grosso”, explica o Dr. Tiago Ghezzi, que atualmente também é presidente-eleito da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
A diverticulose, por sua vez, é a simples ocorrência de divertículos no intestino grosso. Esta condição afeta cerca de um terço das pessoas com 60 anos e até dois terços daquelas com mais de 80 anos de idade. No entanto, só 20% destes indivíduos desenvolvem doença diverticular, que se manifesta usualmente através de queixas, como cólicas, distensão abdominal e alteração do padrão das evacuações. Por fim, em torno de 10% dos pacientes com diverticulose desenvolvem diverticulite aguda ao longo da vida, condição esta responsável por uma elevada taxa de internações hospitalares.
Quais são os principais fatores de risco para o surgimento de divertículos?
O chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento esclarece que os principais fatores de risco para o surgimento de divertículos são:
- O envelhecimento;
- Uma dieta pobre em fibras;
- A baixa ingestão de água;
- Histórico familiar de diverticulose ou diverticulite aguda.
O número de casos de diverticulite aguda aumentou?
Sim. Estudos norte-americanos têm demonstrado um aumento significativo no número de casos da doença nas últimas três décadas, o que é comprovado pela ampliação da quantidade de pacientes que buscam atendimento nas emergências dos hospitais e dos que necessitam de internação hospitalar pela enfermidade. No Brasil, ainda não há dados estatísticos, mas, conforme o Dr. Tiago Leal Ghezzi, na prática assistencial também se percebe um incremento de ocorrências deste distúrbio nos últimos anos.
O que causa a diverticulite aguda?
Existem diversas teorias, mas, até hoje, não sabemos ao certo qual é a verdadeira causa da inflamação da diverticulite”, reconhece o Dr. Tiago Leal Ghezzi.
Quais são os principais sintomas da diverticulite aguda?
O principal sintoma da diverticulite aguda é a dor abdominal, localizada geralmente no quadrante inferior esquerdo do abdome ou no baixo ventre (abaixo do umbigo). Uma vez estabelecida a dor torna-se contínua e progressivamente de maior intensidade. Cerca de metade dos pacientes podem apresentar febre. “A palpação do abdome é dolorosa principalmente no quadrante inferior esquerdo e no baixo ventre”, afirma.
Como diagnosticar a diverticulite?
O diagnóstico de diverticulite geralmente ocorre durante o exame médico. “Exames laboratoriais e exames de imagem (como a ultrassonografia ou a tomografia abdominal) podem ser solicitados para a confirmação do diagnóstico e avaliação da gravidade do quadro”, acrescenta.
Como tratar a diverticulite?
O Dr. Ghezzi elucida que o tratamento da diverticulite depende da gravidade do quadro. A maioria dos casos pode ser tratada em regime domiciliar, com:
- A melhora da hidratação oral;
- Dieta com sopas batidas, arroz cozido, frango desfiado e purês (evitando fibras insolúveis);
- Repouso relativo;
- Uso de analgésicos comuns (sem o uso de anti-inflamatórios) e, conforme o caso, uso de antibiótico oral sob prescrição médica.
E como tratar os casos mais graves de diverticulite?
“Casos mais graves de diverticulite aguda devem ser hospitalizados e tratados com hidratação, analgesia e antibioticoterapia endovenosa (com antibióticos diretamente na corrente sanguínea)”, recomenda.
Como prevenir a doença?
A prevenção da diverticulose e da diverticulite aguda passa por hábitos saudáveis de vida, como:
- Não fumar;
- Praticar atividade física aeróbica, de leve a moderada, como caminhadas de 30 a 40 minutos, 3 vezes por semana;
- Aumentar a ingestão de água e o consumo de fibras.
Mas, afinal, deve-se ou não comer fibras?
“Sim, fora do período de diverticulite aguda devemos estimular a ingestão de fibras. Contudo, durante o período de diverticulite aguda devemos evitar o seu consumo”, desvenda.
Serviço de Coloproctologia
Caso seja necessário, procure o Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento, e tire suas dúvidas. O local realiza o diagnóstico e o tratamento clínico e cirúrgico de enfermidades do intestino grosso (cólon), reto e ânus. Mais informações podem ser adquiridas pelo telefone: (51) 3314-3434.
Fonte: Dr. Tiago Leal Ghezzi (CRM 27.993) é chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Moinhos de Vento e presidente-eleito da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBPC).

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