Ter alergia não significa que o indivíduo não tenha defesas no organismo. Ao contrário, conforme a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) trata-se de uma defesa exagerada contra agentes que não são potencialmente agressivos ao ser humano. A ASBAI garante que as pessoas alérgicas são hiper-reativas a determinadas substâncias. Entre os tipos mais comuns, estão a rinite, conjuntivite, asma e alguns tipos de alergia de pele.

E qual é a alergia mais comum entre os brasileiros?

A Dra. Helena Fleck Velasco, médica alergista e imunologista do Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento, ressalta que a rinite alérgica é a campeã de incidência no país. E a ASBAI confirma: quase 25% dos brasileiros sofrem desta alergia. 

Os sintomas mais frequentes são espirros em sequência, coriza (com secreção nasal clara), coceira no nariz e olhos, e congestão nasal (ou nariz entupido). “Quando mantemos as janelas fechadas, há uma maior concentração de alérgenos domiciliares, como ácaros (que adoram ambientes úmidos e com acúmulo de poeira em colchões, travesseiros, tapetes e cortinas), pelos de animais e mofo”, explica.

O que é a asma?

A imunologista observa que a asma está intimamente ligada à rinite alérgica, pois também é fortemente desencadeada pelos mesmos alérgenos domiciliares, como ácaros, mofo e pelos de animais que se acumulam, principalmente, em ambientes fechados. Além disso, as infecções virais respiratórias, como gripes e resfriados, também são grandes gatilhos para as crises asmáticas. Entre os sinais mais comuns estão a tosse seca e persistente (preferencialmente à noite ou ao acordar), chiado no peito, falta de ar e sensação de aperto no peito.

O que é a dermatite atópica?

A médica alergista elucida que a dermatite atópica pode ocorrer o ano todo, entretanto, costuma se agravar em períodos como o inverno, pelo ar mais seco que resseca a pele, comprometendo a barreira cutânea e tornando-a mais vulnerável a irritantes e alérgenos. “Banhos quentes e demorados também contribuem para este ressecamento”, alerta a especialista. Entre os sintomas, além da pele seca, estão a coceira intensa, vermelhidão e lesões descamativas, sobretudo nas dobras dos braços e pernas, pescoço e face.

  O que é a conjuntivite alérgica?

A Dra. Helena Velasco esclarece que  a maior exposição a ácaros, pelos de animais e mofo em ambientes fechados (somada ao ar seco que pode irritar os olhos), também favorece o surgimento ou o agravamento da conjuntivite alérgica. Entre os sintomas, estão a coceira nos olhos, vermelhidão, lacrimejamento e sensação de areia nos olhos.

Em caso de alergia, a que especialista recorrer?

O especialista mais indicado para tratar destas enfermidades é o alergista e imunologista, principalmente se o paciente tem mais de uma destas patologias. “O alergista é treinado especificamente para diagnosticar e tratar alergias e doenças relacionadas ao sistema imunológico”, declara. “Ele poderá realizar testes alérgicos (como o de puntura ou ‘Prick Test’ e/ou exames de sangue para IgE específica) para identificar os alérgenos responsáveis, prescrever tratamentos específicos (como medicamentos, imunoterapia/vacinas para alergia) e orientar sobre medidas de controle ambiental”, reconhece.

Qual é o tratamento mais indicado para estas alergias? 

O tratamento de base para todas estas doenças é o controle ambiental, evitando alérgicos, como:

Ácaros:

- Usar capas anti-ácaro em colchões e travesseiros.

- Lavar roupas de cama semanalmente em água quente (acima de 60°C).

- Evitar tapetes, cortinas pesadas, almofadas e bichos de pelúcia no quarto.

- Limpar a casa com um pano úmido ao invés de vassoura.

- Utilizar aspirador de pó com filtro HEPA (“High-Efficiency Particulate Air” ou filtro de alta eficiência para partículas suspensas no ar).

Pólens:

- Manter janelas fechadas durante o período de polinização (especialmente de manhã e à noite).

- Usar aparelhos de ar-condicionado com filtros limpos.

- Evitar atividades ao ar livre nos dias de alta contagem de pólen.

- Lavar o cabelo quando chegar em casa.

- Usar óculos em ambientes externos.

Pelos de animais:

- Idealmente, evitar o contato.

- Se não for possível, manter o pet fora do quarto do alérgico.

- Dar banhos frequentes no animalzinho.

- Limpar a casa intensivamente.

Mofo:

- Controlar a umidade em áreas como banheiros, cozinhas e porões.

- Limpar superfícies com mofo, usando água sanitária ou produtos específicos.

- Garantir boa ventilação.

Além do controle ambiental, como é possível tratar destas alergias? 

“Mesmo com o controle ambiental, a maioria dos pacientes vai necessitar de tratamento medicamentoso. Na rinite e conjuntivite alérgicas o tratamento é feito com corticoides tópicos e anti-histamínicos. Na asma, com corticoides associados com broncodilatadores (como as chamadas ‘bombinhas’), que podem ser usados na crise ou como preventivos. Já na dermatite atópica a base do tratamento é o uso de hidratantes, corticoides e outros imunossupressores tópicos”, exemplifica a médica.

O que pode ser oferecido em casos mais graves? E o que são imunobiológicos?

Para doenças mais graves são indicados tratamentos com imunobiológicos, que são considerados mais modernos e sofisticados. “Dá para pensar neles como ‘armas inteligentes’ ou ‘mísseis teleguiados’ que não apenas apagam o fogo, mas vão direto na causa do incêndio, ou seja, em partes muito específicas do sistema de defesa do corpo (ou sistema imunológico), que estão funcionando de forma errada no processo de alergia”, compara.

E o que é a imunoterapia?

A imunoterapia é um tratamento muito antigo e com ótima resposta, principalmente em casos de asma, rinite e conjuntivite alérgica. “Ela visa modificar a resposta imunológica do indivíduo ao alérgeno, tratando a causa da alergia e não, apenas, os sintomas. Consiste na administração gradual e crescente de doses do alérgeno ao qual o paciente é sensível, para que o sistema imunológico se ‘acostume’ a ele e pare de reagir de forma exagerada”, explana.

  De que forma o Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento pode ajudar o paciente que possui alergias?

De acordo com a Dra. Helena Fleck Velasco, o Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento funciona como um centro de referência, proporcionando um cuidado abrangente e especializado para pacientes com doenças alérgicas e imunodeficiências. “O atendimento começa com consultas detalhadas, realizadas por alergistas e imunologistas experientes, que conduzem a um diagnóstico preciso, utilizando testes avançados como ‘Prick Test’, IgE específica, ‘Patch Test’ e de provocação controlada. Sendo que estes últimos são executados em um ambiente hospitalar seguro”, afirma. 

“Além disso, os tratamentos são altamente personalizados, indo desde a prescrição de medicamentos convencionais até a aplicação de terapias inovadoras, como a imunoterapia alérgeno-específica (com vacinas para alergia) e a administração de imunobiológicos de última geração, cruciais para casos graves ou que não respondem a outras abordagens”, garante. Adicionalmente, o Núcleo foca na educação do paciente sobre o controle ambiental e o manejo da sua condição, integrando uma abordagem multidisciplinar que colabora com outras especialidades do Hospital para um cuidado de excelência.

Quais são as recomendações médicas gerais para pacientes com alergias? 

1. Conheça suas alergias, mantenha seu tratamento preventivo e tenha um plano de ação para as crises.

2. Vacine-se contra a gripe e a Covid-19.

3. Mantenha a casa limpa e bem arejada, principalmente os quartos.

4. Controle os focos de mofo no ambiente.

5. Hidrate-se e cuide bem da sua pele.

Mais informações podem ser obtidas no Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento. Telefones: (51) 3314-3434 ou (51) 3537-8000. E-mail: [email protected].

Fonte: Dra. Helena Fleck Velasco (CRMRS 33933) é médica alergista e imunologista do Núcleo de Alergia e Imunologia do Hospital Moinhos de Vento.

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