A hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, afeta 30% da população adulta no mundo, totalizando mais de um bilhão de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde. Caracterizada pelo aumento da pressão do sangue que circula pelo corpo, a doença não tem uma causa específica: “Provavelmente o fator principal seja o excesso de sódio ingerido ao longo da vida e a incapacidade do organismo de excreta-lo, o que leva à retenção de líquido e ao aumento da pressão progressiva”, explica Dr. Miguel Gus, médico do Serviço de Cardiologia do Hospital Moinhos de Vento

A pressão é considerada normal no valor de 120 mm Hg por 80 mm Hg. A Diretriz da American Heart Association considera valores acima de 130 mm Hg por 80 mm Hg como pressão alta. Segundo o Dr. Miguel, quando esse valor é aferido e conferido várias vezes - ou torna-se mais alto ainda-, há o diagnóstico de hipertensão. As consequências para a saúde podem ser graves, já que a pressão alta é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares. Se não controlada, pode ocasionar infarto, derrame, doenças circulatórias e insuficiência cardíaca e renal.

Principais fatores de risco para o aumento da pressão

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão está a ingestão de sódio em excesso e também a idade, assim como o consumo em excesso de álcool e o uso de alguns medicamentos, como pílula anticoncepcional e uso de  antiinflamatórios. 

A boa notícia é que a hipertensão pode ser prevenida com a adoção de um estilo de vida saudável, evitando a obesidade e diminuindo a ingestão de álcool e sal. Gus lembra que o limite ideal de consumo de sal é 6 gramas por dia, mas estimativas apontam que atualmente a população consuma cerca de 12 gramas diariamente: “Sempre oriento que o paciente procure ingerir alimentos mais naturais, como frutas, verduras e leites magros. Tudo que não for condimentado leva menos sódio, por isso é melhor diminuir o consumo de molhos, conservas ou pizzas, por exemplo”, explica. 

Embora não exista cura para hipertensão, o controle da pressão arterial  pode ser alcançado com tratamento não farmacológico, que inclui atividade física, dieta saudável, controle do peso, controle do consumo de álcool e do uso de certos fármacos. Em muitos casos, apesar da adesão às medidas saudáveis, pode ser necessário o uso de anti-hipertensivos, utilizados de forma isolada ou associados a outros medicamentos, sempre sob orientação médica.

Frio e pressão alta 

Gus lembra que estudos com diferentes populações mostraram que nos meses de inverno a pressão tende a aumentar, e a diminuir nos meses mais quentes. Ele explica que a pressão é uma variável biológica que tem um ciclo de 24 horas. Normalmente diminui quando dormimos e aumenta quando acordamos, em um ciclo sazonal, assim como no inverno e no verão. “A hipótese mais repetida na literatura é que o frio leva a uma vasoconstrição periférica, para que o sangue seja direcionado aos órgãos vitais, como cérebro e coração. Como reflexo disso, há o aumento da pressão”, comenta. 

Segundo ele, outra possível explicação para esse aumento de pressão no inverno é que em dias frios as pessoas se movimentam menos, comem mais e, por consequência, acabam ingerindo mais sal. Por isso, a recomendação é que os hipertensos mantenham o acompanhamento com seus médicos para verificar se é preciso um ajuste da medicação nestas épocas do ano em que pode haver variação nos índices da pressão. 

Hipertensão tem sintomas? 

Segundo o médico, a hipertensão não causa sintomas na maioria dos casos: “Geralmente o que apresenta sintomas são as doenças cardiológicas causadas pela hipertensão”, explica. De acordo com o médico, caso haja um aumento na pressão sem outros sintomas associados,  não é preciso procurar o serviço de emergência, mas sim marcar uma consulta médica. Mas atenção: o cardiologista orienta que sintomas de qualquer doença cardiovascular, como dor no peito, falta de ar, palpitações, sintomas neurológicos, alteração na fala e na visão são indicativos de que é necessário procurar um serviço de emergência o mais rápido possível: “Qualquer sintoma que se apresente de forma aguda e intensa persistente deve ser avaliado imediatamente por um médico”, finaliza.

Fonte:

Dr. Miguel Gus (CRM 14573) Médico do Serviço de Cardiologia do Hospital Moinhos de Vento 

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