O mês de fevereiro de 2020 traz um marco que jamais será esquecido pelos brasileiros: o registro oficial do primeiro caso de Covid-19 no País. Mais de um ano depois, a vacinação contra a doença traz um respiro de esperança para quem já recebeu ou ainda vai receber a imunização.

Considerada uma forte arma na luta contra a Covid-19, a vacinação está sendo realizada atualmente com os imunizantes CoronaVac (Sinovac Life Science/Instituto Butantan) e Covishield (AstraZeneca/Oxford/Fiocruz), seguindo um calendário para grupos específicos. Para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre a vacinação, conversamos com o médico infectologista do Hospital Moinhos de Vento Paulo Gewehr.  

Características das vacinas contra a Covid-19

Segundo o médico, as duas vacinas que estão sendo aplicadas atualmente no País tiveram sua eficácia e segurança comprovadas por meio de ensaios clínicos. A principal diferença entre elas está na tecnologia utilizada:

  • CoronaVac (Sinovac Life Science/Instituto Butantan): fragmentos do vírus Sars-CoV-2 inativado;
  • Covishield (AstraZeneca/Oxford/Fiocruz): tecnologia chamada “vetor viral não replicante”, em que um adenovírus modificado leva a informação genética da proteina S (spike) do coronavírus para dentro das células.

A CoronaVac apresentou eficácia global de 50,3% contra a doença, prevenindo em até 78% os casos de internação hospitalar. Já a Covishield apresentou eficácia de 82,4% após a segunda dose da vacina, mantendo-se o intervalo de três meses entre as aplicações.

Contraindicações dos imunizantes

Gewehr alerta que a principal contraindicação para receber a imunização é ter alergia à vacina. “Para gestantes, recomenda-se discutir as informações atualizadas sobre a vacina e as opções de prevenção com o seu médico. Já crianças e adolescentes abaixo de 18 anos não podem receber a vacina por enquanto, devido a falta de estudos nesta faixa etária”. 

Pessoas com sintomas suspeitos de Covid- 19 devem procurar orientação médica, realizar testagem e ficar em isolamento. Neste caso, a vacina deve ser aplicada após quatro semanas do início dos sintomas com recuperação clínica da Covid-19, ou da data do exame, caso esteja assintomático. “Não é recomendado receber a vacina em vigência de um quadro de Covid-19, mesmo leve, para não confundir os sintomas da doença com possíveis reações adversas da vacina”, lembra Gewehr.

E quando finalmente ocorre a imunização?

Tanto a CoronaVac quanto a Covishield devem ser administradas em duas doses, com o seguinte esquema:

  • CoronaVac (Sinovac Life Science/Instituto Butantan): o intervalo recomendado entre as doses é de 28 dias.
  • Covishield (AstraZeneca/Oxford/Fiocruz): recomenda-se administrar a segunda dose entre 8 e 12 semanas após a primeira.

Uma das maiores dúvidas é quando as pessoas vacinadas estarão, de fato, protegidas contra a doença. “O efeito protetor de cada dose inicia após 15 dias e atinge o ápice após 30 dias. O efeito máximo de proteção é alcançado após 30 dias do esquema completo de vacinação (02 doses)”, orienta o infectologista.

Segundo o médico, o grau de imunização varia conforme o indivíduo e a vacina recebida. Ele lembra que nem todas as pessoas vacinadas ficam imunizadas, conforme os dados dos estudos. Ainda não há informação sobre como será a duração da proteção nos imunizados a médio prazo e a eficácia em relação às novas variantes do coronavírus. Estudos realizados com outras variantes mostram que pode haver redução da eficácia de determinada vacina, em relação a determinadas variantes.

Os estudos iniciais avaliaram a capacidade da vacina em diminuir o número de óbitos e doenças, principalmente a forma grave, nos indivíduos: “Agora queremos saber se elas conseguem evitar casos moderados e leves, a transmissão e idealmente prevenir que o indivíduo imunizado seja infectado. O seguimento dos estudos nos trará informações importantes sobre a duração da proteção e como isso se comporta em indivíduos com condições de saúde específicas, proporcionando aprimorar a estratégia de vacinação”, aponta o médico.  Da mesma forma, estudos com crianças e adolescentes poderão possibilitar o uso da vacina nestas faixas etárias no futuro, a fim de estender a proteção da covid-19 e um melhor controle da pandemia.

Por isso, fica o alerta: mesmo após a vacinação, é fundamental manter as medidas de proteção individuais e coletivas. Lembre-se:

  • Use máscara caso precise sair de casa;
  • Lave ou utilize  álcool gel nas mãos com frequência;
  • Mantenha distância segura entre as pessoas;
  • Mantenha os ambientes bem ventilados;
  • Evite aglomerações;
  • Faça o isolamento dos casos suspeitos e confirmados e a quarentena dos contatos.

Reações adversas à vacina

Segundo o médico, o perfil de possíveis eventos adversos varia conforme as características de cada vacina e do indivíduo. A maioria das reações adversas são basicamente as mesmas para estas duas vacinas e dentre as mais frequentes estão dor no local da injeção, sensibilidade, dor de cabeça, cansaço, dor muscular, aumento de temperatura, dor articular e náuseas. Caso a pessoa apresente estas reações deve procurar orientação médica, principalmente para descartar possíveis quadros de covid-19.

“A ocorrência desses sintomas dentro das primeiras 48 horas após a aplicação da vacina sugere que eles estejam relacionados. A grande maioria das reações é resolvida espontaneamente dentro de poucos dias após a vacinação”, esclarece.

Dentre os eventos adversos da vacina Covishield (AstraZeneca/Oxford/Fiocruz), recentemente foram identificados casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos (trombose) associados à diminuição do número de plaquetas e, em alguns casos, sangramentos que podem estar associados ao uso da vacina.

Fonte: Paulo Gewehr, médico infectologista do Hospital Moinhos de Vento.

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