Gripes e resfriados, que comprometem a imunidade, são fatores muito comuns no inverno em decorrência das baixas temperaturas. Essas condições climáticas desencadeiam processos alérgicos e doenças respiratórias. Como forma de prevenção, as vacinas são medicamentos imunobiológicos que desenvolvem a imunidade necessária para o organismo se defender das doenças. 

Segundo o médico infectologista e coordenador do Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento, Paulo Gewehr, as vacinas auxiliam na redução dos impactos  das enfermidades na população. “Ainda, diminuem o risco de contágio, transmissão, intensidade dos sintomas e utilização dos sistemas de saúde como consultas ambulatoriais, pronto-atendimento e internação hospitalar. As pessoas que não se vacinam  correm o risco de adoecer e também disseminar a doença para outras pessoas, surgindo os surtos e epidemias na população”, alerta.

As vacinas são responsáveis pela diminuição da mortalidade infantil, principalmente nos primeiros anos de vida, em que o seu sistema imunológico está em desenvolvimento. Recomenda-se que os  adultos também façam as  vacinas pois a proteção imunobiológica para algumas doenças imunopreveníveis diminui com o passar do tempo, necessitando de reforços.

Pronto para atender todas as faixas etárias que precisam de imunização, o Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento   possui todas as vacinas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). A unidade realiza aplicações para grupos específicos como prematuros, gestantes, doentes crônicos (diabéticos, cardiopatas, nefropatas, pneumopatas, entre outros), imunodeprimidos e viajantes.

Saiba quais são algumas das vacinas essenciais para fazer:

Gripe 

A gripe possui quatro variantes principais: H1N1, H3N2 e duas variantes da chamada família B, a Victória e a Yamagata. Embora possam ter características diferentes, na maior parte das vezes os sintomas são parecidos. 

O vírus da gripe se modifica todos os anos, gerando novas cepas. Como o vírus da gripe sofre mutações a todo momento, existe um monitoramento, uma rede global de amostras de vírus em vários centros de pesquisa ao redor do mundo. Estas informações são analisadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que verifica o impacto das variantes, definindo as quatro cepas prioritárias que estarão nas vacinas a serem utilizadas nas campanhas de vacinação de cada hemisfério. “Além disso, é importante reforçar a proteção, que não é duradoura. Após seis meses da vacinação, os níveis de anticorpos começam a diminuir, mas isso coincide com o momento em que o vírus não está circulando de forma tão frequente e o impacto da doença é bem menor”, enfatiza o médico.

Em relação à Influenza (gripe), é uma infecção viral aguda do sistema respiratório com transmissibilidade importante principalmente em determinadas condições como proximidade física, ambientes pouco ventilados e baixa higienização de mãos.

A enfermidade ataca o nariz, garganta e pulmões. Também está associada com aumento de miocardites, infartos e AVC, causando um aumento de mortalidade nos períodos de maior circulação do vírus.  Já no sistema nervoso pode causar encefalites e síndrome de Guillain‐Barré. Também pode  descompensar doenças crônicas como a insuficiencia cardíaca, asma e DPOC causando exacerbações (crises agudas). A doença tem maior gravidade principalmente em crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas ou imunidade baixa.

Sarampo

Por ser infecto-contagiosa, o sarampo é uma das principais doenças responsáveis pela mortalidade infantil em países em desenvolvimento. No Brasil, devido às sucessivas campanhas de vacinação,  programas de vigilância epidemiológica e da rede hospitalar, a mortalidade não chega a 0,5%.

Esta era uma doença considerada erradicada no Brasil em 2016, mas retornou em 2018 pela reintrodução do vírus através de viajantes de países onde a doença ainda circula. Desde lá, ocorreram casos anuais de sarampo, mas ocorreu uma redução importante de casos devido às medidas de prevenção contra à Covid-19 em 2020 e 2021. Somado a isso, tem-se uma queda importante da cobertura vacinal contra o sarampo nos últimos anos.

Febre amarela

É uma doença causada por um vírus transmitido por meio da picada de mosquitos, no ambiente silvestre pelo mosquito do gênero Haemagogus e Sabethes, e urbano, principalmente pelo Aedes aegypti. O infectologista destaca que a doença pode levar ao óbito, principalmente os indivíduos dos grupos de maior risco. “Nos últimos anos, observamos que a área geográfica de circulação do vírus e dos casos vem se expandindo dentro do Brasil, chegando até os grandes centros urbanos”, afirma.

Os casos leves podem ter febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Os mais graves podem desenvolver complicações hepáticas, neurológicas, cardíacas e renais, muitas vezes fatais. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela e também é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS).

Poliomielite

A poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, é causada por um vírus que pode ser transmitido por meio da água, objetos e alimentos contaminados, e do contato próximo com uma pessoa infectada através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). “Ocorre principalmente nas crianças, mas também acomete adultos e idosos, levando alguns casos à paralisia dos membros, e em situações mais graves, dos músculos da respiração, o que leva a insuficiência respiratória e necessidade de ventilação mecânica para fazer a respiração”, explica.

Esta doença está em processo avançado de erradicação. Segundo informações da cartilha de vacinação do Ministério Público, no continente americano, não há casos da doença desde 1991. Já no Brasil, não há registros há 34 anos. Contudo, é necessário que a vacinação na infância continue, já que pessoas de outros países, onde ainda há casos da doença, podem gerar uma nova onda de transmissão. A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite e é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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Fonte: Paulo Gewehr, médico infectologista e coordenador do Núcleo de Vacinas do Hospital Moinhos de Vento

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