Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, antigamente as jovens tinham a sua primeira menstruação, conhecida como menarca, em média, aos 17 anos de idade. Com o passar de um século e meio, essa faixa etária foi regredindo e, hoje, está próxima dos 12 anos. Contudo, a entidade médica adverte que, em alguns casos, pode ocorrer a puberdade precoce: um problema que ocorre quando as meninas têm menos de 8 anos de idade. Essa situação necessita de um acompanhamento especializado e gera dúvidas em toda a família. Portanto, se você é mãe e está vivenciando este momento, saiba o que é a puberdade precoce e a qual profissional levar a sua filha. 

Para ajudar a esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, especialmente relacionadas às meninas, o blog Saúde e Você conversou com a Dra. Liliane Diefenthaeler Herter, ginecologista infantojuvenil do Centro da Mulher do Hospital Moinhos de Vento.

O que é puberdade precoce?

Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, a puberdade é a fase da vida em que ocorrem modificações no corpo humano; que deixa de ser infantil para se tornar adulto. Em meninas, a puberdade ocorre entre os 8 e 13 anos de idade, tendo como principal sinal o surgimento do broto mamário (um pequeno nódulo na região dos mamilos, que indica o crescimento das mamas). E, em meninos, dos 9 aos 14 anos, com o aumento do tamanho dos testículos. Também pode ocorrer, em ambos os sexos, acne, odor axilar, aumento da oleosidade da pele, desenvolvimento de pelos pubianos, além do aumento da velocidade de crescimento de estatura.

Atenção aos primeiros sinais da puberdade

“É justamente nesta fase que os pais e responsáveis precisam ficar atentos aos primeiros sinais da puberdade, pois é neste período que os pequenos pacientes precisam passar por sua primeira consulta de revisão puberal. Quando houver sinais de puberdade precoce, os pacientes podem ser avaliados por um ginecologista infantojuvenil ou endocrinologista pediátrico”, recomenda a Dra. Liliane. 

“Assim, é possível verificar se a puberdade está acontecendo na idade, ritmo e altura adequados”, esclarece. “Caso não esteja, é possível atrasá-la. No caso das jovens, é possível bloquear ou impedir a primeira menstruação com um medicamento que deixa o ovário em repouso (chamada de análogo do GnRH). Ela permite que as garotas sejam crianças por mais tempo”, explica a médica.

“Entretanto, após a menarca, o bloqueio da menstruação, muitas vezes, precisa ser feito com pílulas anticoncepcionais. No entanto, esta é uma medicação considerada mais ‘forte’ e pode, inclusive, atrapalhar um pouco o crescimento. Assim, a pílula é usada apenas em casos mais extremos, como hemorragias ou outras doenças”, pondera. “Se houver indicação de tratamento para a puberdade precoce, não há dúvidas de que será melhor bloqueá-la do que suspender apenas a menarca”, acrescenta.

Motivos desta precocidade 

“Hoje, a puberdade nas meninas vem acontecendo mais cedo por vários motivos, como a obesidade, o sedentarismo, a pandemia de Covid-19 (pelo tempo excessivo de telas) e pela presença de disruptores endócrinos (que são substâncias químicas, como poluição, plásticos, aromatizantes, corantes, agrotóxicos, conservantes, etc), que simulam os hormônios sexuais e podem desencadear problemas, como a puberdade precoce”, esclarece a médica. “Por outro lado, o atraso também deve ser avaliado, caso o broto mamário não surja até os 13 anos de idade ou a menarca não aconteça até os 15 anos”, indica.

Marque sua consulta

Caso ainda tenha ficado com alguma dúvida, entre em contato com a área de  Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento ou procure o Centro da Mulher (Bloco B Rua Tiradentes, 333, 12º andar) que cuida das mulheres de todas as idades. As consultas podem sera agendadas pelo telefone (51) 3314-3434 ou de forma on-line, no site do Hospital Moinhos de Vento  https://www.hospitalmoinhos.org.br/institucional/agendamento-online.

Fonte: Dra. Liliane Diefenthaeler Herter (CRM 15827), ginecologista infantojuvenil do Hospital Moinhos de Vento.