O jejum intermitente segue sendo uma tendência. Todas as semanas, várias celebridades dão entrevistas vinculando esta prática ao milagre de seu emagrecimento repentino. Mas quando será que vale a pena ficar horas ou até dias sem comer nada? Em que momento o jejum intermitente deve ser recomendado e qual especialista deve orientá-lo? Para esclarecer estas e outras dúvidas, conversamos com o Dr. Rogério Friedman, médico endocrinologista do Hospital Moinhos de Vento. Acompanhe, abaixo:

O que é o jejum intermitente?

O jejum intermitente é uma estratégia de restrição alimentar em que a pessoa se priva de comer por um tempo variável, que pode ser de algumas horas até um ou dois dias inteiros.

Em que momentos o jejum intermitente é indicado?

O jejum intermitente tem sido avaliado para o manejo de obesidade e do Diabete Melittus tipo (DM) 2.

Quais são os maiores benefícios do jejum intermitente?

O benefício estaria justamente na restrição calórica, que é um fundamento do tratamento da obesidade e do DM tipo 2. É uma prática que traz resultados parecidos com as dietas hipocalóricas mais tradicionais.

Quando o jejum intermitente pode se tornar um problema?

Como todas as intervenções em saúde, a prática do jejum intermitente sem indicação correta e sem avaliação e acompanhamento por profissional de saúde capacitado pode gerar resultados adversos (como desnutrição e desidratação) ou frustrações.

Que tipo de médico e/ou especialista pode recomendar o jejum intermitente?

O médico de qualquer especialidade pode recomendar o jejum intermitente, desde que capacitado e treinado para prescrever um tratamento dietético (em geral, endocrinologistas e nutrólogos são os especialistas mais treinados para isso) ou a nutricionista clínica com experiência em dietoterapia em doenças crônicas.

O que é permitido durante o jejum? O que pode ser consumido?

Durante o jejum, de modo geral, são permitidos (e estimulados) líquidos acalóricos, especialmente água e chás.

Em que situações o jejum intermitente não é indicado? Quais as pessoas que não devem fazê-lo?

De modo geral, em situações onde qualquer restrição alimentar não esteja indicada. Pessoas idosas, crianças e alguns doentes crônicos também devem evitar o jejum.

E que recomendações o senhor gostaria de deixar para os nossos leitores?

A restrição calórica, seja por jejum ou por dieta, deve ser acompanhada por médico ou nutricionista. Há cuidados a tomar e várias orientações a seguir. Os cuidados e o planejamento precisam ser ajustados periodicamente. Portanto, procure sempre o apoio de profissionais qualificados.

Fonte: Dr. Rogério Friedman (CREMERS 11911) é médico endocrinologista do Hospital Moinhos de Vento.