A caminhada pela manhã deixou de fazer parte da programação de muitos idosos este ano devido à pandemia causada pela Covid-19. O isolamento e o distanciamento social, principalmente para os públicos de maior risco, impediram a prática de atividades físicas, que é uma das principais formas de prevenção das quedas na terceira idade.
Conforme a Organização Mundial da Saúde, entre 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos de idade sofrem pelo menos duas quedas por ano, subindo para 32% a 42% entre indivíduos com mais de 70 anos. Para dar dicas de como prevenir os eventos, convidamos o Dr. Carlos Roberto Galia, chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Moinhos de Vento.
A queda é um evento multifatorial e suas causas podem ter diversas razões. Entre os principais fatores de risco estão o déficit no equilíbrio, a baixa força muscular, problemas de visão e cognição e pressão arterial. Além disso, uma iluminação inadequada, tapetes soltos, piso escorregadio e desníveis podem intensificar as chances de ocorrer o acidente.
“Alguns pacientes apresentam uma maior propensão a fraturas de quadril devido à osteoporose, condição silenciosa e que exige acompanhamento médico periódico, sobretudo em mulheres pós menopausa para verificar a necessidade de prevenção e tratamento”, explica Dr. Carlos.
Confira as principais recomendações para prevenir e tratar as temidas quedas:
Praticar atividades físicas
A prática regular de exercícios físicos pode contribuir para manter o corpo e a mente saudáveis. O hábito ajuda a fortalecer os músculos, que são os responsáveis por sustentar o corpo. Por isso, é considerada a principal forma de prevenir as quedas.
É importante destacar que nunca é tarde para começar a praticar uma atividade física. Mesmo quem tinha uma vida sedentária, pode começar a se exercitar. Recomenda-se apenas que busque uma orientação e faça acompanhamento médico.
“Atividades de força muscular, exercícios aeróbicos, treino de equilíbrio e propriocepção, bem como a prevenção através da fisioterapia, são algumas dicas. Mas, idealmente, toda atividade deve ser supervisionada por profissionais capacitados”, explica o especialista.
Consultar com um cardiologista, dermatologista, oftalmologista e entre outras especialidades precisa ser um compromisso marcado na agenda anualmente. Essa é a melhor forma de prevenir e tratar precocemente doenças em estágios iniciais.
“Mulheres na pós-menopausa e homens acima dos 65 anos, precisam realizar acompanhamento com densitometria óssea, dosagem de vitamina D, cálcio e fósforo. Assim como fazer uma análise dos medicamentos usados regularmente e identificar se algum deles pode aumentar o risco de queda.”
Em caso de quedas
Caso o paciente tenha sofrido uma queda, ele jamais pode ficar sem avaliação médica adequada. Mesmo que não apresente dores ou sintomas, podem ter ocorrido lesões internas.
A recomendação é ligar para a SAMU (192), Corpo de Bombeiros (193), Polícia Militar (190) ou para algum serviço privado de urgência e emergência. Enquanto a ajuda profissional não chega, tente manter o idoso desperto e imóvel.
Nos casos em que o idoso mora sozinho, é ideal que o mesmo tenha acesso ao telefone celular, com um número para chamadas de emergência e/ou dispositivos que alertam a família em caso de urgência.
Grupo de quedas do Hospital Moinhos de Vento
O Hospital conta com uma equipe multidisciplinar que busca educar pacientes, colaboradores e sociedade sobre a importância de prevenir as quedas. O grupo realiza visitas e palestras com abordagens educativas com o objetivo de sensibilizar os envolvidos e reduzir os casos.
Dr. Carlos Roberto Galia, chefe do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Moinhos de Vento