Você sabia que doenças ginecológicas benignas, como endometriose, ovários policísticos e miomas uterinos, afetam milhões de mulheres no mundo? E que este adoecimento pode ter um grande impacto no bem-estar e na qualidade de vida das pacientes, especialmente em relação à fertilidade?
Para se ter uma ideia, conforme a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, no país. A Dra. Isabel de Almeida, coordenadora do Centro de Fertilidade e Reprodução Assistida do Hospital Moinhos de Vento, explica que, nestes casos, o endométrio (tecido presente na cavidade uterina) está localizado em outros pontos da pelve, como bexiga, ovários e intestinos, causando dor importante, desconforto nas relações sexuais, sangramento e infertilidade.
E o que são os ovários policísticos?
Segundo a Febrasgo, a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das condições clínicas mais comuns dentre as disfunções endócrinas que afetam mulheres em idade reprodutiva, tendo sua prevalência variando de 6 a 20% da população. A Dra. Isabel de Almeida observa que esta enfermidade se caracteriza por desequilíbrio hormonal, ciclos menstruais irregulares e a presença de múltiplos pequenos cistos nos ovários. Sendo que este quadro pode levar à infertilidade e a alterações metabólicas que causam diabetes e doenças cardiovasculares.
O que são os miomas?
Ainda de acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, os miomas são nódulos benignos constituídos de músculo liso que se formam no útero. A entidade estima que 80% das mulheres em idade fértil tenha este distúrbio, que pode se localizar dentro da cavidade uterina (miomas submucosos), na parede uterina (miomas intramurais) ou na superfície do útero (miomas subserosos). A coordenadora do Centro de Fertilidade e Reprodução Assistida do Moinhos ressalta que os miomas uterinos podem causar sangramento importante, dor e infertilidade.
Por que não se fala muito nas doenças ginecológicas benignas?
A Dra. Isabel de Almeida esclarece que, embora hoje se dê mais atenção a estas condições, durante muito tempo sinais e sintomas (como dor no período menstrual e sangramento uterino aumentado) foram negligenciados e pouco valorizados, fazendo com que muitas mulheres afetadas por algumas destas condições continuassem padecendo de dor e infertilidade, sem perspectiva de tratamento.
“Felizmente, nos últimos anos tem havido um maior interesse na valorização dos sintomas ginecológicos e na pesquisa de condições que afetam a saúde reprodutiva feminina, fazendo com que os diagnósticos e os tratamentos sejam mais rápidos e efetivos. Já avançamos bastante, mas ainda há um longo caminho a percorrer na pesquisa e no diagnóstico precoce destas doenças que, embora benignas, causam um grande impacto físico e emocional nas mulheres”, avalia a médica.
As doenças ginecológicas, mesmo que benignas, podem mesmo causar sofrimentos?
Lamentavelmente, sim. O Dr. José Antônio Perrone Soares, coordenador da Ginecologia e do Centro da Mulher do Hospital Moinhos, ratifica que as doenças ginecológicas benignas são enfermidades que podem levar a grandes sofrimentos e morbidades por parte das mulheres, apesar de não estarem relacionadas ao alto risco de morte das patologias malignas.
Quais são os principais sintomas das doenças ginecológicas?
O coordenador da Ginecologia e Obstetrícia e do Centro da Mulher do Hospital Moinhos de Vento destaca que dores pélvicas, sangramento uterino aumentado ou fora do período menstrual, ciclos menstruais irregulares, infertilidade, obesidade e aumento de pelos e de acne são exemplos de sintomas comumente associados às doenças ginecológicas benignas. “Assim, toda a paciente com estes sintomas deve procurar um profissional para avaliação diagnóstica”, recomenda.
É possível reverter ou atenuar possíveis danos causados pelas doenças ginecológicas?
O Dr. José Perrone Soares salienta que, com a realização de um correto e precoce diagnóstico, é possível administrar um tratamento específico e individualizado ao quadro clínico de cada paciente, visando a cura e/ou a minimização dos danos secundários relacionados a cada patologia. “Isto ganha relevância ímpar quando a mulher está em idade fértil e deseja gestar no futuro, uma vez que a maioria destes distúrbios pode acometer órgãos relacionados à função reprodutiva, como trompas e útero”, frisa. “Além disso, hoje dispomos de vasto arsenal terapêutico para as patologias benignas. E percebemos que a utilização de métodos específicos para cada caso - e de maneira correta - está intimamente relacionado ao sucesso do tratamento”, comemora.
Fontes: A Dra. Isabel de Almeida (CRM 16091) é coordenadora do Centro de Fertilidade e Reprodução Assistida do Hospital Moinhos de Vento. Já o Dr. José Antônio Perrone Soares (CRM 27206 RS - RQE 17348) é coordenador da Ginecologia e Obstetrícia e do Centro da Mulher do Moinhos.

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